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Na TV Brasil

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Usar tecnologia na educação não é uma escolha, é essencial

Na última década, a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, as TIC´s, na educação tem passado por mudanças significativas
Por Adriana Martinelli*
 
Um jovem com 17 anos muito provavelmente tem acesso a algum dispositivo digital e Internet, desde computador e celular a netbook e smartphone. Aos sete anos, esse mesmo jovem não acessava qualquer tipo de tecnologia digital em sua escola ou, em raríssimos casos, compartilhava o mesmo computador com outros colegas. Alfabetizado há dez anos, sem muito ou nenhum contato com tecnologias digitais, hoje ele passa parte de seu tempo “conectado” às redes sociais, interagindo por meio de jogos colaborativos on line, e-mails, msn, Orkut, Facebook , Twitter.
É uma gigantesca evolução tecnológica dentro de uma mesma geração. Por isso, torna-se inconcebível não pensar na ação formativa de crianças e jovens sem envolver as TIC’s. Os educadores que não experimentaram, inicialmente, essa vivência tecnológica também se deparam com o desafio de entender qual o seu papel nesse contexto, e como as formações continuadas podem ajudá-los.
Computadores com acesso à Internet já são realidade em boa parte das escolas. O sistema 1:1, ou seja, um computador para cada aluno ou jovem, começa a ser implementado e os obstáculos de infraestrutura são lentamente superados. No entanto, o que para muitos era um jargão – “não basta ter acesso, é preciso saber o que fazer com a tecnologia” – hoje é a questão mais urgente a ser respondida.
A tecnologia permite colocar pessoas em contato com pessoas e todas em contato com a informação, em qualquer tempo e de qualquer lugar. Este é o grande potencial das TIC’s na educação. No entanto, disponibilizar tudo isso ao aluno, sem relacioná-lo à sua formação, não tem valia. Por isso, é fundamental garantir ao educador uma formação voltada à compreensão do uso dessas tecnologias na vida de crianças e jovens para aproximar e integrar duas gerações: a de ”nativos” e a de “imigrantes digitais”.
Essa formação deve valorizar a metodologia para, por meio das TIC´s, garantir o desenvolvimento de competências, sem, no entanto, limitá-la aos aspectos cognitivos dos conteúdos curriculares. O desempenho escolar é fundamental, mas sabemos que um conjunto maior de habilidades é necessário para a formação do indivíduo e sua atuação bem-sucedida no mercado de trabalho. Ou seja, um ser humano completo precisa também ter garantido o desenvolvimento de competências pessoais, relacionais e produtivas. Por isso a urgência de refletirmos como a tecnologia afeta o comportamento dos alunos e, principalmente, como sua utilização pode contribuir na promoção de sua aprendizagem, como um todo.
O fato de, em algumas escolas brasileiras, públicas ou privadas, alunos terem acesso ao aprendizado 1:1 não significa que a sua performance escolar será melhor. É importante avaliar como essa tecnologia tem sido utilizada e de que forma os educadores lidam com esse novo contexto. Certamente a dinâmica das aulas precisa ser repensada, assim como a criação de novas práticas e novos “combinados” em sala, além da definição de estratégias de avaliação para garantir a qualidade do aprendizado.
Estamos no século 21. Precisamos pensar e agir segundo as demandas que este tempo nos impõe. A utilização das TIC´s não é uma escolha, mas, sim, uma ferramenta essencial para aproximar crianças e jovens de uma educação real e eficaz.
 *Adriana Martinelli é coordenadora da Área de Educação e Tecnologia do Instituto Ayrton Senna. Participou como especialista convidada no Papo de Mãe sobre "tecnologia na sala de aula", exibido em 27.11.2011.

DICA DE HOJE
Bazar de Natal ACTC


Um comentário:

Maeve Vida disse...

No primeiro setênio, quanto mais a criança for preservada dos eletrônicos, mais criativa e inteligente será. No livro O Fim da Evolução diz que uma criança que nasce no meio do mato e só brinca na areia de casa, tem mais condições na sua vida adulta de entender um teorema de Einstein do que uma criança criada na frente de um computador, que tem um sistema binário em seu cérebro.
Depois dos 7 anos, o uso de eletrônicos, até os 12 anos, poderia ser restringido às casas dos jovens. A escola pode continuar ensinando ele a fazer com suas próprias mãos, tudo que precisa.
Essa é a visão da Pedagogia Waldorf, da Aliança pela Infância e também do Programa Omnisciência de Educação para Paz.
Muita luz,
Maeve Vida