Aos domingos, 15h30
Reprise aos sábados, 11 horas
Na TV Brasil

terça-feira, 30 de março de 2010

Programa inédito: mãe aos 40!

Olá a todos!
Antigamente, era comum ser mãe aos 20, 25 anos. Mas atualmente, cada vez mais, vemos mulheres adiando a primeira gravidez para melhor se dedicarem à carreira. E isto tem sido possível, muitas vezes, graças aos avanços da medicina e aos tratamentos existentes. Mas é claro que muitas mulheres engravidam naturalmente após os 40...
Mas será que existe idade certa para ter filhos? Quais os prós e contras em adiar-se a maternidade? E será que existe tratamento gratuito para infertilidade? 

Não percam o PAPO de MÃE desta semana!!!
Quinta-feira (01/04), 18h30: programa inédito. Reprises no domingo, 13h30; na segunda, 12h30; e na terça, 18h30.


Um grande beijo e até mais!!!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Bibliotecas públicas

Olá!!!
Estamos de volta com o tema da semana: leitura e literatura infanto-juvenil.
Conforme já dissemos, ler é um hábito muito saudável e prazeroso, que deve ser estimulado desde muito cedo na vida das crianças. Inclusive, existem mulheres que ainda grávidas costumam contar histórias para seus filhos. Isto é muito bacana. Segundo pesquisas, ler e cantar para a criança enquanto ela ainda está no útero faz com que a gestação seja mais saudável e que o bebê seja mais calmo nos primeiros meses de vida.
Infelizmente, o Brasil é um país com um dos mais baixos índices de leitura do mundo. De acordo com a UNESCO, o brasileiro lê, em média, menos de dois livros por ano, enquanto os franceses, por exemplo, lêem sete e os norte-americanos, dez.
Mas é importante deixar claro que a leitura não está necessariamente associada à baixa condição financeira. O hábito de ler é muito mais uma questão cultural. Foi com o objetivo de incentivar este hábito que em 2009, o dia 12 de outubro passou a ser considerado o Dia Nacional da Leitura.
Estima-se que, no Brasil, existam quase 5 mil bibliotecas públicas. E, segundo o Ministério da Cultura, entre os anos de 2005 e 2006, 89% dos municípios brasileiros declararam ter, pelo menos, uma biblioteca pública funcionando.
Tendo como principal objetivo o fortalecimento das bibliotecas públicas do país, foi criado o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas-SNBP, instituído pelo Decreto Presidencial nº 520, de 13 de maio de 1992. O SNBP assume como pressuposto básico para o desenvolvimento de suas ações, a função social da biblioteca pública. Essa instituição cultural, ao assumir este papel na comunidade, possibilita a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática e a formação de uma consciência crítica do indivíduo, levando-o ao exercício pleno da cidadania.
Constituem objetivos do SNBP: Incentivar a implantação de serviços bibliotecários em todo o território nacional; promover a melhoria do funcionamento da atual rede de bibliotecas, para que atuem como centros de ação cultural e educacional permanentes; desenvolver atividades de treinamento e qualificação de recursos humanos, para o funcionamento de todas as bibliotecas brasileiras; manter atualizado o cadastramento de todas as bibliotecas públicas brasileiras; incentivar a criação de bibliotecas em municípios desprovidos de bibliotecas públicas; favorecer a ação dos coordenadores dos sistemas estaduais e municipais, para que atuem como agentes culturais, em favor do livro e de uma política de leitura no país; assessorar tecnicamente as bibliotecas e coordenadorias dos sistemas estaduais e municipais, bem como oferecer material informativo e orientador de suas atividades; firmar convênios com entidades culturais, visando a promoção de livros e de bibliotecas.
A atuação do SNBP junto às bibliotecas públicas só é possível com a implantação de um processo sistêmico, baseado em ações voltadas para a interação e integração dessas bibliotecas em âmbito nacional. O gerenciamento operacional é exercido através dos sistemas estaduais que funcionam em cada estado da federação, encabeçados, geralmente, pelas bibliotecas públicas estaduais, que passam, por sua vez, a articular-se com as bibliotecas públicas municipais.
Para acessar a lista das coordenadorias estaduais do SNBP clique no link: http://www.bn.br/snbp/coordenadorias.html .
Entre em contato com a coordenadoria do seu Estado, descubra uma biblioteca pública perto de sua residência e incentive seus filhos à leitura. Quanto mais cedo eles começarem, melhor!!!

Para quem perdeu o programa sobre Leitura e Literatura Infanto-juvenil, ainda há chance de assistir à reprise nesta segunda (29), 12h30, e na terça ( 30), 18h30. O programa está IMPERDÍVEL!!!
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E a dica de hoje é o projeto CINEMATERNA: sessões de cinema para mães com bebês de até 18 meses. Papais e acompanhantes são bem-vindos também! Os filmes são para a diversão dos adultos, e as salas de cinema são equipadas para acolher os bebês com todo o conforto: som reduzido, trocador na sala, ar condicionado mais suave, ambiente levemente iluminado. E depois de cada sessão sempre tem um gostoso bate-papo! As sessões acontecem em diversas cidades do Brasil. Cada filme é escolhido pelo público através de enquetes semanais, que podem ser acompanhadas pelo site junto com a programação. Visite o site: http://www.cinematerna.org.br/ e saiba mais sobre o projeto e a programação em sua cidade!

Um grande beijo e até mais!!!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ler é preciso!!!

Olá, queridos!!!

No Papo de Mãe desta semana o assunto é leitura e literatura infanto-juvenil. 
Quem assistiu ao programa nesta última quinta, acompanhou um papo descontraído e alto astral sobre a importância de estimular desde muito cedo a leitura na vida das crianças, e o papel dos pais nesta iniciação.
O hábito da leitura não só é muito saudável porque estimula a concentração, a criatividade, o desenvolvimento mental e a linguagem, mas também porque acaba sendo prazeroso. E, felizmente, foi isso que pudemos perceber em cada depoimento de cada um de nossos entrevistados.

Além da a presença da contadora de histórias Kelly Orasi, dos escritores Audálio Dantas, Ciça, Eliana Sá e das nossas queridas mamães e seus super filhotes, pudemos contar com a presença da diretora do INSTITUTO ECOFUTURO, Cristina Fontelles,  também responsável pelo programa LER É PRECISO.

O Instituto Ecofuturo é uma organização não governamental, criada em 1999, que tem como missão gerar e difundir conhecimento e práticas que contribuam para a construção coletiva de uma cultura de sustentabilidade junto a indivíduos e grupos sociais. Para o instituto, a educação e a cultura são instrumentos indispensáveis para que as pessoas sejam capazes de compreender, criticar e melhorar a vida. Foi com este intuito que foi criado o programa LER É PRECISO, que hoje já conta com 85 bibliotecas comunitárias implantadas em onze estados (Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), atendendo um público médio de 42.500 usuários por mês. O programa conta ainda com outros projetos como concursos de redação, prêmios de educação sobre sustentabilidade, dentre outros. Para quem quiser saber mais a respeito, basta acessar o site http://www.ecofuturo.org.br/.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Programa inédito: leitura e literatura infanto-juvenil

Oláááá!!!
Vocês sabiam que de acordo com a UNESCO o brasileiro lê, em média, menos de dois livros por ano enquanto os franceses, por exemplo, lêem sete e os norte-americanos, dez? É verdade.
No PAPO DE MÃE desta quinta-feira vamos falar a respeito da importância da leitura e como estimular crianças e adolescentes a tomarem gosto pelos livros!
No estúdio, pais, crianças, especialistas e até uma contadora de histórias conversam sobre o tema. Reportagem especial de Rosângela Santos. Um "papo de pai" com Davi de Almeida. E Pedrinho Tonelada sai às ruas para ouvir o que as pessoas pensam.
O PAPO está imperdível!!!!
É nesta QUINTA (25), 18h30, na TV Brasil. Reprises no domingo, 13h30; na segunda, 12h30; e na terça, 18h30.

E a nossa dica de hoje é a palestra gratuita  da portuguesa Maria Manuela Pontes, autora do livro Maternidade Interrompida (Editora Ágora). É amanhã, 25/03, das  20h às 22h, no B´nai B´rith, em São Paulo/SP. O evento é promovido pelo 4 Estações Instituto de Psicologia e pela Editora Ágora, e visa  debater a questão, mostrando que a dor da perda gestacional é responsabilidade de toda a sociedade. Para maiores informações e inscrições ligue para: (11) 3891-2576 ou pelo email: [email protected].
Um beijo a todos e até mais!!!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Casa do Zezinho: atividades gratuitas

Olá!!!
Hoje estamos aqui com o propósito de falar um pouquinho sobre o trabalho da Casa do Zezinho, entidade que esteve representada no programa sobre atividades extra-escolares.
Para quem não conhece, a Casa do Zezinho é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, que tem como missão criar, através da educação, condições para que crianças e jovens de baixa renda possam ter autonomia de pensamento e de ação para decidirem seus próprios caminhos de vida.

Localizada dentro do chamado triângulo da morte (Jardim Ângela, Jardim São Luiz e Capão Redondo), a Casa do Zezinho tem desenvolvido seu trabalho com crianças e jovens que vivem abaixo da linha da miséria, com pouco acesso à informação e à cultura. A Casa trabalha uma educação pautada em valores, que movimenta ações coletivas na comunidade e se multiplica pelas teias de convivência e relações de todos. Mais do que a definição dos conceitos de cada valor, o trabalho gera desenvolvimento humano.

Procurando assegurar o desenvolvimento integral das crianças e jovens, o projeto oferece complementação pedagógica, educação moral e ética, orientação em saúde, medicina complementar, atendimento odontológico, psicológico, acupuntura, naturologia e iridologia, convênios médico e hospitalar (SAMCIL) e oftalmológico (CERPO), atendimento às famílias, alimentação básica e reeducação alimentar. A Casa conta ainda com quarenta educadores e quarenta voluntários, organizados em vários núcleos de atuação (pedagógico, administrativo, financeiro, marketing, captação de recursos, projetos), que executam e manifestam sua competência em seus espaços de trabalho. Além disso, constitui também um pólo de prevenção à violência, trabalho desenvolvido em parceria com a Fundação ABRINQ e o Instituto Sedes Sapientiae.
Para saber mais sobre o trabalho da Casa do Zezinho e como ajudá-los acesse o site: http://www.casadozezinho.org.br/.
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E agora, com a palavra, nosso telespectador Daniel, de Aracajú/SE:
"Olá! Gostaria de parabenizá-los pelo programa. Sempre que posso acompanho e me interesso pelos assuntos, apesar de ser homem, de apenas 32 anos e solteiro. :-) Comecei aos 3 anos de idade a praticar natação e permaneci durante 15 anos durante minha vida escolar. Além deste esporte, pratiquei judô, jiu-jitsu, handebol, basquetebol e futebol. Acredito muito que devido aos esportes desenvolvi características, além de físicas, comportamentais que me acompanham até hoje, e claro, só me ajudaram. Mariana Kotscho (apresentadora), acho você linda de uma delicadeza encantadora. Parabéns pelo programa!" Daniel
Daniel, nós é que agradecemos pela sua audiência e participação! Continue prestigiando os programas e ajudando a divulgá-lo.
E para quem ainda não teve oportunidade de conferir o programa sobre atividades extra-escolares, amanhã é a última chance: nesta TERÇA, 18h30, na TV Brasil.
Um grande beijo a todos e até mais!!!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Atividades extras: a importância do equilíbrio

Olá!!!
Até que ponto manter uma agenda de atividades extra–escolares é importante para o desenvolvimento da criança e a partir de quando ela se torna prejudicial? E qual a importância do tempo livre para nossos filhos? O Papo de Mãe desta semana trata sobre este assunto.
Segundo a Associação Americana de Pediatria, em 1981, as crianças na faixa etária de 4 a 5 anos tinham 40% do tempo livre. Hoje, têm apenas 25%. Mas por que será que isto acontece? O que levam os pais a procurarem outras atividades para os filhos que não seja apenas a escola?
Quem acompanhou o programa pôde perceber que uma das grandes preocupações dos pais é que seus filhos não fiquem pelas ruas, ociosos e sujeitos às más influências. Além disto, a melhora da qualidade de vida e o desenvolvimento psicológico e intelectual se mostram como grandes motivadores para que os pais incentivem seus filhos a atividades extras.
A prática de um esporte é extremamente saudável e recomendável. Incentiva a convivência social e a adoção de hábitos de vida saudáveis, sobretudo diante das facilidades da vida moderna, que acabam contribuindo para o aumento da obesidade infantil.
Segundo o IBGE, no Brasil, nos últimos 30 anos, o número de crianças e adolescentes acima do peso aumentou em 30%. Diante desta realidade, o CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) lançou a Campanha Nacional Educação Física Escolar, cujo o objetivo é chamar atenção para a importância da atividade física, que é obrigatória nas escolas de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Segundo o Conselho Federal, os pais podem e devem exigir professores qualificados, equipamentos e espaços adequados à prática destas atividades nas escolas públicas e particulares.
Contudo, aqui vai um alerta: é importante respeitar a vontade da criança e não forçá-la. Segundo a Associação Americana de Pediatria, 75% das crianças que foram obrigadas a praticar esportes de que não gostavam, até os 15 anos, pararam de praticar e se tornaram sedentárias.
A música como atividade extra também tem se revelado muito importante, ajudando, inclusive, na melhora do desempenho escolar. A iniciação musical precoce ajuda não só a despertar o gosto pela música como serve para ativar outras áreas do cérebro, como por exemplo, a responsável pelo raciocínio lógico-matemático.
Visando melhorar o aprendizado de nossas crianças, o Presidente Lula sancionou uma lei que torna obrigatória a aula de música nas escolas públicas do ensino básico. As escolas tem até 2011 para se adequarem à nova lei.
Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia, as atividades extracurriculares melhoram a auto-estima e a sociabilidade das crianças e dos adolescentes. E olha que interessante: o Ministério da Educação descobriu através do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que a nota dos estudantes que frequentaram cursos de língua estrangeira, informática e pré-vestibular foi de até 17 pontos acima da alcançada por aqueles que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade de fazer atividades extras.
Não se pode negar a importância das atividades extra-escolares no desenvolvimento infanto-juvenil. Contudo, psicólogos e pedagogos alertam sobre a importância de dosar o número de atividades para que o excesso delas não venha a se tornar um problema. As crianças e os adolescentes precisam ter respeitados o seu tempo de “não fazer nada” para que não se tornem estressados desde cedo. Portanto, o equilíbrio das atividades e a satisfação dos nossos filhos são os melhores indicadores que de estamos no caminho certo.
Por enquanto é isto. Na próxima postagem falaremos um pouco do trabalho desenvolvido pela Casa do Zezinho, que ajuda a transformar a vida de muitas crianças e jovens de baixa renda.
Para quem perdeu o programa desta quinta, ainda é possível assistir às reprises: DOMINGO, 13h30; SEGUNDA, 12h30; e TERÇA, 18h30. Tornem-se SEGUIDORES do nosso blog para acompanhar as novidades do programa. Também estamos no Twitter, no Youtube, no Facebook e no Orkut. Participem das nossas redes de relacionamento e ajudem a divulgar o programa! Contamos com vocês!!!
Um grande beijo!
Equipe Papo de Mãe

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Segue o Papo de Mãe sobre Atividades extras:

quarta-feira, 17 de março de 2010

Programa inédito: atividades extra-escolares

Os pais sempre têm dúvidas sobre quais e quantas atividades extras os filhos deveriam fazer quando não estão na escola. O Papo de Mãe desta semana vai tratar do assunto e mostrar que existem opções de cursos gratuitos para manter a criançada e os adolescentes ocupados. O programa aborda outra preocupação: os exageros na hora de definir a agenda dos filhos. Alguns exemplos de crianças com agendas lotadas estarão no estúdio. A psicopedagoga Maria Ângela Carneiro, autora do livro A Descoberta do Brincar, fala da importância do tempo livre e das brincadeiras no aprendizado das crianças.
É nesta quinta-feira, 18h30, programa inédito. Reprises no domingo, 13h30; na segunda 12h30; e na terça, 18h30.


E a nossa dica de hoje é o lançamento do livro:
 LUA: A PRINCESA ADORMECIDA

terça-feira, 16 de março de 2010

Doutores da Alegria

Olá, pessoal!
Dando continuidade ao assunto da semana, hoje vamos falar um pouco sobre os Doutores da Alegria. Todo mundo já ouviu falar deles, mas vocês sabem como surgiu esta ideia?
Em 1986, Michael Christensen, um palhaço americano, diretor do Big Apple Circus de Nova Iorque, apresentava-se numa comemoração num hospital daquela cidade, quando pediu para visitar as crianças internadas que não puderam participar do evento. Improvisando, substituiu as imagens da internação por outras alegres e engraçadas. Essa foi a semente da Clown Care Unit™, grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria a crianças internadas em hospitais de Nova Iorque.
Em 1988, Wellington Nogueira (que esteve no estúdio do Papo de Mãe conversando com a gente) passou a integrar a trupe americana. Voltando ao Brasil, em 1991, resolveu tentar aqui um projeto parecido, enquanto ex-colegas faziam o mesmo na França (Le Rire Medecin) e Alemanha (Die Klown Doktoren). Os preparativos deram um trabalho danado, mas valeu: em setembro daquele ano, numa luminosa iniciativa do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo (hoje Hospital da Criança), teve início o programa.
Hoje, os Doutores da Alegria realizam cerca de 75 mil visitas por ano a crianças internadas em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, tendo como missão levar alegria através da arte do palhaço, nutrindo esta forma de expressão como meio de enriquecimento da experiência humana.
Para saber mais sobre o trabalho dos Doutores da Alegria visite o site: http://www.doutoresdaalegria.org.br/.
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Bem, conforme prometido, vamos falar um pouquinho sobre os direitos dos pacientes com câncer. A nossa repórter, Rosangela Santos, entrevistou a advogada Renata Vilhena, especialista em direito da saúde. Confiram!
RS: Renata, quais são os problemas mais comuns que os pacientes com câncer enfrentam?
RV: São diversos os problemas como a falta de condições da rede credenciada de oferecer o tratamento que o paciente precisa como, por exemplo, quando ele precisa de determinada tecnologia que não está disponível no hospital oferecido pelo plano de saúde; quando ele descobre a doença e está em período de carência médica; quando um procedimento, um transplante de medula óssea por exemplo, não tem cobertura contratual. Ou ainda se o tratamento é experimental no País e o plano de saúde não dá cobertura. Enfim, são várias hipóteses que acabam acontecendo...
RS: Juridicamente, que conselho você daria a estes pacientes?
RV: Olha, guardar todo tipo de correspondência, e-mails, troca de informações com o plano de saúde, enfim, tudo. Guardar o contrato, todos os comprovantes de pagamento, carteirinhas antigas, autorizações de internações, relatórios médicos. Então, quando receber o diagnóstico, já organizar uma pasta com todos os documentos porque facilita, se uma hora ele precisar entrar na justiça, ter tudo arquivado. E, se possível, ter tudo por escrito. Sempre por escrito para ele poder se documentar caso precise fazer uma prova disso depois.
RS: E sobre carência x atendimentos de urgência/emergência?
RV: A lei dos planos de saúde dispõe que não pode haver carência para urgência e emergência médica. Mas existe uma resolução do Conselho de Saúde Suplementar que limita esse atendimento. Segundo ela, esse atendimento de urgência só é considerado nas 12 primeiras horas. Só que o Poder Judiciário já declarou que essa resolução é nula. Se a lei não delimita essas 12 horas, então tem que dar cobertura.
RS: Como uma pessoa pode se informar melhor a respeito de seus direitos?
RV: Ela pode procurar se informar através da internet e conversando com outras pessoas. Existe um site: oncoguia, que contém todas as informações para o paciente com câncer. Além deste, existem outros que o paciente, a família, poderão ter todas as informações que precisam.
RS: Os pacientes podem se tratar gratuitamente?
RV: Podem. Na rede pública, se você consegue uma vaga e inicia o seu tratamento, aí vai bem. Eu já tive uma pessoa da minha família, uma criança, que fez um tratamento de câncer pelo SUS. Só que, às vezes, a pessoa não consegue essa vaga para iniciar o tratamento. Aí é que é mais difícil. Uma família mais humilde não tem informação. Tem que ir um “anjo da guarda” encaminhar a pessoa para ela achar o caminho certo. A falta de informação eu acredito que é o principal problema enfrentado pelo paciente oncológico depois da descoberta da doença. Às vezes, ele não consegue nem um diagnóstico. A criança tem determinados sintomas, mas ninguém consegue encontrar o caminho para descobrir o que ela tem.
RS: Quais os problemas mais comuns em relação aos convênios?
RV: Olha, o último caso que a gente teve aqui no escritório foi de uma criança com leucemia que precisava fazer quimioterapia com um medicamento importado. O remédio ainda não tinha registro na Anvisa e precisaria ser adquirido através de uma importadora. O convênio não deu cobertura para isto. Aí a gente entrou na justiça e o juiz mandou dar cobertura. Mas já tivemos casos em que o tratamento é questionado pelo plano de saúde como sendo tratamento experimental. A duração do tratamento não é problema. Se a cobertura tem início, o convênio vai cobrir até o final. O problema é quando se tem algum tratamento, algum procedimento que o paciente precisa, mas que de acordo com o contrato ele não tem direito.
RS: Os pacientes normalmente conseguem  êxito na justiça?
RV: O Poder Judiciário geralmente decide a favor dos pacientes. A gente tem o Código de Defesa do Consumidor também a nosso favor, que é uma lei muito boa, bem elaborada, muito melhor até que a lei dos planos de saúde. É com base no Código de Defesa do Consumidor que são julgadas a maioria das ações.
RS: Quando é hora de procurar um advogado?
RV: No momento em que o plano de saúde nega o tratamento. Não precisa procurar advogado preventivamente. Só se o tratamento for negado. Se o plano negar cobertura ao tratamento, aí pode procurar um advogado para pedir uma liminar.
RS: Quais são as doenças que mais demandam intervenção da justiça? Por quê?
RV. O câncer eu acho que é a doença que dá mais problema na justiça. As doenças auto-imunes e cardiopatias também, mas a oncologia ganha. Porque são novas tecnologias que chegam e que ainda não estão incorporadas no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde. Além disso, o câncer é uma doença muito cara e grave. Então, a família quer tentar de tudo. Há muitas técnicas novas, mas que o plano não coloca à disposição do paciente. Porém, segundo entendimento do STJ, quem decide o tratamento é o médico. Portanto, se a prescrição médica tiver fundamento, o plano de saúde tem que dar cobertura para o tratamento.
RS: Qual é a lei que protege os pacientes com câncer?
RV: Existem vários dispositivos legais. Não existe uma única lei de proteção ao paciente com câncer, mas existem várias disposições legais que estão salpicadas na legislação e que o paciente pode se aproveitar. Por exemplo, o direito a sacar o fundo de garantia. Mesmo se for uma criança com câncer. Se o pai trabalha registrado numa empresa e tem um fundo, levando a prova da doença do filho, ele tem o direito de sacar. Se for uma família sem recursos, sem renda nenhuma, ela pode requerer junto ao INSS o benefício da LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social), em que a família vai receber um salário mínimo durante o tratamento.
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Agora, com a palavra, nossa telespectadora Silvina Lanzana, de São Paulo/SP:
"Conheci na última quinta-feira o programa Papo de Mãe. Excelente. Parabéns para toda equipe!  O programa sobre câncer infantil foi muito bom, esclarecedor, com personagens reais e profissionais competentes. Bom mesmo foi ter conhecido jornalistas tão responsáveis e que honram a profissão de bem informar e acrescentar dados importantes ao público que tem a oportunidade de conhecer o programa. Já divulguei o programa para muita gente e vou continuar divulgando. Parabéns !"
Abs. Silvina Lanzana – São Paulo/SP
Obrigada, Silvina, pela audiência e participação!!!
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Para concluir, queremos deixar toda a nossa solidariedade e carinho para todas as famílias que estão passando por um caso de câncer na família. Nossa amiga Letícia Godoy continua na luta com seu filho e nós continuamos na torcida pela breve melhora dele. Para acompanhar as notícias do tratamento do Lucas acessem o blog: http://leucemiamieloidem3.blogspot.com/.
E tenham todos muita fé porque o câncer tem cura!!!
Um grande beijo e até mais!!!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ação Solidária contra o Câncer Infantil

Olá!!! Estamos de volta!!!
Na postagem anterior, falamos sobre o trabalho da AHPAS e agora queremos falar um pouquinho sobre o trabalho da ASCCI, entidade que esteve representada durante o Programa Papo de Mãe por Darcy Romboli Carvalho, fundadora da entidade.

A ASCCI- Ação Solidária Contra o Câncer Infantil é uma entidade de caráter filantrópico e sem fins lucrativos, que tem como objetivo principal humanizar o tratamento do câncer infantil. Foi criada por um grupo de pais que, vivendo as dificuldades do tratamento e em contato com outras famílias, oriundas de várias localidades do país, sem recursos financeiros, UNIRAM-SE e organizaram-se para enfrentarem, JUNTOS, a dor e o enorme desgaste de um longo processo de intervenções médico-hospitalares, com todas as conseqüências, desagregadoras para a família, mas com resultados de CURA, VIDA e FUTURO para as crianças e adolescentes beneficiados.
Assim nasceu a ASCCI, cuja missão é “acolher a criança portadora de câncer, apoiar a equipe médica, sensibilizar os pais e a sociedade para a possibilidade de cura, criando assim um novo olhar, de forma que estas crianças compartilhem com todas as outras as mesmas oportunidades e os mesmos sonhos”.
Dentre os objetivos da entidade estão organizar serviços de interesse de seus usuários e promover estudos e esclarecimentos sobre o Câncer Infantil, prestando aos pacientes, direta ou indiretamente, assistência social; promovendo a suplementação dos recursos necessários aos tratamentos adequados nos melhores níveis, inclusive com intercâmbio com grupos interessados de todo o território nacional e do exterior; e realizando programas educativos que proporcionem a difusão da realidade da doença e, principalmente do lema da entidade: O CÂNCER TEM CURA!
Para saber mais sobre o trabalho da ASCCI e como ajudá-los acesse o site: http://www.acaosolidaria.org.br/.
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Pessoal, a mensagem abaixo nos foi enviada hoje pela Tatiana Piccardi, da AHPAS, entidade que oferece gratuitamente o transporte para crianças e adolescentes carentes em tratamento de câncer e que foi tema da nossa postagem anterior.
 "Caríssimos amigos do programa Papo de Mãe, em especial  Roberta e Mariana!
Fiquei extremamente sensibilizada com a matéria produzida sobre o câncer infantil, que foi ao ar dia 12/03 e seguintes, e na qual a AHPAS teve a honra de figurar.  Gostaria de parabenizar a equipe, que foi brilhante no formato do programa e em especial na abordagem. Gostei muito de conhecer outros interlocutores da mesma luta e de ver crianças participando, falando sem medo do problema que tiveram, o que é um sinal maravilhoso de um tempo em que o preconceito e o tabu diminuem, para dar lugar à esperança e à luta objetiva contra a doença. E obrigada pelo apoio à AHPAS, demonstrado pela inserção de nosso link no site do Papo de Mãe!!"
Grande abraço!!
Tatiana Piccardi
AHPAS - Associação Helena Piccardi de Andrade Silva
Transporte de crianças e adolescentes carentes em tratamento de câncer
www.ahpas.org.br

Tatiana, toda equipe do Papo de Mãe é que agradece pela sua participação. Esperamos que, ajudando na divulgação, a AHPAS consiga crescer tal como é a sua vontade e a de muitos. Parabéns pelo trabalho!!!
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Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para agradecer imensamente a todos que nos têm enviado mensagens de apoio. Saibam que é muito gratificante saber que o Papo de Mãe presta um serviço relevante à sociedade. Nosso trabalho é feito com muito carinho e dedicação, e ter este reconhecimento do nosso público é para nós o maior presente. Muito obrigada de coração! Continuem com a gente! Prestigiem o programa, ajudem a divulgá-lo e tornem-se seguidores do nosso blog para ficarem sempre por dentro do tema da semana!

Por entanto é isto, pessoal. Na próxima postagem falaremos sobre o trabalho dos Doutores da Alegria e sobre direito à saúde. Para quem ainda não assistiu ao programa sobre Câncer Infantil, amanhã é a última oportunidade. Não percam, nesta terça, 18h30, na Tv Brasil!!!
Um grande beijo e até mais!!!
PS: Dedicado a Lucas e Letícia Godoy.

domingo, 14 de março de 2010

O câncer infantil e o trabalho da AHPAS

Oi, gente!
Estamos de volta para falar mais a respeito do assunto da semana: câncer infantil.
Muita gente que assistiu ao programa, ficou encantado com o trabalho desenvolvido pela AHPAS, que oferece gratuitamente o transporte entre hospital e residência para crianças com câncer.
A história da AHPAS (pronunciamos "A Paz"!) - Associação Helena Piccardi de Andrade Silva - começou como começam tantas outras histórias de entidades assistenciais: uma perda precoce, dois pais desolados, um sentimento de missão não cumprida, a necessidade de transformar uma dor depressiva em dor solidária e transformadora... Então surgiu a ideia da AHPAS. Uma entidade assistencial com o objetivo específico de oferecer transporte confortável a crianças carentes portadoras de câncer, durante o período de tratamento... E mais: oferecer qualidade de vida em um período de extremo sofrimento para a criança e sua família.
Para falar um pouquinho mais deste incrível trabalho, nossa repórter, Rosangela Santos, entrevistou a idealizadora do projeto e presidente da AHPAS, Tatiana Piccardi. Com exclusividade para o Papo de Mãe, ela falou sobre como transformou a dor de perder uma filha em solidariedade e como se sente gratificada em poder ajudar ao próximo.

RS: Tatiana, como é que você teve forças para fundar a AHPAS?
TP: Não sei. Acho que foi um sentimento que foi nascendo de que se nós não formos solidários na hora das perdas, se a gente não puder compartilhar essa dor com o outro de forma construtiva, de forma a construir algo novo, fica muito mais difícil lidar com o luto. Talvez essa tenha sido a motivação inicial. Quando alguém pergunta o que é a AHPAS a gente diz que é um esforço de transformar uma dor familiar numa construção solidária. Para nós foi um caminho. Então, hoje eu não tenho mais a Helena, mas acabei ganhando um monte de filhos, outros tantos filhos meio adotivos. A própria AHPAS eu considero uma espécie de filha. Eu desejo e quero que ela cresça, ande com as próprias pernas, seja uma associação sustentável e faça bem o seu trabalho. Isso é mais ou menos o que a gente quer para os nossos próprios filhos. Claro que não há regras, mas esse foi um excelente caminho para mim e para as pessoas que se envolveram com a AHPAS: transformar a dor familiar em construção solidária.
RS: Foi muito difícil no início?
TP: Eu fiquei muito brava porque, como toda mãe que tinha acabado de perder um filho - fazia o quê, um ano e pouco -, eu não conseguia me ver num outro papel. Eu queria, eu precisava me imaginar ainda num papel de mãe. Eu não queria ver minha filha transformada em nome de entidade. Era como se eu estivesse subvertendo algo que deveria ser correto, certo, justo, que era ter a minha filha ali comigo. Então, no começo, eu lembro que eu não gostei da idéia e demorei um pouco para entender a dimensão do que estava sendo proposto para mim. Com os anos, eu fui entendendo. No início, eu ainda não estava totalmente convencida de que aquilo estava me ajudando a lidar com o meu luto ou não. Depois de um tempo, eu vi que sim. Fiz tantos novos amigos, aprendi tanto e percebi que eu estava fazendo algo muito útil. Aí ficou claro para mim: minha filha veio com essa missão. Ela me deu de bandeja um presente maravilhoso. Demorei muitos anos para entender que ela me deu esse presente de realmente poder fazer da minha vida uma vida que valesse a pena, que gerasse algum tipo de resultado social, que beneficiasse pessoas da forma mais idealizada possível, porque é desinteressadamente. Eu sou voluntária na associação há onze anos. É quase como uma missão mesmo. Eu considero a minha filha como um anjinho que já veio com tudo articulado lá de cima e me escolheu para o serviço. Aí, hoje eu penso que se ela me escolheu é porque eu deveria estar a altura. Então, deixa eu fazer por merecer! Foi aí que o trabalho da AHPAS deslanchou: quando eu passei a entender a dimensão do que eu fazia. No momento em que eu entendi, o próprio trabalho deslanchou em termos de obtenção de patrocínio, de adesão da sociedade civil de um modo geral, de compreensão do que significa o trabalho, do número de crianças e adolescentes atendidos, do número de voluntários que foram se integrando ao projeto. Só ainda não cresceu como deveria porque a demanda é muito maior do que a gente realmente consegue atender.
RS: E por que a AHPAS ajuda no deslocamento?
TP: Porque não existe serviço assim em São Paulo.  Os hospitais que atendem pelo SUS em oncologia pediátrica não têm assegurado o direito básico de deslocamento para ter acesso ao tratamento. Então, é uma questão de garantir um direito. De que adianta você falar em direito à saúde se o acesso a ela te é negado da forma mais concreta e palpável possível, que é o deslocamento físico.
RS: Voltar para casa acaba ajudando no tratamento?
TP: Muito, muito. A tendência é o paciente emagrecer bastante porque a quimioterapia e a radioterapia tiram o apetite e abaixam a imunidade. São crianças e adolescentes que ficam muito mais fraquinhos, não só em função da doença, mas em função do próprio tratamento. Ficam fracos e expostos a todo tipo de doença oportunista. Então, são pacientes que precisam de proteção e conforto para fazer esse deslocamento que, em geral, é de quarenta quilômetros só para chegar ao hospital. E a questão do transporte se torna ainda mais relevante na cidade de São Paulo, porque a regra hoje dos hospitais é atender em esquema de "hospital-dia". As internações só são indicadas em último caso. Primeiro, por uma questão prática mesmo, pois, infelizmente, os hospitais não dão conta, não possuem leitos suficientes pra todo mundo. Segundo, psicologicamente, sabemos que o retorno à casa contribui muito para a disposição geral do paciente para enfrentar o tratamento, porque ele se mantém ligado ao que ele conhece. Principalmente com crianças isso é muito forte. Você mantém o vínculo com a casa, com os irmãos, com a vizinhança, com os brinquedos, com o que lhe é familiar. A internação tira da criança o acesso a esse cotidiano que o retorno ao lar proporciona. Então, o nosso desafio é viabilizar isso. Garantir o acesso físico da criança aos hospitais, ultrapassando essas distâncias enormes que o paciente teria que enfrentar com muita dificuldade usando transporte público e garantir a qualidade de vida e a disposição geral para enfrentar o tratamento com o retorno diário à casa. Então, a gente faz “das tripas coração”, fazemos um trabalho meio heróico com nossos quatro veículos próprios e motoristas contratados, mais seis voluntários que trabalham com os próprios carros para rompermos essas distâncias malucas. Para você ter uma idéia, a gente roda pelo menos 600 km por dia no cumprimento desta missão.
RS: A AHPAS veio de uma experiência pessoal?
TP: Você tem toda razão. A AHPAS nasceu de uma experiência pessoal e familiar. Antes mesmo de eu verificar junto aos médicos e assistentes sociais a real importância de oferecer um trabalho de transporte, eu já tinha sentido na própria pele essa dificuldade. E olha que eu tenho carro e o pai da Helena tinha disponibilidade de nos levar para o hospital - o que é uma maravilha, coisa que essas mães que nós atendemos não têm. Só que a minha filha ficou extremamente debilitada. Ela teve um tumor no tronco cerebral que foi inviabilizando aos poucos a movimentação dos membros. Então, era uma criança que não andava. Eu tinha que carregá-la. Mas ela estava muito pesada, pois tomava cortisona, o que causa um inchaço imenso. Era uma dificuldade. E existem mães que carregam adolescentes! É uma coisa absurda. Se você, com saúde, já usou o transporte público, você sabe das dificuldades. Agora, imagine uma mãe carregando uma criança bastante debilitada, pegando dois ou três ônibus e ainda andando um trecho a pé - porque o ponto de ônibus nunca é na porta do hospital, nem na porta da casa da família...
RS: Você conhece essas mães? Elas sabem da sua história?
TP: Nos passeios que a gente promove, eu conheço todas as mães. Com as mães que já estão conosco há mais tempo, a gente já criou uma espécie de amizade. Então, elas ficam sabendo da história, por que a associação existe, que eu tive a Helena, que também teve câncer. Eu não gosto de falar muito porque, como no meu caso a minha filha morreu, eu não quero que isso suscite nas mães que já estão frágeis a ideia de que o filho delas também morrerá. Porque não é assim. Então eu tomo muito cuidado para contar essa história. Quando elas ficam sabendo de alguma maneira, o efeito disso é que elas se tornam ainda mais solidárias e gratas. É incrível como as pessoas ficam gratas! Elas não têm noção de que nós é que agradecemos a elas cada vez que podemos  oferecer um transporte adequado aos filhos delas. Mas elas se sentem bem, confortáveis, porque estão no meio de pessoas que entendem o que elas estão vivendo. Isso gera uma aproximação, uma relação afetiva muito boa. Então, a qualidade que a gente tanto preza, ela vai por esse lado também. Não é uma qualidade apenas técnica, mas passa pelo vínculo afetivo e pela amizade que se cria.
RS: Por quanto tempo vocês costumam transportar um paciente?
TP: O tratamento do câncer é muito longo e, dependendo do caso, varia. Não tem uma regra. Você tem meses intensivos de quimioterapia, radioterapia. Dependendo do tratamento, às vezes, há outros complementares como fisioterapia, dentista... Mas enquanto a criança estiver em qualquer fase do tratamento, a gente estará ajudando com o transporte. Então, a criança pode ficar com a gente de meio ano até seis anos, por exemplo.
RS: Como funciona para receber o serviço da AHPAS?
TP: Uma vez que o hospital cadastrado nos passe a necessidade do paciente, ele passa a ter direito ao transporte durante todo o período de tratamento, seja tratamento complementar ou o básico a qualquer tipo de câncer como quimioterapia e radioterapia.
RS: Qual a maior dificuldade quando se fala em câncer infantil?
TP: A detecção precoce ainda é um problema sério no nosso país. O câncer ainda tem um lado tabu. Só a palavra câncer já assusta muita gente. Acho que até os próprios médicos. Falta informação, falta capacitação técnica, falta equipamento para que haja detecção precoce. Então, muitas crianças ainda chegam tardiamente aos hospitais especializados e a nós. É um problema sério. De todas as crianças que morrem no nosso país, 12% morrem em função de um câncer. É uma estatística muito alta.
RS: E o que você diria para as mães destas crianças?
TP: Tenham muita fé e confiem em seus filhos. Eles são muito mais fortes, são muito especiais, em vários sentidos, do que nós. Aprendam com eles, porque vocês é que vão ganhar com isso, seja qual for o resultado.
RS: Como ajudar a AHPAS?
TP: Bem, nós precisamos muito de ajuda. Existe demanda de duzentas a trezentas crianças por dia. Mas hoje temos capacidade de atender apenas 26. As pessoas que puderem participar como voluntários ou doando para o bazar beneficente, podem acessar o nosso o site: http://www.ahpas.org.br/.
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Nas próximas postagem falaremos a respeito de outros belos trabalhos como o da ASCCI - Ação Solidária contra o Câncer Infantil e dos Doutores da Alegria - ONG voltada a ajudar crianças em sua recuperação com auxílio da alegria, humor e diversão.
Para quem perdeu o programa, ainda há chance de ver a reprise na SEGUNDA, 12h30, e na TERÇA, 18h30. Acompanhe também as postagens do nosso blog tornando-se um de nossos SEGUIDORES ou assinando nosso FEED.
Para finalizar, a nossa dica de hoje:
Um grande beijo,
Equipe Papo de Mãe

sexta-feira, 12 de março de 2010

Câncer infantil

Olá, queridos!
O Papo de Mãe desta semana trata de um assunto bastante delicado: o câncer infantil. No programa desta última quinta, tivemos a oportunidade de conversar com mães e filhos com histórias emocionantes. A todos eles um grande beijo e o nosso sincero agradecimento por terem compartilhado suas experiências conosco e com todo o Brasil. Tenham certeza que o exemplo de vocês servirá como uma luz para quem está passando por um momento tão difícil como este. Muito obrigada de coração!


Dando continuidade ao tema, o artigo a seguir foi retirado do site da GRAACC. Esperamos que seja útil a vocês!

O câncer infantil

Ninguém espera que uma doença como o câncer possa atingir alguém com tão pouco tempo de vida. É por isso que muitos pais ficam aflitos quando descobrem que o seu filho tem a doença. Felizmente, com os avanços da pesquisa e dos tratamentos, o câncer infanto-juvenil - uma das causas de mortes não acidentais mais comuns entre crianças e adolescentes - já pode ser derrotado quando diagnosticado a tempo.
Os pais devem ficar atentos a problemas que não somem. Após o diagnóstico devem procurar tratamento imediato que, se aplicado nas fases iniciais da doença, permite a cura em cerca de 70% dos casos.
Sinais e sintomas:
Atualmente, os métodos utilizados no tratamento do câncer infantil garantem altos índices de cura, perto de 70%. Mas, para se chegar nesse patamar, é fundamental o diagnóstico precoce.
Fique atento aos sinais e aos sintomas da doença:
- dores de cabeça pela manhã e vômito;
- caroços no pescoço, nas axilas e na virilha, ínguas que não resolvem;
- dores nas pernas que não passam e atrapalham as atividades das crianças;
- manchas arroxeadas na pele, como hematomas ou pintinhas vermelhas;
- aumento de tamanho de barriga;
- brilho branco em um ou nos dois olhos quando a criança sai em fotografias com flash.
Muitos desses sintomas são semelhantes aos de várias doenças infantis comuns, mas, se eles não desaparecerem em um prazo de 7 a 10 dias, volte ao médico e insista para obter um diagnóstico mais detalhado com exames laboratoriais ou radiológicos.
O que é o câncer?
Câncer é um conjunto de doenças nas quais existe uma multiplicação anormal de células doentes. Às vezes, as células continuam tendo uma aparência normal e ficam só no lugar onde nasceram. Dizemos, então, que existe um tumor "benigno". Quando as células têm aparência diferente do normal, multiplicam- se muito e têm a capacidade de produzir metástases, ou seja, começam a se espalhar por várias partes do corpo, dizemos que existe um tumor "maligno", ou câncer.
Apesar de o câncer ser raro em crianças, ele é a causa de morte mais frequente nesta idade, só ficando depois de acidentes e de doenças infecciosas. O câncer não é uma doença contagiosa. Na maior parte dos casos, não se sabe por que uma criança desenvolveu um tumor. Sabemos que, em geral, as crianças não herdam o câncer dos pais e nem nascem com ele.
Tipos e principais tratamentos:
LEUCEMIA - É o câncer mais comum na infância. Leucemias têm origem na medula óssea, o tutano dos ossos, onde é normalmente produzido o sangue. Manifesta-se com dor nos ossos ou nas articulações, palidez, manchas roxas, sangramentos, febre, abatimento, etc. A leucemia é diagnosticada através do mielograma, exame do sangue de dentro do osso. Existem vários tipos de leucemia: Leucemia Linfoide Aguda (LLA), Leucemia Mieloide Aguda (LMA), Leucemia Mieloide Crônica (LMA) e Leucemia Linfoide Crônica (LLC - só em adultos). Além da medula óssea, as leucemias podem também acometer os testículos, endurecendo-os, e o líquor (líquido da espinha), provocando dores de cabeça e vômitos. As leucemias podem ter índices de cura de até 80% quando tratadas com quimioterapia. Em alguns casos, podem-se indicar também radioterapia e transplante de medula.
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL - Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos (que não leucemias e linfomas) mais frequentes em crianças. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça e vômitos pela manhã, tontura e perda do equilíbrio. Qualquer criança com persistência desses sintomas deve ser examinada por um médico neurologista, além de realizar tomografia ou ressonância nuclear magnética do crânio. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Os tumores benignos são tratados apenas com cirurgia. Para os tumores malignos são, em geral, necessárias quimioterapia e radioterapia.
LINFOMA NÃO HODGKIN - Mais frequente no sexo masculino, ocorre principalmente entre os 4 e 8 anos de idade. Atinge qualquer parte do corpo, principalmente tórax e abdome. Quando o linfoma é na barriga, do tipo Brukit, pode causar parada de evacuações e dor na barriga. Como o tratamento é feito com quimioterapia, não deve ser realizada cirurgia para a retirada do intestino. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. O diagnóstico dos linfomas depende de biópsia do tumor. Quando diagnosticado precocemente, os índices de cura são de 80%.
NEUROBLASTOMA - Ocorre geralmente em crianças com menos de 5 anos. Os locais mais comuns são abdome, tórax e pescoço, perto da coluna vertebral. Pode afetar o fígado, ossos e a medula óssea. Todos os tumores do abdome podem ser confundidos com verminose. Se a criança tem aumento da barriga que não melhora, deve-se procurar um médico para avaliação. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Se o tratamento não for iniciado a tempo, a criança pode ficar com paralisia definitiva. Para diagnosticar o neuroblastoma é necessário, em geral, realizar uma biópsia do tumor, ou seja, retirar um pedaço pequeno através de cirurgia para que um médico patologista possa vê-lo no microscópio. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
TUMOR DE WILMS -  É um tumor frequente na infância, geralmente aparece antes dos 5 anos de idade. O tumor de Wilms nasce nos rins, manifestando-se como uma massa no abdome. A criança pode ainda apresentar sangue na urina, dores abdominais e pressão alta. O exame mais indicado para o diagnóstico é o ultrassom. O tratamento é cirurgia, em que se retira o rim comprometido, seguido, em geral, de quimioterapia e, em alguns casos, de radioterapia. A cura está estimada em torno de 90% dos casos.
SARCOMAS DE PARTES MOLES - São tumores que podem ocorrer em músculos, gordura e articulações. Afetam tanto crianças, quanto adolescentes e adultos. Existe um aumento progressivo, inchaço no local do tumor e, em geral, há dor e a pele pode ficar vermelha. Os sarcomas podem ocorrer na cabeça, no pescoço, na área genital, nos braços e nas pernas. Em adolescentes, pode localizar-se na região dos testículos, provocando aumento do escroto, sendo confundido com hérnias. O paciente não pode ter vergonha de contar seu problema ao médico! Para diagnosticar os sarcomas é muito importante que um médico experiente em câncer realize uma biópsia a fim de examinar o tumor no microscópio. O tratamento dos sarcomas é feito, em geral, com cirurgia e quimioterapia.
TUMORES ÓSSEOS - São mais frequentes em adolescentes. Quase sempre a criança conta que teve uma batida, que causou dor, mas a dor não vai embora. O local mais comum é logo acima ou logo abaixo do joelho. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver também um inchaço no local. Esses sintomas podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-lo, é importante fazer raio X do local doloroso, e um médico ortopedista, com bastante experiência em câncer, deve realizar uma biópsia com agulha, sem cortar a pele. Os tipos mais comuns de tumores ósseos malignos são osteossarcoma e Sarcoma de Ewing. O tratamento é feito com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
RETINOBLASTOMA - Afeta os olhos e geralmente ocorre antes dos 4 anos de idade. A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor nos olhos ou perder a visão. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento para que o diagnóstico seja o mais precoce possível. Os retinoblastomas são diagnosticados por médicos experientes através do exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se deve realizar biópsias. Os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Nos casos adiantados, o olho pode precisar ser retirado e a criança pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.
DOENÇA DE HODGKIN - É um tumor que acomete gânglios e baço mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos começa com adenomegalias, "ínguas" que vão crescendo no pescoço, nas axilas ou na região inguinal. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do Linfoma de Hodgkin é feito através de biópsia de um gânglio aumentado de tamanho. O tratamento é feito com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas adequadamente, 85 ficam completamente curadas.
HISTIOCITOSE - Apesar de não ser câncer, a histiocitose é uma doença tratada por oncologistas, pois muitas vezes as crianças precisam de quimioterapia para melhorar. Pode apresentar-se como uma dermatite seborreica de difícil tratamento, otite com pus nas orelhas que vai e volta, lesões na pele, fígado e baço aumentados, lesões nos ossos e anemia.
TUMORES GERMINATIVOS - São tumores do ovário ou testículos, raros na infância. Os tumores de ovário podem causar dores abdominais, geralmente crônicas, puberdade precoce (crescimento dos seios e aparecimento de pelos antes do tempo) e tumorações palpáveis. Os meninos com testículos que não desceram para a bolsa escrotal (criptorquidia) devem ser vigiados com ultrassom, pois a incidência de câncer é 20 a 40 vezes maior nesses casos. O sinal de alerta é o aumento da bolsa escrotal, confundido muitas vezes com hérnia. O diagnóstico é feito na cirurgia em que se retira o tumor. Nos meninos é importante ainda que a cirurgia seja realizada pela barriga e não abrindo o escroto. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia.
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Conheçam o belo trabalho desenvolvido por esta instituição acessando o http://www.graacc.org.br/

ATENÇÃO: Para quem perdeu o programa desta última quinta-feira, ainda há chance de assistir às reprises no DOMINGO, 13h30, na SEGUNDA, 12h30, e na TERÇA, 18h30.
E para quem está acompanhando a luta de nossa amiga e telespectadora Letícia Godoy, de Brasília, uma notícia animadora: seu filho Lucas, 16 anos, deixou ontem a UTI e seu organismo vem reagindo bem ao tratamento quimioterápico. Viva!!! Estamos na torcida!!!
Também estamos na torcida pela Amanda, filha da Joilza, de Bagé/RS, que nos mandou um relato emocionado. Querida Joilza, muita que tudo vai dar certo!!!

Agora, com a palavra o nosso telespectador Marcos Maciel, que nos enviou a seguinte mensagem:
Boa noite! Meu nome é Marcos Maciel, estudante de medicina, e envio este e-mail com único intuito de elogiar pelo belo programa de hoje(11/03). O assunto foi tratado com delicadeza e muitíssimo bom gosto. Parabéns!
Marcos, nós é que agradecemos pela sua audiência e participação!!!

Bom, gente, no decorrer da semana continuaremos abordando o assunto. Acompanhem nosso blog: tornem-se nossos SEGUIDORES ou assinem nosso FEED para ficarem por dentro das novidades do programa!
Um grande beijo,
Equipe Papo de Mãe

quarta-feira, 10 de março de 2010

PAPO SÉRIO: Câncer Infantil

Oi, gente!!!
O Papo de Mãe desta semana vai tratar de um assunto muito sério: câncer infantil - doença que atinge entre 12 e 13 mil crianças por ano no Brasil. No programa, histórias de muita emoção, luta e superação como a da jornalista Soninha Francine, mãe de Júlia, que teve leucemia e hoje está curada. O programa destaca ainda a importância do diagnóstico precoce e as opções de tratamento. Entre os convidados, o fundador dos Doutores da Alegria, Wellington Nogueira. Vocês não podem perder: programa inédito nesta quinta-feira, 18h30. Reprises no domingo, 13h30; na segunda, 12h30 e na terça, 18h30.


E aqui no blog, durante toda a semana, estaremos trazendo muita informação para vocês. Acompanharemos a luta de nossa querida amiga e telespectadora Letícia Godoy, de Brasília, mãe do Lucas, 16 anos, diagnosticado com leucemia mielóide m3 em fevereiro deste ano. Para que familiares e amigos acompanhem o desenrolar do tratamento, ela criou o blog http://leucemiamieloidem3.blogspot.com/, o qual nós estamos acompanhando também.  

Querida, Lê!

O programa desta semana e as postagens do blog serão dedicados a você, ao Lucas e a todas às famílias que estão passando por uma situação difícil como a sua.
Muita força e muita fé!
Estamos torcendo por vocês!
Ah, e já avise o Lucas que assim que ele melhorar terá que vir a São Paulo com você para participar do nosso PAPO!!!
Um grande beijo,
Mariana, Roberta, Clarissa e toda equipe do Papo de Mãe.

terça-feira, 9 de março de 2010

Sono: entrevista com Márcia Pratella Hallinan

Olá, pessoal!
Depois de um breve intervalo para comemorar o Dia Internacional da Mulher, estamos de volta com mais papo sobre SONO.
A nossa repórter Rosangela Santos conversou com a neuropediatra Márcia Pratella Hallinan, especialista em distúrbios do sono, que falou com excusividade para o Papo de Mãe. Confiram a entrevista! Um grande beijo e até mais!

RS: Qual a diferença entre terror noturno e pesadelo?
MH: O terror noturno acontece no momento da mudança de um tipo de sono para outro. Então, quando a criança passa de um tipo de sono para o outro ela tem essa manifestação que, muitas vezes, é muito exuberante. Isso faz a gente pensar que a criança está se defendendo, que ela está tendo um sonho ruim. Mas, na verdade, ela não tem nenhuma consciência do que está acontecendo. Se ela acordar logo depois da crise, ou no dia seguinte, e for perguntado o que aconteceu, ela não vai saber responder.
Já o pesadelo acontece no momento do sono em que a gente tem sonhos mesmo. Quando a gente tem aqueles sonhos vívidos, que parecem um filme. Então, a criança acorda muito assustada e, às vezes, vai até o quarto dos pais. Mas ela vai falar “eu tive um sonho mau, eu sonhei com uma coisa que me deixou muito assustada”. Então, a diferença fundamental é essa. No pesadelo, ela vai contar o que sentiu, o que houve. No outro caso (terror noturno), é mais a manifestação, mas a criança realmente não tem noção do que aconteceu.

RS: O que fazer durante uma crise de terror noturno?
MH: Esperar. Só esperar. Veja se ela está respirando bem e espere. A crise vai durar  de três a cinco minutos na maioria das vezes. Não se deve chamar ou tentar acordar porque ela não vai entender nada.

RS: Comer muito  antes de dormir faz mal ou é crendice?
Não é crendice. Na verdade, isso se aplica mais aos pesadelos mesmo porque a gente sabe que, quando estamos em processo digestivo, todo nosso sangue - grande parte dele - vai trabalhar para, justamente, digerir aquilo que a gente comeu, absorver as vitaminas, etc. Aí sobra menos para o cérebro... Então, não é recomendável, nem pro adulto nem pra criança, comer muito próximo do horário de dormir. O ideal é que isso seja feito pelo menos duas horas antes do horário de dormir, justamente para a gente ter uma entrada no sono mais tranquila, mais adequada...

RS: Distúrbios do sono são mais comuns em crianças?
MH: Com certeza eles são muito mais prevalentes na criança. Nos bebês, 40% deles vão ter uma ou outra crise. Na criança em idade escolar, 30 %. Adolescentes, 15%. E adultos 1%. Tudo isso quando se fala em distúrbios não respiratórios, pois com distúrbios respiratórios é diferente.

RS: E quais são as recomendações para evitar este tipo de problema?
MH: O pesadelo, por exemplo, acontece ao longo da vida. Mas ele também é muito mais favorecido por situações estressantes. Então, na criança, a gente sempre recomenda não deixar assistir filmes ou desenhos muito violentos, ou até mesmo telejornais.

RS: O local do sono influencia?
MH: Também influencia. Claro que a gente sempre orienta que seja um local agradável, ventilado. A recomendação atual é que se coloque uma luz fraquinha azul no quarto da criança. O comprimento de onda da luz azul favorece a entrada no sono e a manutenção das ondas elétricas do cérebro mais uniformes. Isso faz com que o sono fique, digamos, mais tranquilo. Então, desde pequenininho, a gente já orienta os pais a colocar uma luzinha azul bem fraquinha.