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Reprise aos sábados, 11 horas
Na TV Brasil

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

NESTE DOMINGO O NOSSO PAPO SERÁ SOBRE AS SOGRAS!!!


Você se dá bem com a sua sogra? E você que é sogra, como anda sua relação com genro ou nora? No Papo de Mãe deste domingo vamos bater um papo com sogras, sogros, noras e genros para tentar descobrir o que tem por trás de todo esse parentesco.
No estúdio, Mariana Kotscho e Roberta Manreza recebem, além dos convidados, a psicóloga Dorli Kamkhagi, o jornalista Adáulio Dantas e o escritor José Ruy Gandra, autor do livro “Coração de Pai”.
Nas reportagens, Rosangela Santos dá um passeio pela Bienal do Livro e mostra para a gente a quantidade de livros que existem sobre o tema “sogras”. Tem também Pedrinho Tonelada num papo pelas ruas de São Paulo.
Após o programa, converse conosco pelo chat até as 21 horas. Acompanhe as postagens do blog ao longo da semana, assinando nosso Feed. Siga o Papo de Mãe pelo twitter e pelo facebook. E para entrar em contato conosco, escreva para [email protected].
Papo de Mãe é um programa imperdível e fundamental para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Emocionante. Interativo. E com muita prestação de serviço. Neste domingo, 02/09/2012, às 19 horas, na TV Brasil.



 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O Papo de Mãe sobre Infertilidade já está disponível no blog!

A INFERTILIDADE E A ENDOMETRIOSE

Fonte: GAPENDI

 
Estima-se que 30 a 40% de mulheres inférteis, submetidas à laparoscopia, apresentam diagnóstico de Endometriose, o que sugere uma ligação muito próxima entre a doença e a dificuldade para engravidar. Logicamente, nem todas as portadoras apresentam infertilidade, até porque, se isto acontecesse, nosso país notaria uma queda no índice de natalidade, já que somos mais de 6 milhões de portadoras.
Assim sendo, podemos concluir que nem sempre o diagnóstico de endometriose será também um atestado de infertilidade, mas como muitas portadoras apresentam dificuldade para engravidar, torna-se necessário falarmos sobre o assunto.
Neste texto, tentaremos explicar como a Endometriose pode causar a Infertilidade e o que pode ser feito para reverter este quadro. Vamos lá?
 
- COMO A ENDOMETRIOSE CAUSA A INFERTILIDADE?
Esta é uma pergunta que não foi totalmente esclarecida. O próprio desconhecimento da Causa da Endometriose, bem como suas diferentes formas de gravidade (estágios), e ainda, o fato de algumas pacientes não apresentarem dificuldades para engravidar, dificultam o entendimento exato do motivo pelo qual esta doença causa a infertilidade.
Entretanto, algumas pesquisas levantam fatores importantes, como os que seguem abaixo:
 
1) Alterações Anatômicas
O "fator mecânico" é uma das mais lógicas explicações para a infertilidade causada pela Endometriose. Geralmente ocorre nos estágios mais avançados da doença (III e IV), pois os endometriomas e/ou aderências pélvicas que se desenvolvem nestes estágios levam a uma distorção anatômica dos órgãos envolvidos na reprodução. Em outras palavras, a endometriose causa cicatrizes e aderências que podem "grudar" os órgãos entre si, tirando-os de sua posição habitual. Como consequência, as tubas uterinas não conseguem captar o óvulo, pois estão aderidas à alguma outra parte da pelve, longe dos ovários. O mesmo pode acontecer aos ovários. Além disto, podem existir cicatrizes no interior das tubas uterinas, bloqueando-as e impedindo o encontro do óvulo com o espermatozóide. Nestes casos, somente a cirurgia para "lise(remoção) de aderências" e para a destruição dos focos visíveis da endometriose poderia melhorar a fertilidade; mesmo assim não é garantido que a paciente conseguirá engravidar, pois parecem existir outros fatores envolvidos neste processo.
 
2) Alterações Bioquímicas
Todos os nossos órgãos, localizados na região abdominal e pélvica, são revestidos e/ou protegidos por uma membrana serosa chamada "Peritôneo". Assim, os ovários e as tubas uterinas também estão "dentro" desta membrana, e portanto, em constante contato com os líquidos produzidos neste "ambiente peritoneal". Alguns estudos explicam que o fluido peritoneal de mulheres com endometriose contém substâncias bioquímicas prejudiciais à fertilidade. Estas substância são produzidas pelas células de endometriose ou por células do sistema imunológico (presentes em maior quantidade nas portadoras) e interferem em vários aspectos da função reprodutiva, como por exemplo, alterações tubárias, na captação do óvulo e na própria ovulação.
 
3) Alterações Imunológicas
A fim de alcançar a gravidez, o esperma precisa entrar no corpo da mulher. Então, ao fecundar o óvulo, forma-se o embrião, que pode ser "julgado" pelo sistema imunológico feminino, como um "corpo estranho", invasor. Entretanto, se a gravidez ocorrer, o sistema imunológico das mulheres, geralmente, se adpata à presença deste "corpo estranho" durante os nove meses. Ou seja, existe um mecanismo natural e normal que informa ao sistema imunológico que aquele embrião não traz perigo ao corpo da mulher, evitando-o que seja eliminado. Porém, estudos demonstram que o Sistema Imunológico de mulheres com Endometriose não funciona adequadamente. Ocorre uma falha no mecanismo de defesa que acaba por atacar tanto o esperma quanto o embrião, impedindo a concepção e o desenvolvimento da gravidez. Corrigir ou reforçar o Sistema Imunológico pode ajudar a recuperar a fertilidade nas portadoras de endometriose.
 
4) Alterações Endócrinas
Todos os meses, no início do ciclo menstrual um hormônio conhecido como FSH (folículo estimulante) começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no cérebro), fazendo com que se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos). Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com a falta desse hormônio, alguns folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles folículos recrutados (que começam a crescer), apenas um (raramente dois) se desenvolve até o fim e vai ovular. Infelizmente, mulheres com endometriose apresentam alterações anormais nos níveis dos hormônios relacionados com o desenvolvimento deste folículo dentro do ovário, o que influencia diretamente no processo reprodutivo. Assim podem apresentar problemas como: crescimento folicular alterado, diminuição no crescimento do folículo e fase folicular muito curta.
 
Além destes, existem outros fatores envolvidos na infertilidade causada pela endometriose, por exemplo:
*Alterações na Função Ovulatória (Anovulação);
*Hiperprolactinemia (aumento exagerado na produção de prolactina);
*Dificuldades na implatação do embrião no útero;
*Abortamento espontâneo;
*Dores nas relações sexuais;
*Alterações Genéticas.
 
- SERÁ QUE VOU CONSEGUIR ENGRAVIDAR?
Infelizmente, a infertilidade pode ser uma consequência presente tanto nos graus mais leves, como nos mais avançados da doença. Nos graus mais avançados, como vimos anteriormente, a infertilidade pode estar relacionada, principalmente, às alterações anatômicas presentes neste estágio da doença. Já a dificuldade de engravidar nas portadoras com endometriose mínima e leve pode ter outras explicações, como as mencionadas acima.
O fato é que as chances de engravidar são maiores após o tratamento dos focos e/ou aderências causadas pela doença, que pode ser feito através da Videolaparoscopia e também através de medicações. Neste sentido, ser atendida por um especialista em endometriose é primordial e necessário, especialmente, para a preservação dos órgãos envolvidos na reprodução. Tratar do emocional, cuidar da alimentação e procurar terapias alternativas (acupuntura, ioga, pilates e outros) também auxiliam neste processo.
É importante lembrar que nem sempre a gravidez natural virá com facilidade, por isto recomenda-se às portadoras que busquem técnicas de Reprodução Assistida para alcançarem o tão desejado sonho de ter um bebê.
Para finalizar: Se você está lutando contra a Endometriose para conseguir engravidar, não desanime! Sabemos que é complicado, difícil e doloroso; mas a persistência e a fé são muito importantes nesta caminhada!
 
GAPENDI (Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade)
Contatos: 
 
***
IMPORTANTE!
- Agradecemos ao Grupo Gapendi pelo envio deste artigo. 
- Para assistir ao Papo de Mãe sobre Endometriose clique aqui.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

INFERTILIDADE: CAUSAS E TRATAMENTOS


*Por Dr. Edward Carrilho

Causas de Infertilidade e seu tratamento

Infertilidade é definida como a incapacidade do casal obter uma gestação após o mínimo de um ano sem uso de métodos contraceptivos. Em outras palavras, um casal que não esteja evitando uma gravidez e não engravida após um ano de tentativas deve-se suspeitar de infertilidade. A infertilidade não é rara, afetando 8 a 15 % dos casais. As causas de infertilidade são muitas e deve ser encarada como um problema conjugal, pois pode afetar igualmente homens e mulheres.
 

Principais causas de infertilidade

As causas podem ser masculinas, e se apresenta como alteração do espermograma (exame simples onde podemos avaliar a quantidade e qualidade dos espermatozoides). As causas masculinas são responsáveis por metade das causas de infertilidade conjugal. Muitos fatores podem afetar a qualidade dos espermatozóides, como: varicocele (dilatação das veias da bolsa escrotal), infecções (que podem acometer os testículos ou próstata), alterações hormonais (como tireoide, hipófise, suprarrenal), cromossômicas e genéticas.

Entre as causas femininas podemos citar:
 
- Endometriose, que é a presença de tecido endometrial (aquele que reveste o interior do útero) localizado fora do útero, geralmente em pelve, próximo aos ovários e trompas. A endometriose causa uma inflamação e dificulta a fertilidade por muitos mecanismos.

- Síndrome dos ovários policísticos, alteração ovulatória mais comum na mulher, afetando aproximadamente 10% destas. Pode ocorrer irregularidade menstrual, acne, aumento de pêlos no corpo, aumento da insulina e pequenos cistos nos ovários.

- Alteração nas trompas, que podem variar de obstruções a aderências. As causas principais são infecções prévias, endometriose e antecedente de cirurgias pélvicas, ou mesmo ligadura ou laqueadura tubárea.

- Alterações uterinas, que podem ocorrer devido a pólipos, miomas, aderências uterinas, infecções, antecedentes cirúrgicos (curetagens, partos) são causas menos frequentes, mas não menos importantes.

O casal com dificuldade para engravidar deve procurar um especialista em reprodução humana que fará uma avaliação clínica completa e através de exames específicos poderá encontrar a causa do problema e decidir pela melhor opção de tratamento para o casal.
 
***

* Dr. Edward Carrilho é ginecologista e especialista em reprodução humana, da Clínica Engravida. Participou da reportagem de Rosangela Santos para o Programa Papo de Mãe sobre o tema Infertilidade, exibido em 26.08.2012.

 
Mini Currículo

Dr. Edward Carrilho - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo; Residência Médica em Ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo; Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; Especialização em Reprodução Humana pela Universidade Federal de São Paulo; Formação em Ultrassonografia pelo Centro de Treinamento em Ultrassonografia CETRUS.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Infertilidade: interrupção no projeto de vida

 

Por Ana Rosa Detilio Mônaco*

 
A infertilidade é vista como uma das mais sérias crises da vida, pois o casal se depara com a interrupção de um projeto de vida que, muitas vezes, inicialmente, é entendido como a base da relação.
Somos criados e preparados para a maternidade/paternidade como “um acontecimento natural”. Não faz parte das informações que recebemos a possibilidade de nos depararmos com tal dificuldade. Outra questão, é que as famílias e amigos, na maioria das vezes, não têm compreensão clara das experiências pelas quais está passando o casal, gerando, muitas vezes, sentimentos de serem os únicos a viverem esta crise e se sentirem incompreendidos. 

A qualidade do relacionamento do casal é bastante relevante em todo este processo, pois ninguém, na realidade, vive e sente o que eles estão passando. Portanto, a união do casal é muito importante neste contexto. O fato de o filho não ser concebido pelo ato sexual poderá refletir negativamente neste momento ou até no resto de suas vidas.

O homem e a mulher sentem de forma diferenciada os sentimentos inerentes a esta vivência, pois a realidade individual de cada um irá determinar a diversificação afetiva desta vivência. As questões culturais também têm forte influência na reação de cada pessoa.

A literatura descritiva apresenta a infertilidade como uma experiência devastadora, especialmente para as mulheres, pelo grau de importância que a realização da maternidade pode ter em seu psiquismo. Não poder gerar filhos pode ser um forte abalo nos referenciais identificatórios da mulher. A maternidade pode ser mais um elo na constituição da identidade feminina.

Pesquisas mostram que 50% das mulheres contra 15% dos homens dizem ser a experiência da infertilidade a que mais abalou sua vida. A diferença é que os homens preferem evitar falar sobre o assunto e ir direto à ação, enquanto as mulheres gostam de falar sobre a questão. Abordar o assunto faz as mulheres se sentirem melhor, e os homens, muitas vezes, pior. A intervenção do psicólogo auxilia o casal também na compreensão destas diferenças que podem afastar o casal afetivamente.

Também sabemos que quando é o homem que apresenta o “problema” e este tem necessidade de ajuda médica, cada consulta, exame, etc. legitima a impossibilidade que é confirmada em cada etapa do tratamento. Sabemos que eles podem sofrer tanto quanto as mulheres, porém manifestam de forma diferenciada. Geralmente, não falam muito no assunto, às vezes, se envolvem mais no trabalho e podem até desenvolver ações que antes não exerciam como beber, etc.

Para a maioria das mulheres, o “ser mãe” (gravidez, parto, criança) é um pilar fundamental de sua identidade feminina. Isto segue ainda, apesar das mudanças sociais das últimas décadas, graças as quais o desenvolvimento profissional ganhou terreno na construção da identidade de muitas mulheres. Paradoxalmente, esta nova possibilidade de fortalecimento da identidade, que surge do desenvolvimento profissional, faz com que a mulher busque a maternidade em idade avançada, o que implica diminuição na taxa de fertilidade e, portanto, possíveis problemas para conseguir sua gravidez.    

Em ambos os casos o desgaste emocional é muito grande, uma vivência relacionada paralelamente entre a vida e morte, pois este filho já existe no psiquismo do casal, porém pode não se tornar real. A literatura aponta que a elaboração do fracasso é semelhante à elaboração do luto.

A decisão pelo tratamento é outro ponto importante. O casal, frente à primeira tentativa, geralmente idealiza o resultado positivo e busca “ouvir” somente o que se refere a esta escuta, a fim de se defenderem da possibilidade de fracasso. Já o casal que viveu algum resultado negativo, poderá apresentar expectativas diversificadas, relacionadas à experiência anterior.

Outras questões surgem neste âmbito: a privacidade do casal é invadida pelo tratamento, a rotina é completamente modificada. Portanto, é importante que os envolvidos tenham atenção frente a tais sentimentos e busquem juntos alternativas para conviverem com esta realidade, minimizando maiores danos em suas vidas, porém enfrentando juntos a busca pelo tão desejado filho.

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*Ana Rosa Detilio Mônaco é psicóloga. Participou como especialista convidada do Papo de Mãe sobre Infertilidade, exibido em 26.08.2012. Contato: [email protected].

 


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

INFERTILIDADE: Conheça o Projeto Beta!

O tema do Papo de Mãe deste domingo foi Infertilidade.

Recebemos no estúdio, além de casais que passaram pelo problema, especialistas no assunto como a Dra. Ana Rosa Mônaco, psicóloga, e o Dr. Nélson Antunes Júnior, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana.
 
Dra Ana Rosa Mônaco e Dr. Nélson Antunes Jr.
Vale lembrar que o Dr. Nélson é um dos idealizadores do Projeto Beta, cuja filosofia se baseia em oferecer qualidade assistencial e tratamento humano para uma parcela da população que até então se sentia excluída devido ao alto custo do tratamento.

No Projeto Beta, os casais passam por uma seleção em que, após escolhido o tratamento adequado, são encaminhados para a classificação econômica, ou seja, o custo do tratamento é adequado ao perfil social do casal.

Abaixo seguem algumas dúvidas frequentes sobre o Projeto Beta e sobre o tema Infertilidade, extraídas do site www.projetobeta.com.br, local em que vocês podem encontrar outras informações.

Qualquer casal pode participar do projeto?
Sim, qualquer casal com indicação para tratamento de infertilidade pode participar. Para isso, basta que o casal se inscreva nas palestras que ocorrem periodicamente, que é quando os especialistas estarão disponíveis para esclarecer todas as dúvidas e questões dos casais relacionadas à infertilidade. Solucionadas as questões, os casais podem optar em marcar a consulta para que o médico faça o diagnóstico e encaminhe o casal ao tratamento adequado.
 
Os bebês nascidos de fertilização são saudáveis?
Os bebês são tão saudáveis como de uma gestação natural. O risco de problemas na formação do bebê estão mais relacionados com a idade da mulher do que qualquer outro fator.
 
Quais são as causas de infertilidade?
Podem ser tanto de caráter social como clínico. Entre as primeiras, podemos citar a idade avançada e as consequências devido ao estilo de vida das pessoas (obesidade, tabagismo, álcool, drogas e excesso de trabalho). As principais causas clínicas são: fatores masculinos (30%), fatores tubários e endometriose (30%), fatores ovarianos (20%), fatores associados (10%), infertilidade sem causa aparente (10%). Miomas e pólipos uterinos são causas raras de infertilidade conjugal e estão mais relacionados aos abortamentos.
 
A esterilidade afeta muitos casais?
Estes dados variam na literatura, dependendo do país onde foi publicado. Porém, de forma geral, a esterilidade conjugal atinge cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva.
 
As mães de aluguel são permitidas no Brasil?
O nome correto desta modalidade de tratamento é cessão temporária do útero. Tal modalidade é permitida no Brasil, desde que seja obedecida a seguinte situação: a mulher que cede o útero deve ser parente de primeiro grau (mãe, irmã ou prima de primeiro grau) da mulher que não pode gestar. Caso não seja possível atender esta exigência, o caso deve ser submetido à parecer do Conselho Regional de Medicina.
 
Os fatores psíquicos podem provocar a infertilidade?
Não sabemos qual a influência que os transtornos emocionais podem ter na reprodução. O stress associado à reprodução deve ser tratado porque deteriora a qualidade de vida do casal.
 
Quem costuma ser responsável pela infertilidade? O homem ou a mulher?
Em 40% dos casos o fator masculino é responsável pela infertilidade conjugal: alterações testiculares, obstrução dos ductos, afecções da próstata ou do epidídimo, alterações na ejaculação ou ereção e uso de medicamentos ou drogas. Estas alterações, de alguma forma, alteram a qualidade seminal (concentração, motilidade ou morfologia dos espermatozóides) e também podem levar a alterações na fita do DNA que o espermatozóide carrega (fragmentação do DNA).
Outros 40% devem-se a causas femininas como: menopausa precoce, endometriose, obstruções ou lesões das tubas uterinas, anomalias uterinas e cervicais ou problemas ovulatórios (como a Síndrome dos ovários policísticos).
Os 20% restantes devem-se a causas desconhecidas ou combinadas, em que tanto a mulher quanto o homem apresentam alterações que dificultam a gravidez. Nós preferimos falar sempre das causas conjugais porque, seja qual for o problema, a colaboração dos dois membros é fundamental.
 
Como se faz o cálculo do período fértil?
Pressupondo um ciclo menstrual normal de 28 – 30 dias, a ovulação ocorrerá por volta do 14° dia - 24 horas depois da ovulação verifica-se uma elevação da temperatura basal de 1° C. Este sinal é a base do método de controle da ovulação, apesar de não ser um método muito prático. Por volta do período ovulatório, a observação dos sinais secundários da ovulação é importante, pois auxilia na detecção do período fértil. Neste período, a mulher pode perceber que a lubrificação vaginal aumenta (o muco cervical fica filante, semelhante à clara de ovo) e no momento da ovulação pode sentir dor tipo cólica (leve). Pode-se também estimar seu período fértil utilizando o simulador.
 
Existe uma idade limite para engravidar?
A maturidade física e psíquica da mulher faz com que a idade ideal para ter filhos seja entre os 20 e 30 anos. Mas, hoje em dia, os casais decidem ter filhos tardiamente, devido em grande parte à integração da mulher no mercado de trabalho. A partir dos 35 anos a fertilidade feminina diminui sensivelmente e a partir dos 45 a possibilidade de gravidez é excepcional.
Não há uma idade limite que impeça um casal de procurar engravidar. É uma questão difícil de avaliar, pois é uma situação muito particular de cada casal; entre outras coisas, depende da sua saúde e do bem-estar físico de cada um. No caso da mulher, 50 anos seria um limite razoável, a partir do qual não aconselhamos que se submetam aos tratamentos de reprodução assistida.
Porém, vale ressaltar novamente, que o período ideal para uma mulher procurar tratamento seria antes dos 35 anos. Desta forma, a chance de sucesso do tratamento, independente do fator que está impedindo a gravidez, será maior.
 
O que é uma clínica de reprodução assistida como o Projeto Beta?
É um centro médico especializado na investigação e no tratamento das causas de infertilidade conjugal, utilizando profissionais específicos altamente capacitados e as mais modernas tecnologias de reprodução humana. Frente aos problemas de fertilidade conjugal, deve-se recorrer aos ginecologistas especializados, dado que o estudo da infertilidade é complexo e compreende provas que não são efetuadas em tratamentos ginecológicos habituais.
No caso do Projeto Beta, a intenção é ajudar uma parcela da população que não se sentia a vontade de conhecer uma clínica de reprodução assistida, justamente pelo alto valor de seus tratamentos. Por essa razão, o Projeto Beta oferece palestras gratuitas para elucidar os casais que sentem desejo em conhecer mais profundamente os métodos e fiquem mais próximos de realizar seus desejos.
 
Qual o tempo necessário para conseguir uma gestação com métodos de reprodução assistida?
 Após iniciado o tratamento, o tempo médio de duração do tratamento é de 15 dias. Após este período, 14 dias depois é feito o teste de gravidez. Portanto, o tempo total é de 1 mês para termos o resultado do tratamento.
 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

INFERTILIDADE É O TEMA DO PAPO DE MÃE DESTE DOMINGO NA TV BRASIL!!!

 
Você sabia que de 10 a 20% dos casais têm problemas para engravidar? E que no Brasil existem cerca de 15 milhões de casais inférteis? É por isto que, neste domingo, o Papo de Mãe vai tratar sobre Infertilidade.
Vamos discutir as causas, os tratamentos, desmistificar mitos e compartilhar experiências com casais que tiveram problemas de infertilidade e conseguiram superá-los.
No estúdio, Mariana Kotscho e Roberta Manreza recebem convidados, entre eles o especialista em reprodução humana Dr. Nélson Antunes Júnior e a psicóloga Ana Rosa Mônaco. Tem ainda a participação dos internautas com Clarissa Meyer.
Nas reportagens, Rosângela Santos mostra como funciona o congelamento de óvulos. Davi de Almeida traz a “vez do pai”, e Maria Manso bate um papo com as pessoas pelas ruas de São Paulo.
Após o programa, converse conosco pelo chat até às 21 horas. Acompanhe as postagens do blog ao longo da semana assinando nosso Feed.  Siga também o Papo de Mãe pelo twitter (@papodemae) e curta a nossa fan page no Facebook (Programa Papo de Mãe II).
Papo de Mãe é um programa imperdível e fundamental para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Emocionante. Interativo. E com muita prestação de serviço. Neste domingo, 26/08/2012, às 19 horas, na TV Brasil.







 


terça-feira, 21 de agosto de 2012

15 anos: reportagem exclusiva!


A Débora Emílio foi conversar com uma família sobre os preparativos para uma festa de 15 anos. Confiram esta entrevista com exclusividade para o Blog Papo de Mãe!


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

15 anos: você sabia que o adolescente também precisa tomar vacinas?


Confira o Calendário de Vacinação do Adolescente.


Nota: Mantida a nomenclatura do Programa Nacional de Imunização e inserida a nomenclatura segundo a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 61 de 25 de agosto de 2008 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

15 ANOS É O TEMA DO PAPO DE MÃE DESTE DOMINGO!!

No Papo de Mãe deste domingo vamos conversar sobre os “15 anos”. O que será que esta idade tem de tão especial, tanto para meninas, quanto para meninos?
No caso das meninas, além da tão sonhada festa, o que mais acontece? E com os meninos, como será que é completar 15 anos?
Para conversar sobre o assunto, Mariana Kotscho e Roberta Manreza recebem mães, filhos e especialistas, entre eles o psicólogo Luís Fernando Nieri de Toledo Soares e a médica pediatra e hebiatra Dra. Maria Dulcinea de Oliveira. Tem ainda  Mariana Verdelho numa conversa com adolescentes e Maria Manso num papo com as pessoas pelas ruas de São Paulo.
Após o programa, converse conosco pelo chat até as 21 horas. Acompanhe as postagens do blog ao longo da semana assinando nosso Feed. Siga também o Papo de Mãe pelo twitter (@papodemae) e curta a nossa fan page no Facebook (Programa Papo de Mãe II).
Papo de Mãe é um programa imperdível e fundamental para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Emocionante. Interativo. E com muita prestação de serviço. Neste domingo, 19/08/2012, às 19 horas, na TV Brasil.








terça-feira, 14 de agosto de 2012

Hoje temos dicas de leitura!!!

Pequeno dicionário brasileiro da língua morta
Alberto Villas


Neste obra o jornalista  busca mostrar o rico vocabulário da língua portuguesa e suas mutações ao longo do tempo. Para os mais antigos, por exemplo, a palavra "café com leite" não era só uma bebida, mas poderia significar  uma pessoa meio boba, que não fazia parte de nenhuma rodinha de amigos; o sujeito fácil, assim como o "arroz de festa". Alberto Villas procurou reunir em 'Pequeno dicionário brasileiro da língua morta' palavras que considera hilárias e curiosas que caíram em desuso com o passar dos anos. 
***

Coração de Pai
José Ruy Gandra

Ao escrever o livro em que relata suas experiências ligadas à paternidade, o autor esperava reaproximar seus dois filhos, frutos de casamentos diferentes. Ele não só alcançou seu propósito, reaproximando os rapazes, como viu a primeira edição do livro esgotar-se rapidamente. A grande prova, porém, ocorreu em janeiro de 2012, quando Gandra foi colhido pela notícia da morte do seu primogênito, um promissor cineasta vitimado por um infarto em Londres, aos 28 anos de idade. Longe de fugir ao assunto, José Ruy adicionou 11 capítulos inéditos ao livro – a maioria deles tratando dessa perda.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Paternidade tardia aumenta longevidade de filhos e netos, diz pesquisa



De acordo com novo estudo, filhos de pais mais velhos herdam estrutura do DNA mais longa, o que está associado ao atraso do envelhecimento

Fonte: Revista Veja

A descendência de pais e avós que tiveram seus filhos com idades avançadas poderia resultar em benefícios genéticos que ampliariam a longevidade, aponta um novo estudo feito na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, esse processo genético representa uma adaptação evolutiva que provocaria o alargamento dos telômeros, estrutura encontrada nos extremos dos cromossomos, responsável pelo envelhecimento.

"Se o seu pai e avô foram capazes de viver e reproduzir-se em idades tardias, isto poderia indicar que você poderia viver em um ambiente similar", diz Dan Eisenberg, coordenador do estudo.

Vários estudos anteriores já haviam demonstrado uma relação entre os telômeros mais curtos que resultam em doenças provocadas pela idade e os telômeros mais longos, que atrasam o envelhecimento, recordam os autores da pesquisa, que foi publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

De acordo com os pesquisadores, os homens que retardam a reprodução transmitem aos filhos e netos telômeros mais longos que poderiam fazê-los viver mais tempo e permitiriam dar prosseguimento à reprodução com idades mais avançadas, segundo o estudo.


Nesse estudo, os cientistas mediram o comprimento dos telômeros de DNA a partir de amostras de sangue de 1.779 jovens adultos e suas mães. Eles também levaram em consideração as idades de pais e avôs. Os resultados mostraram que o tamanho dos telômeros aumentava não apenas em função da idade do pai, mas também do avô.

De todas as formas, o coautor do estudo Christopher Kuzawa destacou que são necessárias mais análises para determinar se os telômeros mais longos herdados reduziriam os problemas de saúde que a velhice acarreta.

TELÔMEROS
São as 'tampas' das extremidades do cromossomo, uma forma de proteção similar à presente nas pontas de um cadarço de tênis. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.

(Com agência France-Presse)

Fonte:




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PAIS MAIS VELHOS É O TEMA DO PAPO DE MÃE NESTE DOMINGO DE DIA DOS PAIS!


Neste domingo de Dia dos Pais o Papo de Mãe faz uma homenagem a todos os papais, recebendo pais pra lá de especiais: são pais com mais idade - alguns até mesmo com filhos e netos da mesma faixa etária-, mas que nem por isto deixam de ter menos pique e energia para acompanhar a garotada!

Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, a paternidade tardia pode ajudar filhos e netos a viverem mais. O estudo divulgado na Revista Científica da Academia Americana de Ciências diz que filhos e netos herdam a estrutura do DNA favorável à longevidade.

No estúdio, além dos papais Luiz Tripolli, Alberto Villas, Jorge Araújo e Eduardo Trevisan,  suas esposas e filhos, Mariana Kotscho e Roberta Manreza recebem a psicóloga e psicanalista Sílvia Lobo.

Na reportagem de Rosangela Santos, vamos até o Hospital do Homem - Centro de Referência para Saúde do Homem, mostrar quais  são os cuidados com a saúde que os homens devem ter a partir dos 50 anos. Tem ainda um papo pelas ruas de São Paulo com a repórter Maria Manso.

Após o programa, converse conosco pelo chat até as 21 horas. Acompanhe nosso blog durante a semana e nossas redes sociais: twitter: @papodemae e facebook: Programa Papo de Mae I e II. E para entrar em contato conosco escreva para [email protected].

Papo de Mãe é um programa imperdível e fundamental para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Emocionante. Interativo. E com muita prestação de serviço. Neste domingo, 12/08/12, às 19 horas, na Tv Brasil.












quarta-feira, 8 de agosto de 2012

AMIZADES: Ter amigo imaginário é normal e saudável! #Dicas



AMIGO INVISÍVEL OU IMAGINÁRIO

Por Roque Theophilo*


É comum os pais surpreenderem seus filhos em solilóquio (fala de alguém consigo mesmo) e muitos o chamam "amigo invisível" ou "imaginário" com o qual a criança passa o tempo a brincar e a conversar, contando-lhe todos os seus problemas.

Muitos pais acham que somente o filho único tem o "amigo invisível" ou "imaginário".

Muitas crianças, quando estão brincando sozinhas, gostam de imaginar que tem um amigo invisível, e para isso falam com ele, riem e até chegam a ficar zangadas e ficarem dias "de mal".

Quando os pais verificam que o seu filho está falando sozinho costumam ficar preocupados.

Mas, na primeira infância não há motivos para estas inquietações, pois as crianças com estas idades precisam imaginar e criar o seu mundo de fantasia e o mundo da criança é recheado de fadas, duendes e outras homéricas imaginações fantásticas, e é isso que lhe dá felicidade e prazer em crescer.

Se perceberem que uma criança fala com alguém invisível ou com o coelhinho de pelúcia que ganhou na Páscoa, escutem a conversa, e aprendam a estimar essas personagens do "faz de conta" dos seus filhos.

Dos dois anos aos quatro de idade, as crianças vivem uma das fases da vida que se apresenta cheia de encantos. Todos os dias nos surpreendem com novas conquistas, novas proezas. E é também a idade da entrada nas nossas casas dos amigos imaginários.

Muitos pais já devem ter sido confrontados com a obrigação de mudar de cadeira à mesa, porque naquele lugar vai se sentar o amiguinho Tonico, um amiguinho virtual do filho, também denominado "amigo invisível" ou "imaginário", e obrigam a que se coloque um jogo de refeição com prato, talheres e copo, porque o Tonico quer jantar.

Outros pais se depararam com uma criança que interage animadamente com um objeto como, por exemplo, o travesseiro que usaram quando eram bebês, ou mesmo uma fralda, um cobertor da sua vida de berço, ou qualquer outra coisa.

Os amigos imaginários podem surgir de dois modos: amigos invisíveis (que ninguém pode ver) e objetos personificados (com os quais a criança interage como se fossem humanos). Um amigo imaginário pode ser qualquer coisa, e até não ser nada de concreto - simplesmente estar ali para a criança.

Algumas crianças usam brinquedos que vão das bonecas aos cubos. Existem crianças que brincam com personagens que só existem na sua cabeça. O "fazer de conta" permite à criança sentir-se como dona da situação, pois ela é que dá ordens ao amigo invisível, ser por uma vez o responsável, ou chefe: ela pode ensinar, falar, mandar nos seus amigos imaginários de uma maneira impensável, em relação aos seus amigos de carne e osso, ou aos membros da sua família.

Apesar de alguns pais ficarem algumas vezes perplexos perante tal fato, isto pode ser um modo positivo e criativo que a criança arranjou para lidar com o seu mundo de sonho e fantasia, podendo estar sozinha ou não. Na maioria dos casos, trata-se de um recurso valioso para a criança e importante para o seu desenvolvimento, quando surge de modo natural, servindo como fator compensatório.

Um amigo imaginário tem muitas vantagens. É alguém que está sempre disponível para brincar, que gosta de todas as idéias da criança, que coopera e que nunca lhe tira os brinquedos. Por outro lado, estes amigos também são frequentemente usados para a criança se livrar de sentimentos negativos, e lidar com eles, ou para atirar as culpas de algum erro para cima deles.

Mas porque é que as crianças arranjam este tipo de amigos?

As crianças começam a brincar de "era uma vez" ou "faz de conta" desde muito cedo, por volta dos dois anos. E fazem-no repetidamente, imitando frases e atitudes dos adultos. Inicia-se assim um ritual. De certa maneira, nesse novo contexto, no qual surge o amigo imaginário, a criança controla os acontecimentos, sentindo-se importante e especial, sensação esta que pode não encontrar na sua vida familiar, ou na escolar, ou social.

Este tipo de "amigo invisível", ou "imaginário" ajuda as crianças a lidarem com as ansiedades normais do seu crescimento. Pode ser uma grande ajuda, desde que não se ultrapassem certos limites.

Há vários fatores que podem influenciar o aparecimento destes "amigos especiais". Eles podem aparecer quando a criança passa por momentos de estresse ou de ansiedade, como, por exemplo, quando um amigo muda de escola ou vai morar em outra cidade, e então a criança pode substituí-lo por um amigo imaginário.

No caso das saudades de um ser querido, poderá substituí-lo, durante algum tempo, por um amigo imaginário, que contribuirá para que a angústia da separação não seja tão brusca e traumática, deixando que o tempo faça o resto.

Muitos pais que tem filho único que fala com o "amigo invisível" ficam desesperados, pensando em arranjar um irmãozinho, pois isso é um ledo engano, já que muitas crianças, quando nasce um irmão, podem inventar um "amigo" por não estarem interessadas no nascimento do bebê. Termina sendo um recurso compensatório.

Nestas situações de estresse, ou de grandes mudanças, ou perdas importantes, como um divórcio, ida para casa ou escola novas, a perda de um ente querido, ou o nascimento de um irmão, a criança, por não encontrar suporte para enfrentar sozinha o problema, arranja um "amigo invisível", ou "imaginário". Também há de se realçar que são as crianças mais sensíveis e inteligentes que desenvolvem este tipo de recurso.

Quando os pais "expulsam" a criança do quarto do casal sem o uso de tato, pode ocorrer que a mesma, para compensar a perda da companhia, crie o "amigo invisível". Ocorre o mesmo quando a criança é levada para a escola e, quando volta pode começar o solilóquio dos acontecimentos que vivenciou na escola perguntando, ao "amigo invisível" se gostou da professora e dos coleguinhas.

Os comportamentos da criança, e de seu "amigo invisível" são pitorescos e não se trata, como muitos pensam, que ela é solitária.

Quantas vezes pais convidam coleguinhas do colégio para fazerem companhia e a criança manda os pais esperarem porque ele vai consultar o seu "amigo invisível" para ver se está de acordo.

Os "amigos invisíveis", ou "imaginários" também ajudam a criança a lidar com a solidão. O "amigo", ou um objeto de conforto, ajuda a criança a fazer face quando sente os medos infantis, que são as situações que mais angustiam a criança, como o escuro, a solidão, o abandono.

Nessas situações, este amigo lhe faz companhia, preenchendo um pouco o vazio que se instala na vida infantil, reduzindo a ansiedade. Assim, pode fazer com que não perca o controle, uma vez que vai conversando com o amigo e ouvindo a sua própria voz, a qual, entre outras coisas, o acalma. Estes amigos servem, ainda, para a descarga das emoções contidas, que as crianças não conseguem canalizar adequadamente.

Lembretes para os pais de crianças com "amigos imaginários":

·         Os pais não devem dar muita importância a este acontecimento. Se ele persistir até à pré-adolescência então, nesse caso, é interessante consultar um profissional de saúde.

·         Os pais devem saber que ter "amigos imaginários" é algo perfeitamente comum entre crianças de 3 aos 6 anos de idade.

·         Os pais devem saber que esta é uma demonstração das capacidades da criança para explorar e expandir a sua imaginação e criatividade.

·         Os pais devem saber que, muitas vezes, estes amigos são usados para lidar com sentimentos como a raiva ou a inveja.

·         Os pais devem saber que as crianças podem usar estes amigos para praticarem o que é ser e ter um amigo.

·         Os pais devem saber que uma das grandes vantagens destes amigos especiais é que, se os pais ouvirem as conversas das crianças com eles, poderão ser capazes de descobrir alguns dos medos das crianças e alguns conflitos.

·         Os pais devem saber que uma vez que o amigo imaginário também é um confidente, a criança fala com ele dos seus medos, por exemplo, o receio de que alguém a maltrate, ou que não simpatize com ela, ou de algum tipo de inadaptação, ou perda que ninguém tenha notado e que era tão importante para a criança.

·         Os pais devem saber que a descoberta precoce deste, e de outro tipo de acontecimento, poderá ser determinante para proteger ou ajudar a criança.

·         Os pais devem saber que quando a criança pratica o solilóquio e ficar mais exacerbada devem estar atentos e falar com a criança, acalmando-a.

·         Os pais devem saber que é bom temporariamente perguntarem às crianças se realmente acreditam que estes amigos existem.

·         Os pais devem saber que quando uma criança defende vigorosamente a sua existência, no fundo, saberá que é uma brincadeira.

·         Os pais devem saber que tudo tem de ter certos limites, mas não há dúvidas de que estes amigos são importantes para as crianças. E, perante elas, devemos tratá-los com respeito.

·         Os pais devem saber que não vale a pena lutarem contra isto, pois que, não ajuda e pode fazer com que a criança se isole e se sinta diferente, o que não é benéfico.

·         Os pais devem saber que é bom tratar o tema com naturalidade e até tomar parte desse mundo da criança. Incluí-los na vida familiar, como se tratasse de um jogo. Sempre respeitando a faixa etária da criança, os pais não podem frustra-la, chamando-a de tola, maluca, etc. Devem brincar acreditando que o "amigo imaginário" e mais um ser da família. É uma excelente maneira de chegar à criança e estreitar os laços entre pais e filhos.

·         Os pais devem saber que quando a criança se sente mais segura e madura, algo que deve acontecer até aos sete ou oito anos, diz adeus a estes "amigos imaginários", momento em que guardará uma lembrança carinhosa dessa sua etapa etária.

·         Os pais devem saber que a ajuda de um Psicólogo deve ocorrer quando a criança apenas quer estar sozinha com esse seu amigo imaginário, evitando o contato com os outros, ficando limitada e criando conflitos, isto é, alterando o seu normal inter-relacionamento com o meio e com os outros, algo de que a criança precisa para o seu desenvolvimento.

Segundo Jerome L. Singer, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Yale, a imaginação é uma capacidade básica da espécie humana para criar imagens, fantasias e pensamentos. O estudo de crianças de brincar de "faz de conta" dá pistas valiosas acerca da arquitetura básica da mente infantil, uma vez que se trata de uma manifestação da capacidade para transcender o pensamento do que é o mundo aqui e agora, e pensar no mundo tal como poderá ser.

Outros especialistas afirmam que, assim que esta fase começa, as crianças também são capazes de reconhecer o "faz de conta" nos outros. E mostram um rico e mais variado vocabulário, uma habilidade crescente para se distraírem.

Por isso, se um for encontrada a criança brincando, ou tomando as refeições animadamente com "alguém" sentado à frente dela, relaxe, não se sente no lugar dessa "pessoa", não desfaça nem diga que não existe. É perfeitamente natural. O "fazer de conta" é sinal de que a criança está desenvolvendo a sua imaginação. Num mundo imaginário, a criança testa os seus limites. E isso quer dizer que está crescendo de um modo saudável.

A maioria das crianças reconhece a diferença entre fantasia e realidade sem a ajuda dos pais. E não faz mal incentivar o desenvolvimento da imaginação dos mais pequenos.

Especialistas em Desenvolvimento da Criança dão algumas ideias aos pais.

·         Comprem brinquedos e materiais versáteis, que possam ser usados de maneiras variadas.

·         Proporcione-lhes material para desenvolverem as suas fantasia. Quando estão brincando de fazer comidinha ou de ser o dono de uma mercearia, por exemplo, precisam ter sacolas e algumas caixas de comida vazias.

·         Forneça-lhes fita adesiva em quantidade. É indispensável para construir casas com cartões e caixas.

·         Encoraje-os a brincar com massinha de boa qualidade que não seja tóxica, argila e areia. Estes materiais maleáveis têm um efeito calmante. As crianças podem usá-los todos os dias, de modo diferente, para criarem e controlarem as suas brincadeiras de "faz de conta".

·         Não controle as brincadeiras, deixe que sejam crianças.

·         Não insista em intervir nas brincadeiras das construções infantis.

·         Se as crianças pretendem construir uma fortaleza debaixo da mesa da sala de jantar, os pais, de forma cautelosa e sem quebrar-lhe a inspiração, devem sugerir que a construa num lugar que não importunará ninguém, principalmente se tiver necessidade de permanecer por alguns dias.

·         Não comprem muitos brinquedos.

·         Comprem-nos com a presença da criança sem impor-lhe o brinquedo. Quando as crianças têm de procurar objetos para as suas brincadeiras, a imaginação voa.

·         Comprem brinquedos em épocas certas, isto é aniversário, dia da criança e festas de fim de ano. O abuso na compra gera consumismo e o valor educativo do brinquedo perde o efeito.

Muitos pais, quando eram crianças de família pobre, não podiam ter brinquedos a vontade e quando adultos compram brinquedos sofisticados, muito mais para eles adultos brincarem do que seus filhos. É um erro crasso.

Ensinar a criança a preservar o brinquedo e a tê-los em ordem, arranjando-lhe um local e recipiente apropriado para guarda.

Lembrar-se que o brinquedo é como o remédio, que tem o seu uso certo, na idade correta e adequada.



 * Prof. Dr. Roque Theophilo  “in memoriam” - Psicólogo e Jornalista Profissional,  autor do título « O Amigo Psicólogo ® ». Presidente das Academia Brasileira de Psicologia e Academia Internacional de Psicologia, e um dos pioneiros da Psicologia no Brasil. Site www.psicologia.org.br.