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Reprise aos sábados, 11 horas
Na TV Brasil

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Adolescência e drogas

Olá!
O tema desta semana é ADOLESCÊNCIA e o papo deste último domingo (30/05) estava muito interessante. Além das mamães convidadas e seus filhos, também contamos com a participação do psiquiatra e educador Içami Tiba, que deu muitas dicas sobre como os pais devem lidar com filhos adolescentes.
A adolescência marca a transição entre a infância e a idade adulta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado adolescente aquele que tem entre 10 e 20 anos. Já no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece uma outra faixa etária para esta fase: dos 12 aos 18 anos.
Ao longo do programa, uma série de questões foram levantadas. Muitos pais reclamaram do mau humor dos adolescentes, o que segundo o Dr. Içami Tiba é perfeitamente normal, pois faz parte da transformação pela qual o cérebro do jovem está passando nesta fase.
Mas os pais de adolescentes têm muitas outras preocupações. O uso de drogas, por exemplo, é a maior delas. E eles têm mesmo motivos para se preocupar. Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, o primeiro contato dos adolescentes com as drogas geralmente se dá através do álcool, e isto começa muito cedo: em média, aos 12 anos de idade.
Uma das conseqüências disto é que o consumo de bebidas alcoólicas está diretamente ligado ao aumento do número de acidentes entre os jovens. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto RAID em 1.114 vítimas de acidentes de carros, em 61% delas foi constatada a presença de álcool no sangue. E entre a faixa etária de 13 a 17 anos - grupo que não deveria beber – quase 48% havia consumido álcool.
O alcoolismo é a terceira doença que mais mata no mundo e um dos fatores que contribui para tanto é a própria visão que as pessoas têm do álcool. Assim como o cigarro, o álcool é uma droga socialmente aceita, muito presente no cotidiano das famílias.
E por falar em cigarro, hoje, 31 de maio de 2010, é o dia mundial sem tabaco. A campanha deste ano é direcionada às mulheres, buscando protegê-las das estratégias de marketing da indústria do tabaco. A preocupação é grande principalmente em relação às jovens. Um estudo realizado em 1997 entre estudantes de 10 capitais brasileiras mostrou que, em pelo menos 7 capitais, as meninas vêm experimentando cigarros em maior proporção que os meninos. É importante salientar que a mulher fumante tem um risco aumentado de sofrer de infertilidade, câncer de colo de útero, menopausa precoce (em média 2 anos antes) e dismenorréia (sangramento irregular). Além disto, os filhos de mulheres que fumam durante a gestação tendem a nascer com peso abaixo do normal e com maior propensão a problemas cardíacos.

Em relação às drogas ilícitas (maconha, cocaína, heroína, ecstasy, crack, entre outras) os números também são preocupantes. Só para se ter uma idéia, quase 50% das crianças de rua no Rio de Janeiro e em São Paulo já usaram a cocaína ou o crack pelo menos uma vez na vida. Mas o mais impressionante de tudo isto é que esta realidade não se limita às ruas. A droga, seja de que tipo for, é um problema presente em muitos lares, independente da classe social  que a família pertença.
Infelizmente, não existe uma receita infalível sobre como os pais devem agir para evitar que seus filhos se envolvam com drogas. Mas o que ficou muito claro durante a conversa no programa é que os pais devem preparar a cabeça dos seus filhos desde pequenos. As crianças precisam ter sua auto-estima suficientemente forte para quando chegarem na adolescência terem condições de sozinhas dizerem NÃO às drogas. Para isto, é preciso que criemos jovens responsáveis, que tenham noção das conseqüências de seus atos. A educação é a nossa principal arma no combate às drogas. Contudo, mesmo tomando todos esses cuidados, o Dr. Içami Tiba ainda faz um alerta: são muitos os motivos que levam os jovens a procurar a droga, por isso é imprescindível que os pais fiquem atentos aos menores sinais de mudança de comportamento dos filhos e procurem ajuda imediatamente caso constatem que eles estejam envolvidos com algum tipo de droga.
Para quem deseja maiores informações sobre uso, tratamento e prevenção contra as drogas, fizemos uma seleção de sites que podem ajudar. Confiram!

E para finalizar, a nossa DICA DE HOJE são as obras do Dr. Içami Tiba:
Por enquanto é isto. Não deixem de conferir as postagens do blog ao longo da semana!!!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Programa inédito: ADOLESCÊNCIA

Neste domingo (30/5), o tema do Papo de Mãe é ADOLESCÊNCIA, fase que deixa pais e mães de cabelos em pé, e que por isso também é conhecida por "aborrescência". Nesta fase, os pais têm inúmeras preocupações como o horário de chegar da balada, o uso da internet, o consumo de bebidas alcoólicas, as drogas, entre outras...
E para bater um papo  muito bacana sobre o assunto, as apresentadoras Mariana Kotscho e Roberta Manreza recebem convidados muito especiais como o psiquiatra e educador Içami Tiba, autor de mais de 20 livros sobre relações familiares e educação dos filhos.
Papo de Mãe, um programa para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. E muita prestação de serviço. Neste domingo, 19 horas, na TV Brasil.  

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ana Rosa, a pequena GRANDE guerreira!

Olá, pessoal!
Estamos de volta com o tema: problemas cardíacos.
Hoje, quem nos escreve é a Marilene Mendez, mãe da Ana Rosa, portadora de uma cardiopatia congênita. 
O relato é longo, mas vale a pena ser lido, pois é um exemplo de luta pela vida sem igual...
Confiram!

Ana Rosa, nossa Grande Guerreira!
Por Marilene Mendez

Nascimento: 19/06/2007- São Paulo SP
Cardiopatia Congênita: Dupla Via de Saída do Ventrículo Direito, CIV e Coarctação da Aorta
Procedimentos: Cerclagem da artéria pulmonar e correção total de DVSVD.

A história da Ana é parte inseparável do que somos hoje. Aprendemos muitas coisas com ela, e queremos contar um pouco dessa história aqui. Não é fácil resumir tantos acontecimentos importantes, rios de lágrimas derramadas, noites em claro, dias sem comer direito, viagens intermináveis de Franco da Rocha à São Paulo todos os dias para visitá-la no hospital...
Como toda história das crianças cardiopatas, a da Ana Rosa também é bem longa e começa antes mesmo dela nascer.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Problemas Cardíacos

Oi gente!
O assunto do PAPO DE MÃE deste último domingo foi filhos com problemas cardíacos, e é sobre isto que vamos falar aqui no blog no decorrer da semana...
A cada mil crianças, em média cinco têm problemas cardíacos. A maior parte é de origem congênita, mas existem problemas que podem ser adquiridos após o nascimento.
Crianças obesas, por exemplo, antes mesmo dos 5 anos, já podem apresentar sinais de que terão problemas cardíacos no futuro, diz um estudo americando realizado pela Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte.
De acordo com a pesquisa, a maioria dos obesos apresentava níveis elevados de um marcador de atividade inflamatória - conhecido como proteína c-reativa (PCR) - que pode antever o surgimento de uma doença cardíaca. Entre os obesos com idades entre 3 e 5 anos, o índice de PCR era substancialmente maior quando comparado ao de crianças consideradas dentro do peso.
Infelizmente, o número de crianças portadoras de cardiopatias vem crescendo a cada ano. Em São Paulo, por exemplo, o Hospital do Coração, que atende uma média de 30 crianças por mês, registrou um aumento de 30% nos atendimentos entre os anos 2008 e 2009.

No programa deste domingo, contamos com a presença de convidados muito especiais. Além das super mamães e seus filhos – todos muito guerreiros, diga-se de passagem - contamos com a presença do Dr. Edmar Atik, cardiologista pediátrico do INCOR, da administradora Patrícia Drumond, fundadora da ONG Pequenos Corações (http://www.pequenoscoracoes.com/) e mãe de um cardiopata, da psicóloga Andréa Nunes da ACTC e da assistente social Kelly Regina Banin, também da ACTC.
Para quem não conhece, a Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração (ACTC) é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é prestar atendimento multidisciplinar às crianças e adolescentes portadores de doenças cardíacas, encaminhadas pelo Instituto do Coração-InCor (HC-FMUSP), bem como a seus familiares, proporcionando hospedagem, alimentação, apoio social, psicológico e pedagógico. O serviço é totalmente gratuito e a entidade é mantida graças à contribuição de pessoas físicas e jurídicas. Para maiores informações, acessem http://www.actc.org.br/ ou pelo fone (11) 3088-7454.
Outras capitais também contam com serviços de apoio a cardiopatas. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Projeto Pró-criança Cardíaca deve finalmente ganhar um hospital. Desde 1996, o projeto atendeu de graça 15 mil crianças com problemas cardíacos e realizou mais de oitocentas cirurgias. Para maiores informações, consultem o site http://www.procrianca.org.br/.
E para quem não tem condições de chegar aos grandes centros para tratamento, o PAPO DE MÃE tem a dica: O TFD (Tratamento Fora de Domicílio) é um benefício definido por portaria do governo federal e concede ao usuário do SUS (Sistema Único de Saúde) o direito de requisitar, junto a prefeituras ou secretarias estaduais de saúde, auxílio financeiro para tratamento de saúde em locais distantes do seu domicílio. Interessados devem procurar mais informações junto ao Conselho Municipal de Saúde de seu município. Outras dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone do Ministério da Saúde: 0800 61 1997 ou pelo site: http://www.saude.gov.br/.
Por hoje é isto, pessoal. Esperamos que tenham gostado do programa!
Um grande beijo a todos, acompanhem as postagens do blog durante a semana e não esqueçam: DOEM ÓRGÃOS!!! Este gesto pode salvar muitas vidas...
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DICA DE HOJE:
 Lançamento do livro:
"O CARDEAL E O REPÓRTER"
histórias que fazem História
de Ricardo Carvalho


 Dia 25 de maio, terça-feira
das 18h30 às 21h30
Livraria Cultura - Conj. Nacional
São Paulo/SP
De 1977 a 1984, o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o repórter Ricardo Carvalho foram descobrindo fatos que viraram reportagens. Reportagens que se transformaram em marcos de resistência durante a ditadura militar. Neste livro, Ricardo narra os bastidores destas reportagens. As emoções, ameaças, medos e esta incrível sensação de se sentir protagonista involuntário de tanta coisa importante.

sábado, 22 de maio de 2010

Um papo de mãe - entrevista com Mariana Kotscho

Ela deixou em segundo plano uma carreira em ascensão para se dedicar à maternidade. De volta à tevê, faz um programa dirigido às mães que lhe permite ficar ao lado dos filhos.

Por Júlio César Gonçalves para Revista Bianchini
Foto: Simone Del Campo
Mariana Kotscho abraçou o jornalismo assim que entrou na faculdade, aos 17 anos: foi procurar emprego na Gazeta de Pinheiros, levou um não porque a achavam muito jovem, mas uma enchente no bairro onde morava, Butantã, lhe abriu as portas da profissão. “Tirei fotos, fiz a reportagem e levei pra eles publicarem com a condição de assinarem a matéria”. Foi contratada na hora. Ficou só três meses – o jornal fechou – mas já tinha posto o pé na estrada: entrou no SBT, ficou como rádio-escuta e ao terminar a PUC, foi ser repórter na TV Record. Depois, entrou para a Globo News, ganhou um Prêmio Vladimir Herzog e foi para a Globo, onde permaneceu 12 anos, tendo, inclusive, vivido um tempo no Ceará fazendo reportagens especiais para a emissora. Depois do terceiro filho, tomou uma decisão: ficar mais tempo ao lado das crianças. Foi ser freelancer – fez o SBT Repórter – mas das conversas com as mães jornalistas na redação, passou a alimentar a ideia de fazer um programa dedicado às mães. Assim surgiu o “Papo de Mãe”, único programa da tevê brasileira com esse perfil, exibido pela TV Brasil, uma produção independente que ela apresenta com a amiga Roberta. Nesta entrevista, Mariana fala da sua decisão, do programa, do peso do nome – seu pai, Ricardo, é considerado um dos mais brilhantes jornalistas do País e sua mãe, a socióloga Mara, fundou o instituto de pesquisa Datafolha – e da convivência com os filhos e o marido, o economista Fernando Ansarah.
Você está com 37 anos, em 18 anos de profissão já ganhou prêmio, tinha uma carreira em ascensão e larga tudo pra cuidar de filho, invertendo o que usualmente as pessoas fazem. Valeu a pena? Valeu, com certeza! É engraçado, sinto que investi muito na minha carreira antes, acho que por ser filha de jornalista eu era jornalista desde criança. Eu convivia nas redações, passava plantão com meu pai, às vezes ele ia viajar pra fazer reportagem e eu ia junto, aquilo já fazia parte do meu universo. Então pra mim foi natural fazer jornalismo, entrei com 17 anos na faculdade, com 21 eu já estava formada e senti que, quando entrei na faculdade, muita coisa eu já estava aprendendo ao longo da minha vida. Eu saí da Globo depois de 12 anos: meu terceiro filho já tinha nascido, voltei da licença-maternidade, trabalhei mais uns dois meses e vi que não ia conseguir mais conciliar porque um filho só já era difícil, com três então era impossível, porque o jornalista não tem rotina nenhuma e as crianças precisavam de uma rotina. Tinha dia que eu trabalhava de manhã, saia de madrugada, eu não conseguia organizar a vida das crianças e também não podia sobrecarregar minha mãe, o meu marido também tem horário pra trabalhar, aí falei não, vou sair da Globo, mas nunca pensei em sair e parar de trabalhar, porque hoje em dia ninguém pode porque tem que sustentar a casa e também porque não consegue... Eu adoro a minha profissão, adoro trabalhar em televisão, acho que nasci pra fazer isso porque gosto mesmo, e ao longo desses anos aprendi muito.
Você adora sua profissão, mas ao fazer essa opção pela maternidade deixou-a em segundo plano, não? Deixei, sem dúvida. Na verdade eu não abandonei a carreira, mas mudei o rumo da minha carreira, porque percebi que não basta ser mãe, tem que participar, né? Uma coisa que me chamou muito atenção foi uma vez em que eu estava no plantão, era pra sair 4 da tarde e não me liberavam, deu 7 da noite e eu dizia “mas eu preciso ir pra casa, preciso ver meus filhos”. Aí uma editora disse assim “mas você tem que se acostumar, meu filho também era assim, ele chamava minha mãe de mãe”, aí falei “não, mas os meus filhos vão chamar a mim de mãe, a minha mãe é avó deles”. Eu sempre quis ser mãe, desde criança quis ter filhos e foi muito difícil pra eu engravidar, tive que fazer dois anos de tratamento pra engravidar da Laura. Quando resolvi engravidar da minha segunda filha, também fiz tratamento e o médico falou “olha, se um dia você quiser um terceiro filho, vai ter que fazer tratamento de novo”, porque eu criava anticorpos pros espermatozóides. Minha segunda filha estava com cinco meses e fiquei grávida naturalmente, sem tratamento, sem nada... Eu digo que meu filho André é meu brinde, paguei dois e levei três... Daí foi isso: eu vivi um conflito até tomar a decisão, mas também pesou o fato de que desde os 17 anos eu fazia plantão em fim de semana, plantão em Natal, Reveillon, plantão não sei o quê... Quando você não tem filho é desgastante, mas você não liga tanto, mas aquele negócio de todos os meus filhos em casa no Natal e eu trabalhando, ou a gente viajava no Reveillon e no dia 1º tinha que voltar porque tinha que trabalhar, então eu estava sacrificando demais quatro pessoas né, meus 3 filhos e meu marido, e durante muito tempo deu certo, mas chegou um momento que não dava mais... Então eu tive muita consciência de que eu tinha que mudar o rumo da minha carreira, mas sem abandonar aquilo que eu tinha construído.
A gente vê muito essa coisa da mulher moderna, a carreira em primeiro lugar etc. e tal. Como você vê essa relação: é possível a mulher ser mãe plenamente e bem sucedida profissionalmente? Acho que tem momentos na vida em que você tem que optar, não tem como você querer fazer tudo, né? Não dá pra ser uma excelente profissional, excelente mãe, excelente tudo porque você não dá conta, o dia tem só 24 horas. Então, acho que tem momentos na vida que você faz opções. Tem mulheres que optam pela carreira, tenho amigas que viajam 15 dias por mês, vão para o exterior, são altas executivas, têm filhos e estão felizes e bem resolvidas e tem aquelas que optaram por não ter filhos. Mas o mais importante é você buscar a sua felicidade, não abrir mão da sua carreira pra depois cobrar dos seus filhos, isso é horrível, como também é horrível não abrir mão dos filhos e depois se arrepender.
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é: o importante é estar bem, não existe uma regra, uma receita, é isso? Uma receita geral pra todo mundo não existe, acho que tem mulher que se abandonasse uma carreira em ascensão pra ficar com os filhos ia ser uma mãe até ruim, porque ia ficar o tempo todo reclamando daquela coisa. Eu gosto de levar e pegar meus filhos na escola, levo pro balé, faço lição junto e, mesmo assim, às vezes eles reclamam “você não larga esse computador, fica trabalhando no Papo de Mãe”, aí eu falo “mas filha, graças ao Papo de Mãe e ao computador eu estou aqui com você, senão não estaria, teria que estar na redação, na rua...” Eu acho que uma grande vantagem das mulheres hoje em dia é esse avanço tecnológico que lhes dá a opção de trabalhar de casa. Então não é que eu parei de trabalhar, mesmo que fique em casa, estou o dia inteiro trabalhando, tem computador, tem rádio Nextel ... então, o legal é isso, pras mulheres jornalistas principalmente, ou você é vinculada à uma redação ou pode ter uma coisa mais independente.
Quer dizer, com essa parafernália que a gente tem no mundo é possível ser mãe e ser profissional bem sucedida ... Sabe o que eu já fiz? Já levei a Laura em festa e o computador junto e fiquei trabalhando no computador e olhando ela na festa ... eu não tenho o hábito de ficar no telefone, eu levo o lap top, levo a pasta, sei lá, tem que ir em médico, aí você fica na recepção do médico e levo o computador, porque enquanto espero fico trabalhando, pois apresento o programa, mas eu dirijo também, eu coordeno todas as pautas, e edito junto com outras pessoas. Mas então, por exemplo, a cada 40 dias a gente grava 6 programas, aí durante esses 40 dias tenho que assistir aos programas que a gente gravou pra editar e finalizar, e já preparar o próximo, porque a gente faz todas as reportagens antes, preparo o roteiro, as cabeças...
Como é a rotina da mãe Mariana? É uma mãe sem rotina. Acho que aprendi ou desaprendi como repórter de televisão. Eu nunca tive rotina: tinha dia que entrava às 5 da manhã, tinha dia em que eu entrava às 5 da tarde. Sempre em televisão, pro repórter, pelo menos na minha época, era assim, ligavam 9 ou 10 da noite pra dizer em que horário eu estaria no dia seguinte. Então sempre fui aquela que deu cano no dentista, no médico, porque eu marcava as coisas, mas nunca sabia se eu ia poder ir. Aí eu percebi que as crianças, sim, precisam de uma rotina, e tento me organizar pra elas terem uma rotina. Geralmente é assim: tem o horário do balé da Laura, o horário da escolinha deles, da natação, ou levar em festa, e nisso, nos horário deles vou encaixando meus horários, quando meu marido não pode ajudar conto muito com a minha mãe, que mora aqui perto, mas, normalmente, de manhã levo os pequenos pra escolinha, às 9h ou 9h30, a Laura tem umas atividades e aí ela vai pra escola 1h da tarde, e eles saem às 5h30 e ela sai às 6h10. Aí me divido assim, se eu vou pegar a Laura, minha mãe pega os pequenos, se eu vou pegar os pequenos, meu marido pega a Laura...
E a profissional Mariana, como consegue conciliar com a Mariana mãe? Vem daí a idéia do programa? No fim, acabei juntando o útil ao agradável porque juntei a jornalista com a mãe e virou uma mãe jornalista. Durante o período em que fiquei fazendo freelancer pro SBT Repórter, eu estava com esse projeto na cabeça e percebi que na redação muitas outras jornalistas estavam tendo filhos na mesma época que eu, a Sandra Annemberg, a Rosangela Santos, ... todos os nossos filhos têm a mesma idade. Então eu percebia isso: a gente chegava na redação, juntava aquele grupinho de mãe e ficava só falando de fralda, xixi, cocô, chupeta, papo de mãe, e eu falava “puxa isso dá um programa, papo de mãe”. Duas ou mais mães se encontram, começam a falar sobre os filhos, o assunto não para, e uma dá orientação pra outra, na troca de experiências elas aprendem, aí eu falei vou bolar um programa e juntar minha experiência de mãe, com a minha experiência como jornalista. Peguei um caderno, uma caneta, porque repórter de rua – só no final a gente começou sair com lap top na rua - anota tudo à mão, eu fiz as primeiras anotações do programa e falei como que eu vou juntar minha experiência como mãe - sempre li muito, li todos os livros de educação, fui ficando até chata de tanta informação- com a minha experiência como jornalista. Durante todo esse tempo, eu entrevistei mãe de todas as classes sociais, de todas as partes do Brasil, de todas as realidades, e percebi que mãe é mãe em qualquer lugar. Entrevistei as mães no interior do Ceará com filho passando fome, mãe de todas as favelas de São Paulo, mesmo as que têm dinheiro têm os conflitos em relação aos filhos, dá pra fazer um programa reunindo todos os tipos de mãe e eu já tinha entrevistado todos os profissionais também. Você sabe né, depois de um certo tempo você fica até chata porque qualquer assunto que falarem você diz “ah, já fiz matéria sobre isso”, daí o jornalista fica até parecendo meio arrogante como se entendesse de tudo. Quer dizer, a ideia do programa surgiu ali, em conversas de redação com as colegas jornalistas.
Agora, é o primeiro programa pra mãe com esse foco, com essa coisa da tv brasileira ... Eu acredito que sim, eu sentia falta de ter um programa assim na tv, quando eu estava de licença-maternidade, pra quem tem tv a cabo tem lá algumas coisas, mas é uma realidade americana que não tem nada a ver com a realidade brasileira, e eu falava “dá pra fazer um programa pra ajudar as mães, um programa de serviço”. A gente quer divulgar tudo o que tem de gratuito no país de serviços, apoio psicológico, ong, então tudo que é público e gratuito a gente divulga. Divulga site, divulga telefone, porque às vezes a mãe precisa ter essas referências.
Você vem da tv comercial, que é criticada porque deseduca um pouco a população, pelo que ela representa de massificação. Aí você coloca no ar um programa falando de mãe em tv pública. Será que pelo seu programa, por essas coisas, não dá pra gente repensar o papel da televisão e dos meios de comunicação? Ou seja, um programa como esse tem função na sociedade brasileira? Com certeza, mas isso foi uma coisa que sempre acreditei: na função social que a televisão e o jornalista têm. E assim, de pouquinho a pouquinho, às vezes fazendo uma matéria sentia que conseguia ajudar alguém ou uma comunidade, alguém que estava com problema, principalmente no Ceará, pra mim foi uma experiência muito importante como profissional e como pessoa.
Ficou quanto tempo no Ceará? Dois anos. Eu conheci uma realidade do Brasil, do sertão, que poucas pessoas conhecem, e fui até finalista do prêmio Ayrton Senna por algumas matérias que fiz lá. Mostrei menininho de 2 ou 3 anos catando lixo na rua pra vender no ferro velho, pra ganhar 2 reais no fim do dia, e essa matéria foi a que encerrou o Jornal Nacional uma vez, e todo mundo começou a mandar ajuda para aquelas crianças, então pensei “puxa, de repente uma matéria pode ajudar, nem que seja uma criança no mundo, já é alguma coisa.
Mas a televisão por isso melhorou? Não menosprezando nenhum canal, você vê alguns programas que deseducam, que eu tenho vergonha de assistir, e eu custo acreditar que a população brasileira queira só assistir porcaria. Acho que as pessoas gostam de informação, de coisas que ajudam, ou de se verem na televisão, mas por um lado, não só da bobagem, da brincadeira, mas assim, a família, quem não quer discutir como educar melhor um filho, ou encontrar melhor tratamento de saúde para um filho? Acho que todo mundo quer né.
Quais são os temas pelos quais as mães se interessam mais? Cada programa tem um tema específico, tem programas mais leves, programas mais fortes, sobre câncer infantil, Síndrome de Down, o sono dos filhos... Mas alguns assuntos se repetem em todos os programas, principalmente sobre o sentimento de culpa de mãe. Seja qual for o problema, a mãe se sente culpada em tudo, ou porque trabalha, ou porque não trabalha, ou porque descobriu que o filho estava com câncer e aí se sente culpada por não ter descoberto antes, porque não sei o que... Então a gente acaba fazendo uma terapia meio em grupo e fala “mães, parem de ter tantos sentimentos de culpa, a gente faz o melhor possível”. Estou aprendendo muito com tudo isso, eu aprendo que tem coisas que são das fases da criança, às vezes tem coisas que você acha que é só do seu filho e em conversa com outras mães descobre que é daquela idade né. Outra coisa que é comum em todos os programas, na hora em que as mães ouvem os filhos falarem ali, elas se emocionam tanto, sempre tem que ter um potinho com lenço de papel porque é uma choradeira...
Você estava na maior emissora do país e vai pra Tv Brasil. Há uma diferença muito grande de exposição, de repercussão. Qual dos dois vale mais a pena? Não me incomoda. A TV Brasil, é uma emissora pequena, é recente, muito bombardeada injustamente ao meu ver, tem uma ótima programação, acho que quem assiste a TV Brasil não tem do que falar mal, ela é pública, aberta, ta aí pra todo mundo, embora muita gente nem saiba direito sintonizar. O que eu to achando legal é que eu tenho um contato muito mais direto com meu telespectador, porque paralelamente ao programa, percebi que hoje em dia não dá pra ser isolado, você tem que ter alguma coisa na internet, então a gente fez o blog, graças a minha amiga Clarissa, mãe de um amiguinho da minha filha, que entende disso e está fazendo. Ali eu tenho muito retorno, a maioria não gosta de escrever num lugar aberto. Sinceramente, e não é da boca pra fora, isso de aparecer mais ou menos não me incomoda, nunca me incomodou, claro que se eu faço uma matéria no Fantástico muito mais pessoas assistem, mas esse programa é como se fosse meu quarto filho. Eu nunca trabalhei porque gosto de aparecer na televisão, e sim porque gosto do que eu faço e ali, no programa, é muito legal a reunião que a gente faz com as mães, e quando termina, as mães choram, se abraçam, ficam amigas, mães que nunca se viram na vida, trocam telefone, e daí o especialista fala que vai ajudar o seu filho. Acho que é isso, tenho mais contato com o telespectador, e isso é muito gostoso.
Então pra você o Papo de Mãe é mais fantástico? Ah é (risos) eu acho né, é meu filho, e eu me sinto muito responsável pelo Papo de Mãe também, adoro fazer matéria do dia a dia, reportagem e tal, mas acho que chega uma hora que você já fez várias vezes a malhação do Judas, o Natal na 25 de março e cansa. Hoje sinto que estou fazendo algo diferente...
Você é filha de um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro, tem o peso do nome, mas tem luz própria, brilho próprio. Como é possível trabalhar isso? Acho que a maldade está na cabeça das pessoas. No começo eu me incomodava muito com isso, eu falava “meu Deus, vou ter que provar em dobro que sou capaz, que essa é minha profissão, que eu tenho o meu talento”. Uma vez fui pedir emprego numa rádio e ouvi “se você tiver a metade do talento do seu pai você é ótima, você fica aqui” ai falei “não quero, muito obrigada” e fui embora. No começo, as pessoas me apresentavam “essa aqui é a filha do Ricardo”, hoje em dia ele brinca e diz assim “esse aqui é o pai da Mariana”. Meu pai não é dono de jornal, não é dono de nada, ele batalha na profissão tanto quanto eu e tenho muito orgulho de ser filha dele, sou filha coruja, sou fã, acho ele um grande jornalista, é lógico que tenho ele como exemplo. Mas quem me conhece, quem já trabalhou comigo sabe da minha força de vontade, do meu talento e que eu batalhei muito pra chegar até aqui. Quando entrei na Globo News, antes dela ir ao ar, meu horário era da meia noite às 8h, ninguém quer trabalhar da meia noite às 8h né, mas eu fiquei lá, pois essa era minha vida. Outro dia fui numa faculdade e percebi que os estudantes acham que tudo é muito fácil, pra qualquer um, que as portas se abrem, que você acabou a faculdade e vai ser repórter da Globo, eu falei “olha, eu comecei como rádio escuta, ganhava um salário mínimo de radialista, já ralei muito, trabalhei de madrugada, trabalhei em fim de semana, engoli muito sapo, você precisa trilhar um caminho pra chegar a algum lugar. Quando meu pai ia trabalhar com política, por exemplo, às vezes muita gente achava que podia ser bom pra mim, mas era ruim, muita gente falava assim, “ah mas essa daí é de tal partido”, e eu sempre me dei bem com todo mundo, sou respeitada por todos os partidos, quem me conhece, quem já trabalhou comigo, quem já foi entrevistado por mim, sabe do meu jeito e como trabalho. Eu sigo minha carreira, meu pai segue a dele.
Mais alguma coisa que você queira acrescentar? Acho que já falei bastante, mas é isso, assista ao “Papo de Mãe”, que está sendo feito com muito carinho e acho que as pessoas ganham muita coisa assistindo ao programa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Próximo programa: filhos com problemas cardíacos

Filhos com problemas no coração é o tema do Papo de Mãe deste próximo domingo.
A cada mil crianças, cinco, em média, têm problemas cardíacos. E a maioria das doenças que afetam o coração na infância é congênita.
Mas há problemas cardíacos que são adquiridos ao longo da vida. Crianças obesas, por exemplo, podem apresentar antes dos cinco anos sinais de que terão problemas cardíacos no futuro, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Carolina do Norte.
O tratamento para essas doenças nem sempre é oferecido em todos as regiões do país, o que leva famílias inteiras a migrarem em busca de atendimento, especialmente para São Paulo e Rio de Janeiro.
O serviço de arritmias pediátricas do Hospital do Coração, em São Paulo, por exemplo, atende, em média, 30 crianças por mês, vindas de todas as partes do país.
O Papo de Mãe vai contar a história de famílias como a de Dona Carmelita, que viajou mais de 2 mil quilômetros, de Aracaju a São Paulo, para se juntar à filha e à neta de doze anos, que tem uma cardiopatia congênita e aguarda um transplante.
O programa mostra também a importância de associações e clínicas que abrigam essas famílias migrantes, como a Associação de Assistência à Crianca e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração, em São Paulo, e o Projeto Pró-Criança Cardíaca, no Rio de Janeiro.
Fonte: Tv Brasil
Papo de Mãe, um programa para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Neste domingo, 19 horas, na TV Brasil. 

Um beijo grande e até mais!!!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A chupeta - por Henrique Klajner

Oi gente!
Dando continuidade ao assunto da semana, "HORA CERTA", trouxemos um artigo enviado especialmente para o Papo de Mãe pelo pediatra Dr. Henrique Klajner, especialista que esteve presente durante o programa deste último domingo. Confiram o que ele tem a dizer sobre o uso da chupeta e qual tem sido a sua recomendação atual.

A Chupeta
*Por Henrique Klajner - pediatra

A chupeta é um assunto que preocupa educadores, pais e familiares. Introduzir ou não? Por quê? Para quê? Quando? Quando tirar? Há vantagens ou prejuízos com seu uso?
Essas dúvidas são universais, constantes. Não há um consenso. As opiniões de estudiosos e de leigos divergem e os “problemas” criados pela chupeta são invariavelmente trazidos para o pediatra ajudar a resolver.
A chupeta é um objeto que há muito tempo se dá à criança por vários motivos. Em primeiro lugar, ela induz o recém-nascido à sucção, reflexo natural, inato e instintivo através do qual ele se alimenta. O exercício do sugar fortalece toda musculatura da face, boca, língua, faringe, laringe, incrementando a boa nutrição (sucção forte estimula a produção do melhor leite pela mãe), o sono, a respiração, o berro e a mímica facial.
Foi comprovado que a amamentação nos seios é o melhor exercício de sucção por ser constante, repetitivo, cíclico e oferecer enorme resistência natural à saída do leite. Por isto, sempre oriento os pais a estimularem seus bebês a serem amamentados nos seios por todas as vantagens incontestes, para fortalecer a musculatura envolvida na sucção e potencializá-la ao máximo.
Porém, mesmo durante os intervalos entre as mamadas, esse reflexo de sucção se mantém e se revela pelo ato de sugar quando alguma coisa entra em contato com os lábios do bebê. Neste caso, a chupeta “ortodôntica” estimula muito a sucção e os exercícios musculares porque seu formato imita o bico dos seios durante a mamada.
Então, cientificamente, a chupeta é indicada para estimular a máxima sucção do recém-nascido e garantir a sua máxima nutrição. O reflexo da sucção é tão presente (parece que o bebê precisa, realmente, da sucção forte para sobreviver) que, sem chupeta, ele acaba sugando o dedo ou algo que esteja ao seu alcance.
Até dez anos atrás, eu pedia que, terminada a mamada e a eructação, ao por o bebê no berço, os pais oferecessem a chupeta ortodôntica para ele manter os movimentos de sucção e exercitar mais a musculatura. Mas, assim que adormecesse, cessados os movimentos, que tirassem a chupeta do berço e não voltassem a lhe oferecer antes de terminada a próxima mamada.
Mas, é normal o bebê mover-se, resmungar, “pigarrear” durante o sono e berrar quando tem alguma necessidade. Preocupados com essas manifestações, e ainda destreinados para cuidar do bebê, os pais acabavam interpretando estes sinais como necessidade de ter a chupeta e voltavam a lhe oferecer, antes mesmo de atinar com a sua causa.
Sem ter a necessidade satisfeita e, irritado por isso, recebendo a chupeta, o bebê acaba por adormecer (o sono é imperioso). Depois de três experiências semelhantes, a chupeta é por ele incorporada como necessidade básica (porque foi instituída pelos “dirigentes” do seu meio), reclamada quando não a tem à disposição e utilizada pelos pais e cuidadores como “calmante do bebê irritado”. Esquecem que a irritação não começou por causa da falta da chupeta, mas, sim, pela não satisfação da sua necessidade primária.
Com o tempo, a chupeta passa a integrar o “mundo verdadeiro” da criança como condicionamento e elemento obrigatório para a sua estabilidade psico-emocional, muito difícil de ser eliminada pelos “escândalos” que provoca nas tentativas de suprimi-la (os pais cedem para evitá-los). Assim, sua presença na boca torna-se praticamente contínua levando a várias conseqüências funestas e indesejáveis como: perda de apetite (com má nutrição, baixo ganho pondo-estatural), distenção abdominal constante com dor (excessiva deglutição de ar), deformidade do palato e da dentição primária e secundária, respiração predominantemente bucal, excesso de baba, dislalias (erros na articulação dos fonemas – falar errado).
Uma das mais importantes conseqüências do uso prolongado da chupeta é ela simbolizar a valorização excessiva da boca e da sucção pelo seu meio, fazendo com que a criança se “fixe” na fase oral e não consiga avançar para as fases seguintes - mantém-se infantilizada, com sérios retardos nas auto-aquisições importantes para a sua evolução e maturidade. Assim, ela continua a utilizar a boca e a sucção como elementos importantes para seu relacionamento com o mundo, principalmente em situações de estresses que não consegue administrar: roer unha, chupar dedos, mascar chicletes e outros objetos e, na adolescência, fumar com suas conseqüências.
Há cerca de dez anos, percebi que não conseguiria manter os pais distantes da tentação de oferecer a chupeta além do necessário. Então, para evitar as conseqüências do seu “super-uso”, a solução seria retirá-la da rotina da criança antes dos dez meses de idade, enquanto a dependência ainda não estivesse instalada. Mas, diante da sua insistência escandalosa em mantê-la, os pais não conseguiam ser firmes o suficiente para isso e o seu uso tornava-se um vício que se perpetuava sem perspectivas de um final feliz.
Concomitantemente, verifiquei que a amamentação e a futura saúde bucal se mantinham excelentes nas crianças as quais eu pedia para que nunca a oferecesse. Então, concluí que a chupeta poderia ser definitivamente afastada de todas as crianças, mesmo depois dos dois meses, quando todas têm grande necessidade de morder a mão devido à dentição, e mesmo daquelas pertencentes aos 15% que, depois, tendem a chupar o dedo.
Atualmente, a minha orientação é de que a chupeta nunca é necessária. Sua utilidade se resume às crianças portadoras de patologias neurológicas ou de malformações causadoras de sucção fraca e retardos que necessitam de uma estimulação ostensiva. E, assim mesmo, sob a orientação de especialistas.

* Dr. Henrique Klajner ([email protected]) é pediatra, formado pela Faculdade de Medicina da USP (1965), especializado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, professor em cursos de especialização, mestrado e doutorado e autor de 4 livros livros (o último, entitulado “A auto-estimulação e seus reflexos na educação global”, ainda em fase final de edição).
A seguir, confiram as obras do Dr. Henrique Klajner, disponíveis em todas as livrarias no país.

Por hoje é isto. Mas antes de terminar, gostariamos de saber sobre a sua experiência com a chupeta. Seu filho fez uso da chupeta? Por quanto tempo? Como foi o processo de retirada? Escreva nos comentários abaixo e compartilhe conosco a sua história!

terça-feira, 18 de maio de 2010

PITACO DE MÃE - por Clarissa Meyer

No meu “pitaco” de hoje eu vou comentar um pouquinho sobre dois assuntos que foram bem debatidos durante o programa deste último domingo e que eu tenho uma certa experiência para falar: chupetas e fraldas.
Meu filho largou a chupeta aos 3 anos (exatinhos!). Confesso que eu estava um pouco apreensiva por este momento, pois minha experiência com a chupeta durante a infância foi traumática, e eu não queria que ele passasse pelo que passei...
Acreditem se quiser, só larguei a chupeta perto dos 9 anos, quando coloquei aparelho nos dentes. Na verdade, foi uma troca pela outra, porque, realmente, não dava para usar chupeta e aparelho ao mesmo tempo...
A propósito, eu A – D – O – R – E – I quando o pediatra, Dr. Henrique Klajner, alertou sobre o problema da criança que mama ou usa chupeta por muito tempo ficar presa na fase oral. Para mim o que ele disse faz todo o sentido do mundo! Adivinhem só se depois que larguei a chupeta não comecei a roer unhas??? Faço isso até hoje! É vergonhoso, mas é a mais pura verdade. Devo ser uma adulta ainda presa na fase oral...
Mas voltando ao meu filho, vou contar para vocês como foi o processo de retirada da chupeta dele, que deu muito certo. Preciso dizer que a ideia não foi minha, mas da dentista dele – alguém bem mais acostumada com este tipo de situação e bem mais criativa do que eu!
Tudo começou alguns dias antes da Páscoa. O assunto entrou em pauta e nós, eu e meu filho, começamos a conversar sobre o “coelho da Páscoa”. Conversa vai, conversa vem, chegamos à conclusão de que, além de cenoura, o coelho deveria gostar muito de chupeta, pois só isto explicaria aqueles dentões para fora...
Foi então que tivemos a ideia de preparar uma surpresa para o coelho. Na véspera da Páscoa, deixamos numa cesta algumas cenouras e todas as chupetas que tinham na casa. A intenção era que o coelho passasse durante a madrugada, levasse as cenouras e as chupetas e deixasse uma bela surpresa...
E não é que o nosso plano deu certo??? (rsrs) Na manhã seguinte, quando meu filho acordou, as cenouras e as chupetas haviam sumido. No lugar delas havia um ovo de chocolate, um livro e um brinquedo super bacana. Meu filho achou o máximo tudo isto!!!
É claro que volta e meia ele lembrava e até pedia. Mas nós já tínhamos combinado que se ele quisesse a chupeta de volta, teria que devolver os presentes. No fim das contas, ele preferiu ficar com o que havia ganhado.
Já com o desfralde, a história é outra. Mas antes de contá-la, preciso elogiar o artigo sobre desfralde da fisioterapeuta Carla Pereira. As dicas delas são ótimas e é bem assim que o processo funciona!
Não cheguei a ter problemas no desfralde diurno. Acredito que foi no momento certo. Esperei o verão chegar e nesta época ele já estava com 2 anos e 7 meses. Foram só algumas escapadinhas aqui, outras ali, mas com a ajuda da escola e, em seguida, as férias na praia, o processo acabou sendo rápido e bem sucedido.
Infelizmente, não posso dizer o mesmo do desfralde noturno. Meu filho já está com 4 anos, 20kg, 1,10m de altura e ainda usa fralda para dormir! Não tem uma noite que ele não faça xixi. Já tentei de tudo: suspender líquidos 2 horas antes de dormir, deixar ficar molhado até que isto se tornasse um incômodo, mas tudo foi em vão até agora. Acabei suspendendo temporariamente as minhas tentativas porque percebi que já estava ficando nervosa e a minha ansiedade só estava atrapalhando.
Mas é claro que antes de dar esta “desencanada” eu fui me aconselhar com a pediatra, que me acalmou dizendo que até os 5/6 anos é normal que ainda aconteça de fazer xixi na cama, e que eu deveria mesmo dar mais um tempo a ele. Então, vamos esperar mais um pouquinho...
Portanto, mamães que escreveram e escrevem para o Papo de Mãe desesperadas porque não conseguem desfraldar seus filhos: não se sintam sozinhas!!! Eu sei que é difícil, mas precisamos nos conscientizar de que não devemos comparar nossos filhos aos dos outros. Cada um tem seu tempo, não adianta querer apressá-los. A “HORA CERTA” de cada um pode até demorar, mas certamente um dia chegará!
Por Clarissa Meyer,
mãe, advogada, editora e colunista do blog Papo de Mãe.
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Por hoje é isto, pessoal! Mas ainda teremos mais novidades durante a semana. Não deixem de dar uma espiadinha por aqui todos os dias!!!
Votem também no nosso blog para o prêmio TOPBLOG, clicando aqui ou no selo verde no topo da página.
Muito obrigada a todos pela atenção, pelo carinho e pela audiência!!!
Beijos e até logo mais!!!

domingo, 16 de maio de 2010

Hora certa: quando e como tirar o bebê das fraldas

Oi gente!
Gostaram do Papo de Mãe deste domingo? Esperamos que sim. Estamos a cada dia nos esforçando mais e mais para fazer um programa de qualidade, que realmente preste um serviço à população, levando informação, mas de uma forma leve e descontraída.
E aqui no blog o PAPO continua...
Confiram agora o artigo enviado por uma de nossas convidadas, a fisioterapeuta Carla Pereira, sobre a HORA CERTA de tirar as fraldas do bebê.
Sintam-se à vontade para opinar e comentar não só sobre o texto, mas sobre todos os assuntos abordados no programa.

Hora Certa: quando e como tirar o bebê das fraldas
Por Carla Pereira - fisioterapeuta

Sair das fraldas, controlando a urina e fezes, é conseguir "controle de esfíncteres". Ou seja, controle voluntário das "torneirinhas" naturais de nosso corpo.
Ao nascer, o bebê não possui nenhum controle sobre os esfíncteres. Ele urina e evacua involuntariamente e o controle voluntário somente virá com o tempo.
Aí vem a pergunta : E com que idade a criança adquire esse controle?
De modo geral, o controle esfincteriano se inicia por volta de 18 meses de idade. Para saber a hora certa, a dica é esperar que a criança comece a avisar ou indicar de alguma forma, que fez xixi ou que evacuou (isso ocorre geralmente por volta dos 2 anos). Não é preciso ter pressa! O treinamento feito antes da hora pode trazer conseqüências muito desagradáveis para a criança e seu desenvolvimento.
Também é muito importante que este treinamento seja feito de forma natural, sem ansiedade, mantendo um ambiente tranqüilo e um relacionamento amoroso com a criança. A hora certa varia de criança para criança. Geralmente, elas abandonam a fralda durante o dia e depois de algum tempo deixam de usar à noite.
O ideal é usar direto o vaso sanitário com tampa apropriada para crianças. Deve-se colocar a criança no vaso sanitário, com apoio nos pés, umas 3 vezes por dia, cerca de 15 minutos, após as principais refeições. Se já houver um horário em que a criança evacua com mais freqüência, devemos aproveitar esse horário.
Deve-se deixá-la no banheiro por no máximo uns 10 a 15 minutos e durante esse período ela deve receber nossa atenção e estímulo para evacuar, explicando a ela o que se deseja e pedindo-lhe ocasionalmente que faça força. Pode-se fazer um pouco de massagem no abdômen. Vale conversar e contar historinha. Se nos primeiros dias ela não conseguir, não desanime, pois o controle virá com o tempo.
É importante saber que a primeira habilidade que a criança adquire neste treinamento é a de "segurar" a torneirinha fechada e só depois ela aprende a abri-la voluntariamente. Isto significa que no princípio a criança poderá evacuar logo após ser retirada do banheiro, pois estava voluntariamente (e às vezes até com algum esforço) segurando as fezes.
Assim que sai, ela relaxa e evacua. Nesta hora a criança pensa que vai ser elogiada, por ter controlado o esfíncter fechado por alguns minutos, mas acaba levando uma bronca, e fica sem entender nada. O melhor nesta hora é limpá-la sem comentar nada.
Lembre-se sempre de elogiar os seus sucessos, mesmo que tenha sido apenas o de conseguir ficar sentada por alguns minutos. Quando ela conseguir finalmente evacuar, deve-se manter o horário e a rotina diariamente, para que o hábito seja fixado.
O treinamento para controle da urina deve começar pelo período diurno, colocando-se a criança no banheiro para tentar urinar, a cada 3 horas aproximadamente. Sempre explicando o que se deseja e até imitando o barulho do xixi.
Devemos sempre, elogiar os sucessos e ignorar, sem comentar, os "fracassos".
O controle urinário diurno geralmente se consegue até os 2 anos e meio ou 3 anos, mas o noturno pode demorar até os 5 ou 6 anos de idade. Quando estes prazos (aproximados) são ultrapassados, dizemos que a criança está com enurese ( ato de urinar involuntariamente ), o que requer avaliação especial e eventualmente tratamento.
ALGUMAS DICAS:
1. Converse com a criança sobre o assunto e, se fizer xixi ou cocô na roupa, não brigue;
2. Mostre o vaso sanitário para ela e deixe-a conhecê-lo;
3. Mostre figuras ou fotos de crianças no banheiro;
4. As crianças costumam indicar que estão com vontade de fazer xixi ou cocô. Quando perceber, coloque-as no vaso sanitário;
5. O ideal é que se sentem no vaso sanitário o com as coxas levemente acima de 90o, com apoio nos dois pés, e o tronco levemente inclinado a frente, o que ajuda a esvaziar melhor a bexiga e a eliminar as fezes;
6. Deixe ver os pais e outras crianças no banheiro;
7. Estimule a dar tchau para o cocô e o xixi na hora de dar a descarga;
8. Deixe livros, revistas e gibis ao lado vaso sanitário;
9. Na época de tirar a fralda noturna, pergunte "Vamos tentar acordar com a fralda seca?". Caso não consiga, não o repreenda.
10. PACIÊNCIA E MUITO AMOR...
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Por enquanto é isso, mas no decorrer da semana teremos mais postagens sobre o tema HORA CERTA. Não deixem de dar uma espiadinha por aqui!!!
Um grande beijo e até mais!!!
Postado por Clarissa Meyer

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Próximo programa: HORA CERTA!!!

Você sabe qual é a  HORA CERTA para fazer seu filho largar a chupeta, a mamadeira e as fraldas? E para ir ao dentista, ao oftalmologista e ao ginecologista pela primeira vez???
Com que idade a criança deve  começar a frequentar a escola, aprender um novo idioma ou um instrumento musical? E a partir de  quando podemos deixar nossos filhos saírem sozinhos???
Afinal, será que existe um "manual" da hora certa???
Neste domingo, Mariana Kotscho e Roberta Manreza batem um papo descontraído com mães, pais, filhos e especialistas sobre estas e outras dúvidas. Vocês não podem perder! 
PAPO DE MÃE - um programa informal com informação. Neste domingo, 19 horas, na TV Brasil.

E aqui no blog o PAPO continua... Não deixem de conferir as postagens da semana. Participem enviando comentários, relatos ou perguntas! Contamos com a audiência e participação de todos!!!
Um grande beijo e até mais!!!

Postado por Clarissa Meyer


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Métodos contraceptivos

Olá! Estamos de volta com o tema Gravidez na adolescência.
Quem acompanhou o programa, teve oportunidade de conhecer diferentes histórias de pessoas que passaram pela gravidez indesejada na adolescência e de como é difícil enfrentar esta situação. Também contamos com a presença de especialistas no assunto como a Dra. Carmita Abdo, psiquiatra, fundadora do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da USP, a Dra. Albertina Duarte, ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas de São Paulo e professora na Faculdade de Medicina da USP, e a professora Célia Siqueira, coordenadora do Projeto de Educação Sexual para Crianças do Instituto Criança é Vida. Vocês podem saber mais sobre o trabalho destes grupos pelos sites: http://www.criancaevida.org.br/ e http://www.portaldasexualidade.com.br/.

E já que estamos falando no assunto, nada mais justo que a postagem de hoje seja sobre métodos contraceptivos. Vamos explicar um pouquinho sobre cada um, mas é importante frisar que a consulta com o ginecologista é imprescindível para a escolha do melhor método, pois cada um tem suas peculiaridades e alguns apresentam contra-indicações para determinadas pacientes. Portanto, somente o médico será capaz de avaliar, indicar e orientar a paciente sobre o uso correto de seu método anticoncepcional.
Os métodos contraceptivos são classificados em cinco grupos:
1. Métodos de Barreira: Esses métodos impedem que os espermatozóides cheguem ao útero.
- Camisinha: É o método mais popular e eficiente, porém requer o uso correto. Existe na versão masculina (mais conhecida) e na feminina. A grande vantagem do uso deste método é que, além de proteger contra uma gravidez indesejada, protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
- Diafragma: Dispositivo de borracha ou silicone que recobre o colo uterino. A eficácia desse método aumenta quando a mulher utiliza espermaticida associado. Pode ser reutilizado, desde que seja bem lavado após o uso, e conservado com um pouco de amido (maisena) polvilhado. Ele deve ser colocado pelo menos 15 minutos antes da relação sexual, e deve ser retirado até 6 a 8 horas depois.
- Esponja: É uma pequena esponja feita de poliuretano, com espermicida. É descartável e de fácil colocação. Entretanto, é um produto importado e de alto custo.
- Espermaticida: São substâncias que matam os espermatozóides. Quando usados sozinhos não conferem proteção adequada. Os principais são: nonoxinol-9, octoxinol-9, menfegol.
2. Métodos de contracepção hormonais: são constituídos de hormônios sintéticos, geralmente a associação de um tipo de estrogênio e um tipo de progesterona. Esses métodos atuam no centro regulador do ciclo menstrual, levando a um estado em que a mulher não ovula. São bastante eficazes, com uma taxa de gravidez muito baixa.
- Contraceptivos Orais: São as famosas pílulas. Elas devem ser iniciadas no primeiro dia da menstruação e continuadas por 21 dias consecutivos, sem falhar. Após o término da cartela, a mulher faz uma pausa de sete dias e reinicia o uso no oitavo dia. É importante tomar a pílula sempre no mesmo horário, recomendação especialmente válida para as mini-pílulas.
- Contraceptivos Injetáveis: podem ser mensais e trimestrais. Apresentam excelente eficácia e é de fácil uso, pois a mulher não precisa ficar lembrando todos os dias de tomar a pílula. Após a interrupção do uso, a mulher pode demorar algum tempo (até 9 meses) para conseguir engravidar.
- Implantes: São cápsulas ou bastões contendo hormônio, que são implantados pelo médico debaixo da pele, no braço, próximo ao cotovelo. Duram até três anos e são de alta eficácia.
- Anel Vaginal: São anéis de material plástico, também contendo hormônio. São inseridos dentro da vagina, onde devem ser deixados por três semanas. A mulher faz uma pausa de uma semana e reinicia o uso. Não atrapalha a relação sexual, nem causa incômodo. 
- Adesivos Cutâneos: São semelhantes aos utilizados na terapia de reposição hormonal, em mulheres na menopausa. Os adesivos são "colados" na pele e utilizados por três semanas, com pausa de uma semana. São bastante eficazes e de fácil utilização.
- Pílula do Dia Seguinte: Faz com que o útero fique desfavorável à gravidez. Existem dois métodos. O primeiro consiste no uso de pílula própria, em duas doses: a primeira até 72 horas após o ato sexual e a segunda 12 horas após a primeira. O outro método consiste no uso da pílula comum, de forma que a mulher ingere duas pílulas até 72 horas após o ato sexual e mais duas 12 horas depois. Esse método só deve ser utilizado esporadicamente, devido ao esquecimento da pílula ou ao fato de a camisinha ter estourado. Também é indicada em casos de estupro. Uma informação de extrema importância: o uso freqüente leva à redução de sua eficácia.
3. Dispositivo Intra-Uterino (DIU): O DIU é o método contraceptivo mais utilizado no mundo.O DIU é colocado pelo médico, de preferência durante o período menstrual, e apresenta durabilidade de alguns anos (depende do tipo). É extremamente eficaz, sendo que o risco de gravidez é bastante pequeno.
Existem dois tipos principais:
- DIU de cobre, largamente utilizado, disponível no sistema único de saúde
- DIU com hormônio (um tipo de progesterona), de alta eficácia e que apresenta uma ação especial de alterar o muco do colo uterino, impedindo que os espermatozóides cheguem ao útero.
4. Métodos Comportamentais: Esses métodos baseiam-se na observação das características do ciclo menstrual, com abstinência sexual durante alguns períodos.
- Tabelinha: A famosa tabelinha é bastante utilizada, ainda hoje. Consiste no cálculo do provável dia da ovulação e na abstinência sexual por 7 dias, nessa época. Esse método, porém, só deve ser utilizado por mulheres que tenham os ciclos menstruais regulares e que ovulem sempre no 14º dia do ciclo. Para sua aplicação, devem ser observados os ciclos por pelo menos 6 meses, antes do início. O modo de usar é bastante simples. Você pega a data provável da próxima menstruação e subtrai dela o número 14. O resultado é o dia provável da ovulação. Agora basta contar 4 dias antes e 4 dias depois. Durante esse tempo, o casal não deve ter relações sexuais.
- Temperatura Basal: Baseia-se no fato de que após a ovulação ocorre um aumento da temperatura corporal, em 0,3-0,8ºC, por três dias. Antes de iniciar o uso desse método, a mulher deve ter um período de alguns meses, no qual ela avaliará sua temperatura todos os dias e anotará em um gráfico, o que ajudará na determinação do padrão de elevação da temperatura. Após a determinação do padrão de aumento da temperatura, o casal deve fazer abstinência sexual durante toda a primeira parte do ciclo (ou seja, depois da menstruação) até três dias depois que a temperatura aumentou.
- Muco cervical (Billings): Com este método, a mulher tenta prever o período fértil por meio da análise do muco proveniente do colo uterino. Logo depois da menstruação, existe um período em que a vagina permanece muito ressecada, e o muco vai aumentando aos poucos e vai se tornando mais escorregadio e elástico. Assim, o casal deve fazer abstinência desde o período em que existe pouco muco até três dias depois da data de maior elasticidade.
- Método Sintotérmico: É o uso conjunto dos três métodos anteriores.
- Coito interrompido: Consiste na retirada do pênis da vagina, antes da ejaculação. Não é um método recomendado, pois leva a um ato sexual incompleto e a ansiedade no casal. O índice de falha é alto porque muitos homens não conseguem controlar o momento da ejaculação e, além disso, o líquido seminal eliminado antes da ejaculação também contém espermatozóides
5. Contracepção Cirúrgica: É o único método de contracepção definitiva, sendo utilizada por muitos casais. Esses métodos são de altíssima eficácia, mas suas indicações são bastante específicas. Assim, o casal deve procurar se informar com o ginecologista sobre a possibilidade de sua realização.
-  Laqueadura ou ligadura tubária: consiste na esterilização feminina.
- Vasectomia: consiste num procedimento ambulatorial (não requer hospitalização) e é feita sob anestesia local,  não causando nenhum tipo de disfunção sexual. (como impotência).
Para saber mais:

ATENÇÃO, PAPO DE MÃE ADVERTE: o único método que evita a gravidez e previne as doenças sexualmente transmissíveis ao mesmo tempo é a camisinha. Portanto, recomenda-se que o uso de qualquer dos métodos contraceptivos listados acima deva ser associado ao uso da camisinha.

DICA DE HOJE:
PROMOÇÃO ESPECIAL PARA FUTURAS MAMÃES
ROTEIRO DAS GRÁVIDAS

segunda-feira, 10 de maio de 2010

PITACO DE MÃE: por Clarissa Meyer

Olá!
Ontem o Papo de Mãe tratou de um assunto bem delicado e de muita importância: gravidez na adolescência.
Fiquei um tempo refletindo sobre o assunto e tentei me colocar no lugar destas meninas que engravidam tão cedo. Confesso que não consegui...
Deve ser muito difícil, principalmente quando não se tem o apoio familiar. Longe de mim defender a gravidez precoce, mas estas meninas precisam de amparo, afinal são crianças  dando a luz a crianças..
Aos 15, 16 anos, os jovens não têm noção do que é a responsabilidade de se ter um filho. Na verdade, o que acontece é bem o que uma das convidadas disse no programa: “achei que não fosse acontecer comigo...”
De certa forma, é compreensível que os adolescentes digam isto... Eles estão numa fase de transição e, embora sejam informados e tenham tamanho de gente grande, ainda existe um tipo de fantasia ou ilusão em suas mentes - resquícios da infância - de que todos são uma espécie de “super-heróis” e que nada de ruim vai lhes acontecer . Só que a vida não é uma história em quadrinhos, muito menos um conto de fadas...
Eu tive meu filho aos 29 anos e ainda assim foi muito difícil. Apesar de ter lido e me informado muito a respeito de maternidade, na hora “H” o bicho pegou.
Descobri na prática - como a maioria das mães - que a tarefa de criar um filho seria árdua e que eu estava COMPLETAMENTE despreparada.
O primeiro banho foi um desastre. Sem querer, por pouco não afoguei meu filho na banheira... O primeiro passeio pelo bairro também não foi nada agradável. O carrinho chacoalhava tanto que eu achei que aquilo pudesse provocar alguma lesão cerebral. Voltei para casa segurando meu filho num braço e empurrando o carrinho com o outro – cena patética!
Isso sem falar nas questões mais profundas e importantes que envolvem a maternidade...
Agora, imaginem essas mães tão novinhas... O que será que passa pela cabecinha delas? Que experiência de vida, condições financeiras e emocionais elas têm para colocar um bebê no mundo?
Muitas carregam o sonho de que após terem seu bebezinho, vão ter sua casa, sua família e que tudo vai ser lindo e cor-de-rosa. Mas a gente sabe que não é assim!
São poucas as que conseguem continuar os estudos. A maioria precisa trabalhar depois que ganha o bebê e entrega seu filho aos cuidados dos avós. Isso quando não são rejeitadas pela família e têm de se virar sozinhas, muitas vezes, sem o apoio do companheiro.
É claro que estou generalizando e que existem casos e casos. Mas é com base no que acontece na maioria das vezes que temos que refletir e pensar numa solução...
Mas o que será que acontece? Por que os jovens não se previnem? Eles conhecem os métodos contraceptivos, sabem dos riscos que correm – não só de uma gravidez indesejada, mas de doenças sexualmente transmissíveis – mas não colocam em prática o que aprendem na teoria.
A certa altura do programa alguém matou a charada e disse: “não é informação que falta, mas formação”. Concordo plenamente! É uma questão de educação sexual. Nossos filhos precisam ser educados desde cedo para lidar com a sexualidade. E temos que encarar isto com naturalidade, por mais difícil que seja para certas pessoas.
Da mesma forma que ensinamos que escovar os dentes é fundamental para evitar as cáries, temos que ensinar que usar camisinha é fundamental para evitar a gravidez e a transmissão de doenças. Não há outro jeito... Pelo menos esta é a minha opinião. E a sua, qual é?
Por Clarissa Meyer,
mãe, advogada, editora e colunista do Blog Papo de Mãe