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Na TV Brasil

segunda-feira, 10 de maio de 2010

PITACO DE MÃE: por Clarissa Meyer

Olá!
Ontem o Papo de Mãe tratou de um assunto bem delicado e de muita importância: gravidez na adolescência.
Fiquei um tempo refletindo sobre o assunto e tentei me colocar no lugar destas meninas que engravidam tão cedo. Confesso que não consegui...
Deve ser muito difícil, principalmente quando não se tem o apoio familiar. Longe de mim defender a gravidez precoce, mas estas meninas precisam de amparo, afinal são crianças  dando a luz a crianças..
Aos 15, 16 anos, os jovens não têm noção do que é a responsabilidade de se ter um filho. Na verdade, o que acontece é bem o que uma das convidadas disse no programa: “achei que não fosse acontecer comigo...”
De certa forma, é compreensível que os adolescentes digam isto... Eles estão numa fase de transição e, embora sejam informados e tenham tamanho de gente grande, ainda existe um tipo de fantasia ou ilusão em suas mentes - resquícios da infância - de que todos são uma espécie de “super-heróis” e que nada de ruim vai lhes acontecer . Só que a vida não é uma história em quadrinhos, muito menos um conto de fadas...
Eu tive meu filho aos 29 anos e ainda assim foi muito difícil. Apesar de ter lido e me informado muito a respeito de maternidade, na hora “H” o bicho pegou.
Descobri na prática - como a maioria das mães - que a tarefa de criar um filho seria árdua e que eu estava COMPLETAMENTE despreparada.
O primeiro banho foi um desastre. Sem querer, por pouco não afoguei meu filho na banheira... O primeiro passeio pelo bairro também não foi nada agradável. O carrinho chacoalhava tanto que eu achei que aquilo pudesse provocar alguma lesão cerebral. Voltei para casa segurando meu filho num braço e empurrando o carrinho com o outro – cena patética!
Isso sem falar nas questões mais profundas e importantes que envolvem a maternidade...
Agora, imaginem essas mães tão novinhas... O que será que passa pela cabecinha delas? Que experiência de vida, condições financeiras e emocionais elas têm para colocar um bebê no mundo?
Muitas carregam o sonho de que após terem seu bebezinho, vão ter sua casa, sua família e que tudo vai ser lindo e cor-de-rosa. Mas a gente sabe que não é assim!
São poucas as que conseguem continuar os estudos. A maioria precisa trabalhar depois que ganha o bebê e entrega seu filho aos cuidados dos avós. Isso quando não são rejeitadas pela família e têm de se virar sozinhas, muitas vezes, sem o apoio do companheiro.
É claro que estou generalizando e que existem casos e casos. Mas é com base no que acontece na maioria das vezes que temos que refletir e pensar numa solução...
Mas o que será que acontece? Por que os jovens não se previnem? Eles conhecem os métodos contraceptivos, sabem dos riscos que correm – não só de uma gravidez indesejada, mas de doenças sexualmente transmissíveis – mas não colocam em prática o que aprendem na teoria.
A certa altura do programa alguém matou a charada e disse: “não é informação que falta, mas formação”. Concordo plenamente! É uma questão de educação sexual. Nossos filhos precisam ser educados desde cedo para lidar com a sexualidade. E temos que encarar isto com naturalidade, por mais difícil que seja para certas pessoas.
Da mesma forma que ensinamos que escovar os dentes é fundamental para evitar as cáries, temos que ensinar que usar camisinha é fundamental para evitar a gravidez e a transmissão de doenças. Não há outro jeito... Pelo menos esta é a minha opinião. E a sua, qual é?
Por Clarissa Meyer,
mãe, advogada, editora e colunista do Blog Papo de Mãe

5 comentários:

Dri disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
PAPO DE MÃE disse...

Adriana, sua participação foi excepcional. Elogiada não só pelas especialistas durante o programa, mas por todos que assistiram. Além de falar muito bem, você foi franca, honesta e disse exatamente o que muitos jovens gostariam de dizer. Parabéns! Seja sempre assim! Passe o que você é e sua experiência de vida para seus filhos, que eles só sairão ganhando...
Participe sempre aqui do Papo, seus comentários serão sempre bem-vindos!
Beijos!
Clarissa Meyer

Dri disse...

Nossa, fiquei lisongeada.

De qualquer forma, nenhuma mãe ´pe perfeita e adolescentes ou não temos nossas falhas.

Tenho duas sugestões de tema para o programa. "Mães de adolescentes" Os medos, como contornar mentirar, controlar as saídas, as amizades, estudo, enfim... tudo o que refere-se aos filhos asolescentes e "Culpa de mãe", pois me parece que as mães já se sentem culpadas durante a gavidez. E depois quando dão uma bronca nos filhos, quando não podem comprar objetos de desejo dos filhos, quando precisam estar ausentes e etc.

bjs.

Ellen Martins disse...

Olá!!!

Minha primeira e unica gestação foi aos quinze anos, hoje tenho 26 e minha filha 11 anos. Eu não sou só mãe, sou amiga também, minha filha esta praticamente na pré adolescência e o que sempre digo a ela é " vc sempre pode contar comigo" sei que se eu for dura, antiquadra, ela terá medo de contar seus segredos e o que vive no dia a dia coisas que não tenho acesso, sei que muitas atitudes são influenciadas por amizades, pra evitar principalmente que ela minta pra mim prefiro dar o primeiro passo não reprimindo-a mais abrindo portas pra ela possa confiar em mim. Realmente gravidez precoce não é nada facil, não tive apoio do pai dela e nem da minha familia, só após o nascimento dela que houve o apoio. Mais que sirva de lição pra não mais agirmos por impulso ou simplesmente para agradar os parceiros, o sexo tem que ser com camisinha sim sempre, pra se evitar uma gravidez ou até mesmo uma DST. Gostei muito do blog parabéns!!! Abraços

PAPO DE MÃE disse...

Obrigada pelo seu relato, Ellen, Você tem toda a razão.
Participe sempre aqui do blog!
Beijos
Clarissa Meyer