As mulheres com lúpus precisam redobrar o cuidado durante a gravidez, mas não estão proibidas de ter filhos
Por Marcela Bourroul - Revista Crescer
O lúpus é uma doença que, se controlada e monitorada adequadamente, não atrapalha a vida de seus portadores. Caso uma paciente engravide, no entanto, ela vai precisar tomar mais cuidado que uma mulher saudável. Como o lúpus é cerca de 10 vezes mais frequente em mulheres, não é difícil que os reumatologistas tenham que tratar futuras mães.
A diferença de cuidados começa antes mesmo de o casal tentar engravidar, porque a gestação de uma paciente com lúpus deve ser bem planejada. A doença precisa estar inativa por cerca de seis meses antes da concepção para evitar riscos para a mãe e a criança.
De acordo com Leandro Parmigiani, reumatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos (SP), durante a gestação, a mulher deve se proteger contra o sol, evitar estresse excessivo, ter hábitos saudáveis, além do acompanhamento regular com o obstetra e o reumatologista. Esses dois especialistas vão dar o apoio necessário para que a gravidez aconteça normalmente. Eles também poderão indicar os medicamentos mais adequados, já que os remédios usados regularmente podem comprometer o feto, como a maioria dos imunossupressores e alguns para hipertensão.
Na maior parte dos casos, as mulheres com lúpus dão à luz a crianças normais, mas há uma pequena chance de ocorrer abortamento, ou de o bebê nascer prematuro ou com baixo peso, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
Uma situação que pode ocorrer durante esse tipo de gestação é o desenvolvimento de um bloqueio cardíaco, que determina batidas mais lentas do coração do bebê. Esse tipo de problema está relacionado à presença de um anticorpo no sangue da mãe (anti Ro), que passa pela placenta e afeta o coração do bebê. Apesar disso, a maioria dos bebês filhos de mulheres com esse anticorpo não tem nenhuma complicação. Esse mesmo anticorpo também pode causar uma situação chamada lúpus neo-natal, na qual o bebê nasce ou desenvolve manchas parecidas com as de quem tem lúpus. Essas manchas são temporárias e a criança não desenvolve lúpus propriamente dito.
Em cartilha sobre o assunto, a SBR afirma: "ainda que a gestação em quem tem LES seja considerada sempre de alto risco, se todos os cuidados forem tomados, a grande maioria das gestações é tranquila e bem sucedida."
E os cuidados não terminam após o parto, porque os médicos também devem programar os remédios que serão usados durante a amamentação.
Um comentário:
Fui diagnosticada com lúpus há mais de 12 anos. Graças a Deus, não tive nenhuma complicação em nenhuma das minhas duas gravidezes. Infelizmente, tive que deixar de amamentar minhas meninas aos 10 e aos oito meses, respectivamente, porque precisei voltar a tomar os medicamentos para controlar a doença.
Edjane Oliveira
Blog Conversinha de Mãe
http://www.conversinhademae.com.br
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