Museu não é lugar de criança. Nem concertos, apresentações de dança ou nada do tipo... Certo? Errado.
As crianças nascem e é comum que os pais achem que, de agora em diante, todos os passeios devem envolver brinquedos, personagens infantis e todo esse universo que rodeia a fantasia das crianças.
É verdade que existem sim diversos passeios culturais voltados para os pequenos, porém, ao pensar que devem limitar-se às atividades infantis, os pais acabam esquecendo que, nessa fase de descobertas, conhecer o mundo pode virar uma grande brincadeira. Crianças são curiosas por natureza, e se interessam por tudo que está ao nosso redor.
Quando trabalhava com educação infantil, realizávamos projetos com pintores conhecidos desde o berçário e, através daquelas imagens de Romero Britto, Ademir Martins, Tarsila do Amaral, trabalhávamos linguagem, cores, imagens, interpretação, folclore e a história daqueles que pintaram os quadros que eles interpretavam e dos quais faziam releituras. Por uma feliz coincidência, quando fazíamos um trabalho com Ademir Martins com a turma de 3 anos, uma exposição de suas obras foi realizada em São Paulo. “Eles não são muito pequenos?”, pensamos... mas fomos com 10 crianças para o museu, ver uma exposição de artes plásticas montada para adultos, e nunca vou esquecer o brilho naqueles olhinhos, a alegria da descoberta.
Artes plásticas, música, dança, folclore, hábitos de diferentes regiões do nosso e de outros países, história, ciências... A capacidade que as crianças têm de se encantar com o desconhecido torna qualquer programação uma aventura, um novo mundo a ser explorado.
É claro que a realização destes programas com crianças exigem alguns cuidados. Deve-se levar em consideração a idade da criança e sua capacidade de concentração na hora de escolher o programa. Crianças muito pequenas, por exemplo, terão dificuldades para manterem-se sentadas por longos períodos, de forma que os concertos e apresentações ao ar livre são mais indicados. Respeite os limites da criança.
É importante ajudar a tornar aquele momento interessante, contando histórias sobre os objetos e quadros do museu, por exemplo, e conversando bastante sobre aquilo que a criança está vendo, possibilitando, dentro do possível, que ela explore essa nova descoberta.
Avaliar a adequação do conteúdo do programa à faixa etária da criança também é importante, já que exposições, por exemplo, podem ter conteúdos pesados demais para a criança.
No mais, com flexibilidade e bom humor qualquer programa pode tornar-se divertido para toda a família.
*Renata Peixoto é psicóloga e participou com especialista convidada do Papo de Mãe sobre Passeios Culturais exibido em 01.01.2012.
2 comentários:
GOSTEI DA MATÉRIA, SEMPRE IA NA BIENAL COM MINHA TIA QUANDO ERA CRIANÇA E NÃO ME ESQUEÇO DISSO. ACHO SIM FUNDAMENTAL ANTES SABER SE NÃO TEM IMAGENS AGRESSIVAS, HOJE NA TV ESTÁ CADA VEZ MAIS DIFÍCIL ASSISTIR NOTÍCIAS COM A PRESENÇA DE NOSSOS PEQUENOS, É TANTA VIOLÊNCIA.
Fui ver a exposição de fotos agora no Instituto Tomie Ohtake - Steve McCurry, interessante porém temos cenas fortes , são algumas fotos que impressionam É UMA PENA. CASO CONTRÁRIO SERIA UMA BOA SUGESTÃO.
GOSTARIA DE SUGESTÕES DE VCS....TERIA ALGUMA AGORA NAS FÉRIAS?
Renata, muito interessante essa postagem. Não se pode depreciar as preferências da criança. Se não permitimos que ela conheça obras culturais prejudicaremos o desenvolvimento intelectual das mesmas. Gostei das orientações da postagem (como mostrar para a criança).
Grande abraço.
Manoel.
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