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Reprise aos sábados, 11 horas
Na TV Brasil

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A importância da ARTE na formação das crianças

Olá! A importância das ARTES na educação de nossos filhos foi o tema do programa deste último domingo, que contou com a presença de convidados muito especiais. Entre os assuntos abordados, falamos sobre a importância da música com a pedagoga Amália de Vicenzo, diretora artística do Conservatório Musical Villa-Lobos (SP), que também dá aulas para crianças a partir dos 4 meses de idade. Na opinião dela, colocar a criança desde cedo em contato com este tipo de estímulo é muito positivo. Sem contar que, muitas vezes, são os próprios filhos que, ao entrarem em contato com a música, fazem com que seus pais tomem gosto por esta arte.

No mundo das artes, a criatividade é quem manda: desenho, pintura, teatro, dança, canto, literatura... vale tudo! E foi justamente  para mostrar um pouquinho de um lugar onde a imaginação não tem limites  que nossa repórter, Rosângela Santos, foi até a Bienal das Artes em São Paulo.
Durante o programa, batemos um papo super interessante com a gerente geral do Instituto Arte na Escola, Denise Grisnpum, que explicou a importância de incentivar o ensino da arte por meio da formação de professores, qualificando os processos de aprendizagem, e utilizando-se, inclusive, de ferramentas tecnológicas como a internet. A psicóloga especialista em Arteterapia Vera Maria Rossetti Ferretti do Instituto Sedes Sapientiae também esteve presente para mostrar como funciona o seu trabalho, no qual o indivíduo percebe como é possível transformar sentimentos internos em obras de arte.
Segundo uma pesquisa americana feita com 250 crianças de 3 a 5 anos, o contato com as artes é importante no aprendizado porque ajuda a desenvolver o pensamento crítico, a respeitar diferentes opiniões e, portanto, a diversidade.
No Brasil, uma das principais referências para o ensino da arte nas escolas é a professora aposentada da USP Ana Mae Barbosa. Em 1987, ela criou a proposta triangular, que inovou ao colocar obras de arte como referência para os alunos. Segundo ela, o professor deve usar o seguinte tripé em classe: o fazer artístico, a história da arte e a leitura de obras. O ensino da arte é obrigatório nas escola e a partir de 2011, o ensino da música também  será.
É importante lembrar que conviver com a arte pode ser muito mais fácil e barato do que se imagina. Em casa, por exemplo, podemos mostrar às crianças as formas dos objetos, a beleza de uma fotografia, a mistura de cores, a diferença de estilos musicais e de dança... Os pais podem começar também oferecendo o básico como tinta, lápis e papel para que os pequenos se sintam livres para criar.
Da mesma forma, deve-se aproveitar eventos gratuitos como exposições, museus, peças de teatro e shows para que a garotada tenha contato com este universo desde cedo. Infelizmente, o que realmente falta é o hábito de frequentar estes locais. Só para se ter uma ideia, segundo dados do IBGE, 92% dos brasileiros nunca foram a um museu. E 93,4% jamais frequentaram uma exposição de arte.
Mas o Papo de Mãe não terminou por aí porque a nossa repórter Mariana Verdelho ainda foi conhecer uma família de circo. Isto mesmo, uma família que trabalha junto no picadeiro por amor à arte circense. Por fim, o grupo Cybernétikos Soul Street’s, deu um show de dança, sob o comando do professor e coreógrafo Everson Magnavita.
Bem, pessoal, por hoje é isto. Mas continuem com a gente porque no decorrer da semana tem muito mais aqui no blog! 

Assista ao Programa sobre ARTES!!!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Associação Grupo de Mães Anjos de Luz - vamos ajudar as crianças com deficiências de Roraima!

Associação Grupo de Mães Anjos de Luz - AGMAL -  é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, sem distinção de origem, sexo, raça, religião, idade ou opção político-partidário. A filosofia consiste em promover a aproximação, cooperação e integração dos pais dos Portadores de Necessidades Especiais – PNE, proporcionando a estes uma vida digna com saúde, lazer e integração à sociedade.
A AGMAL nasceu de um grupo de mães que conhecendo a dificuldade que é ter um filho com deficiência, se propôs a ajudar as famílias que tem PNE, em especial crianças. São muitas as despesas com tratamento médico, reabilitação, medicamentos, fraldas (alguns usam fralda por toda a vida), sondas uretrais, equipamentos ortopédicos, cadeira de rodas, e etc. E para a maioria das famílias que fazem parte da Associação, esses gastos estão acima de seus orçamentos.
Atualmente, a AGMAL atende à cidade de Boa Vista e municípios vizinhos do Estado de Roraima/Brasil, e desenvolve atividades junto as famílias dos PNE, tais como: oferecendo instrumentos para a convivência no lar e em sociedade; informando sobre as doenças e seus diversos aspectos e cuidados necessários; atendimento medico de urgência; vida diária; benefícios sociais. Trabalha, ainda, com a auto-estima das mães, pois em muitos casos elas são abandonadas pelos pais das crianças, e até mesmo por seus próprios familiares. Mas para continuar seu trabalho, a instituição precisa da sua ajuda!
A Campanha de Natal 2010 da AGMAL, Campanha Natal Face Solidário, já começou e, além dos colaboradores, todos podem participar. A arrecadação de brinquedos, cestas básicas, roupas, material de higiene pessoal (fralda descartável, sabonete, creme dental, escova de dente, etc.) ou dinheiro (que será revertido para compra de cesta básica e apoio logístico) vai até o dia 22 de dezembro de 2010. O intuito desta mobilização é levar um pouco de conforto material e espiritual a 1.296 famílias dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE) do Estado de Roraima. A grande maioria dessas famílias vive abaixo da linha da pobreza e se concentram no interior do Estado.
Essa campanha é um convite aos brasileiros e estrangeiros a voltar seu olhar à população carente desta região. Para participar com sua colaboração faça contato com a Associação Grupo de Mães Anjos de Luz -  Rua Austrália, 465, Bairro Cauamé, Boa Vista - Roraima/Brasil. CEP:69.311-011. Telefones: 55 95 9122-4796 / 55 95 3627-1052.  Email: [email protected]. Site: http://www.grupoanjosdeluz.com.br/.
E para doações em dinheiro: Caixa Econômica Federal  - Agência Asa Branca nº 3027 - Conta corrente  003.749-8 - CNPJ: 11.405.340/0001-19 -  Código SWIFT: CEFXBRSP.
Contamos com a colaboração de todos, obrigado!!!  

sábado, 27 de novembro de 2010

A importância das artes é o tema deste domingo!

Música, dança, artes plásticas e outras manifestações artísticas... O Papo de Mãe deste domingo (28/11) vai falar sobre a importância das ARTES na formação de nossos filhos.
No estúdio, Mariana kotscho e Roberta Manreza recebem convidados para um papo muito bacana, entre eles Denise Grisnpum, do Instituto Arte na Escola, Vera Maria Rossetti Ferretti, psicóloga especialista em arteterapia e Everson Magnavita, professor de hip hop.
Em reportagens especiais, Rosângela Santos mostra pra gente como é a Bienal de Artes de São Paulo. Mariana Verdelho entrevista uma família de circo. E Pedrinho Tonelada conversa com o povo nas ruas.
Durante o programa, até as 21 horas, converse com a gente pelo nosso chat. E no decorrer da semana, acompanhe as postagens sobre o tema.
Papo de Mãe é um programa imperdível para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Emocionante. Interativo. E com muita prestação de serviço. No ar todo domingo, 19h, pela TV Brasil.







Até mais!
 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

DICA: "Nave Mãe", de Tanise Sirotsky Dvoskin

Tanise Dvoskin escolheu repartir um dos momentos mais importantes e felizes de seus 34 anos de vida. A jornalista dividiu o amor à primeira vista e a convivência com a filha, Sofia, com os milhares de leitores da coluna Nave Mãe, publicada em Zero Hora e no blog de mesmo nome. Pouco mais de um mês antes dos dois anos de Sofia, as histórias e crônicas de Tanise sobre ela e a filha vão virar livro. O médico e escritor Moacyr Scliar descreve a estreia literária da autora: “Não por acaso este livro chama-se Nave Mãe. Porque é para uma viagem que Tanise nos convida, uma viagem emocionante, profundamente humana, a viagem de descoberta da vida em que, ao fim e ao cabo, se constitui a maternidade.”
Diretora editorial da Revista Pais e Filhos, excelente jornalista e mãe apaixonada, Mônica Figueiredo, é outra fã de Tanise: “O que eu mais gosto nesse livro é justamente essa enorme franqueza. A alma da Tanise está inteira aqui, transparente, nos mostrando seus processos e nos levando pela mão, não só para o mundo dela, mas para o nosso também.”
Páginas recheadas de sinceridade, ternura, anseios, dúvidas e todos os sentimentos contraditórios, belos e intensos que cercam a maternidade. A amamentação, o primeiro sorriso, os dentinhos, os banhos, passeios, cólicas, viagens, as culpas e os desejos. Tanise encanta o leitor com sua naturalidade na hora de passar para o papel tudo isso.
No próximo dia 1° de dezembro, ela lança e autografa Nave Mãe às 19 horas na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731, Jardins) em São Paulo. Portoalegrense, Tanise Sirotsky Dvoskin Dutra formou-se em Jornalismo pela PUCRS. De 1998 a 2002, trabalhou nas redações da Rede Globo em São Paulo, no Rio e em Nova York, onde estudou na New York University. Em 2003, voltou à capital gaúcha para editar o Jornal do Almoço, da RBS TV. Virou editoraexecutiva do telejornal até 2006, quando foi para São Paulo fazer MBA pelo Ibmec. Lá conheceu Rafael d´Ávila Dutra, com quem se casou em março de 2008 e teve a primeira filha, Sofia, em dezembro do mesmo ano. Desde agosto de 2008, Tanise escreve às segundas-feiras em Zero Hora a coluna Nave Mãe e o blog com o mesmo nome em www.zerohora.com/navemae.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Histórias de Budismo - por Mário Ameni

Oi, gente!
Estamos de volta para falar um pouco mais sobre espiritualidade e budismo. É que nosso amigo Mário Ameni nos escreveu contando algumas histórias bem interessantes que ele já vivenciou como budista. Vejam que interessante. Valeu, Mário!!!

Histórias de Budismo 
por Mário Ameni*
Fui levado ao budismo pela Cláudia Proushan, que pertence ao Centro de Dharma da Paz, há 25 anos (acho que é isso). Fizemos na extinta Eletropaulo uma Semana da Espiritualidade, onde vários segmentos participaram: Umbanda, Candoblé, Católicos e Budistas. Lembro que fui buscar Liu Pai Lin, o maior mestre de Tai Chi Chuan, já falecido. Ele era energia pura... (Quando estive com o Dalai Lama, alguns anos depois, senti essa mesma energia, num campo periférico). A partir dessa Feira da Espiritualidade, comecei a ler e conhecer mais o budismo Tibetano.
Sou uma pessoa que leio muito sobre a cultura oriental, já pratiquei karatê por 7 anos, depois Kung-Fu por 5 anos com o Mestre Marco Natali, que hoje tem um Centro da Fraternidade no Rio de Janeiro. E agora pratico Aikido, que é uma arte marcial, além de ser um mantra de energia. É energia pura. O corpo só acompanha a mente e o espírito.
No Centro de Dharma da Paz, conheci o Lama Michel, ainda muito jovem, sua mãe, a psicóloga Isabel Villares, e seu pai, Daniel Calmanovitch, que me contaram a maratona que passaram para saber se seu filho era uma reencarnação de um Lama tibetano, pois aos 7 anos, ele fazia citações budistas e revelava grandes sabedorias e fatos do budismo. Hoje, Lama Michel vive no Monastério do Lama Gangchen em Dharansala, norte da India, onde habitam a maioria dos Lamas e o próprio Venerável Dalai Lama. Ele tem notebook no seu alojamento, passa a grande parte do tempo na prática de orações e meditação. Em viagens de peregrinação, reúne milhares de pessoas que vão em busca de cura e de iluminação.
Uma das vezes que o Lama Gangchen Rimpoche esteve no Brasil, houve um encontro espiritual numa casa no Alto de Pinheiros. Muitas pessoas presentes, alguns budistas e outros vieram para conhecê-lo, como Soninha Francine, ex- vereadora de São Paulo, além de outros famosos. Numa determinada hora da meditação e oração, o Lama Gangchen coçou o nariz e, ao abrir os olhos, notou que todos os presentes estavam coçando o nariz. Então ele disse: - Quero explicar que não é para repetir todos os meus gestos, pois alguns são gestos naturais, como o de coceira no nariz! Todos gargalharam muito!!!
O Venerável Dalai Lama, numa outra vez que esteve em São Paulo, foi recebido como Líder Espiritual. É que o governo de São Paulo tem relações bilaterais com a China, mas esta não reconhece o Tibet como governo e Estado de Direito. Por tudo isto, não poderíamos recebê-lo como Chefe de Estado, mas sim como Líder Espiritual. Diplomacia é isso.
No café da manhã, que habitualmente ele o toma após as orações e meditação que começam as 05hs da manhã, levei-o até o recinto do café, onde os organizadores do aeroporto prepararam-lhe um mesa com muita fartura. Ao olhar a mesa, o Venerável Dalai Lama disse: - Fico triste, pois viajei durante muito tempo, mais de 25 horas de vôo, para falar com um outro povo, e por que vocês querem acabar comigo? Eu não como nada do que está nessa mesa... Todos ficamos muito espantados com a declaração dele.
Então, conversei calmamente com ele, que é uma pessoa, além de iluminada ao extremo, bem humorada e brincalhona. Ele me disse: - Quero apenas uma garrafa de água quente e algumas torradas. A água quente como primeira alimentação é para liberar todas as vias do corpo na mesma temperatura que ele se encontra. Nada gelado, pois seria um choque para as energias.
Frutas cítricas ele também não come. Compreendendo sua alimentação, pedi para retirarem todos os embutidos, frituras, pães, sucos, geléias, etc. E vivemos felizes para sempre... Depois conto mais!!! Beijos, Mário Ameni.
*Mário Ameni é cerimonialista, praticante de aikido, escoteiro, esotérico e budista. Acesse: http://marioameni.blogspot.com/ e conheça seu blog.
***
DICA DE HOJE
São Paulo terá Caravana da Saúde
De 26 a 28 de novembro a população de São Paulo poderá participar da “Caravana da Saúde – Ensure”, que acontece no Parque do Ibirapuera, portão 10. Com aulas de ioga, caminhada, atividades físicas e palestras com nutricionistas, a ação tem como objetivo promover qualidade de vida aos participantes e conscientizar a população sobre a importância e os benefícios de uma alimentação completa e balanceada, principalmente na terceira idade. O evento, patrocinado por Ensure, complemento alimentar da Abbott Nutrition, acontece das 8h às 17h.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Vento - relato de telespectadora

Olá!
Dando prosseguimento ao papo sobre Espiritualidade, gostaríamos de publicar este relato que recebemos da nossa telespectadora Ana Maria Alves, no qual ela descreve como sente a existência de Deus e como transmitiu ao filho este mesmo sentimento. Vejam que bonito. Muito obrigada, Ana Maria!!!
"Olá. Este relato aconteceu comigo e essa oração foi fundamental para mim quando do nascimento do meu filho, assim que recebi o diagnóstico que ele estava entre a vida e a morte porque tinha nascido com membrana hialina (quando o pulmão não está pronto para o nascimento). Nos três primeiros dias, eu senti a mão de Deus na minha e o seu amor no meu coração dizendo “ele está em minhas mãos, confia...” E nas horas que era para eu me desesperar, isso me acalmava...
O vento
(autoria desconhecida)
Eu nunca, nunca vejo o vento
Mas ele dobra as mais altas árvores mesmo assim
E persegue folhas ao longo do pátio
E faz velejar os navios sobre os mares sem fim
Algumas vezes, o vento é alegre e forte
Algumas vezes, sinto-o minha face beijar
E, ainda assim, apesar de estar tão perto
Não posso vê-lo em lugar nenhum
Eu penso que deve ser assim com Deus
Não posso vê-lo, embora eu sinta que
Ele segura minha mão na sua
Quando não sei o caminho a seguir
Então, quando meu filho tinha 9 anos, me perguntou como é que eu acreditava em Deus sem nunca tê-lo visto... Então eu respondi para ele o seguinte: - Sinta no rosto o vento, veja o balançar das árvores com o vento, olhe para o céu e veja as nuvens se movimentando pelo poder do vento...  - Você vê o vento, meu filho?? E ele respondeu: - Não, mãe, eu não vejo o vento. Aí, eu disse a ele: - Pois é, meu filho, eu não vejo o vento assim como eu não vejo Deus, mas como nós podemos sentir o vento no nosso rosto, eu sinto Deus no meu coração, me amando, me ensinando, me orientando... Não preciso vê-lo fisicamente, só preciso senti-lo dentro de mim. Depois disso, nunca mais ele me perguntou da minha crença.
Passados alguns anos, eu é que perguntei a ele como ele acreditava em Deus, e para minha grata surpresa, ele me respondeu: - Uai, mãe, Deus está dentro do meu coração! Creio que para mim foi a confirmação do que a gente ensina e como ensina, com os exemplos acontecidos conosco...  Hoje, meu filho tem 21 anos, faz faculdade e é o meu tesouro. É como eu sempre falo para ele:  - Você é o presente que Deus me deu!!!
Essa oração me tocou tão fundo no coração que nunca mais me esqueci. E quando alguém pergunta ou dúvida da presença de Deus, eu a adapto à situação, mas a essência continua a mesma. Infelizmente, não sei a autoria. Mas gostaria que fosse publicada para mais gente sentir o vento beijar o seu rosto nas horas de tormenta, e a mão de Deus a segurar em todas as horas... Parabéns pelo programa! Um abraço da Ana Maria Alves."
***
DICA DE HOJE:
Os Tratamentos de Fertilização e as Religiões - O Permitido e O Proibido
Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi
 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Monja Coen Sensei

A Participação das Religiões na Construção da Paz 
Monja Coen Sensei*
Como podem as religiões contribuir para a construção da Paz? E que Paz estamos conceituando? Definitivamente não é apenas a ausência de guerras declaradas - quer seja entre gangs, grupos, regiões e/ou países. Há a guerra da fome, da miséria, da injustiça social, do analfabetismo, das grandes ignorâncias, maldosas, ruidosas, distorcendo ensinamentos e doutrinas para dar vazão à ganância e a raiva. A Paz, o bem estar, a tranqüilidade só são possíveis se incluir todos os seres com igualdade de direito à boa qualidade de vida.
Como podem as religiões participar da construção de sociedades mais igualitárias e com capacidade de compreender e incluir todas as formas de vida? Como podem encorajar e desenvolver o respeito entre todos e incentivar os corações de ternura e amor a que proporcionem condições melhores para todos os co autores da vida na terra?
O que é a construção da Paz? Quais são os alicerces da Paz? Será que as religiões fornecem o material básico para o fortalecimento desses alicerces de sustentação? Será que os religiosos vivenciam os ensinamentos que pregam?
No passado as religiões eram as pontas de flecha das grandes transformações sociais. Com o correr dos anos algumas delas cresceram e se institucionalizaram de tal forma que parecem ter perdido seu propósito inicial de fazer o bem a todos os seres. Mas não foram as religiões que se transformaram. Não foram os ensinamentos e sim a ganância, a raiva e a ignorância que desviaram pessoas e grupos, fazendo-os esquecer a transcendência, o Iluminar e o Ser Iluminado.
Vieram as críticas, as desconfianças, o abandono, o descaso pelas religiões estabelecidas e a procura por novas e "puras" fontes de conforto e claridade.
Se as religiões aprenderem com a História da Humanidade poderão se redimir de seus erros do passado construindo uma linguagem de inclusão e respeito a diferentes tradições e expressões do Sagrado.
A Paz é construída a cada momento com nossas vidas através de gestos, ações, frases, palavras, idéias e pensamentos. É a vivência da Paz. É a nossa ternura e o nosso cuidar dos próximos e dos distantes, do conhecido e do desconhecido. É nosso respeito ao outro. É nosso respeito e carinho a nós mesmos - vida cósmica.
A Paz, em termos budistas, pode ser entendida como a Maravilhosa Mente de Nirvana. Mas, será que é possível um Nirvana pessoal e individual, independente do coletivo? Se o coletivo está doente e faminto, se o coletivo está em violência e tristeza, como pode o indivíduo - partícula do coletivo - estar separado do mesmo?
Há pessoas que se referem a algumas pessoas como "religiosos engajados" em movimentos de transformação político-sociais. Entretanto, toda pessoa verdadeiramente religiosa está envolvida nos movimentos de transformação sócio-econômicos do mundo, porque faz parte do mundo, porque é uma partícula deste mundo que sofre e se debate em fome, em dor; que se alegra e ri em esperança e renascimento de fé.
Será que existe alguma religião que não se proponha a amenizar o sofrimento do mundo e criar comunidades de seres responsáveis e ativos, que percebem como o todo inter age, como tudo está inter conectado?
O que cada um de nós está fazendo para amenizar a fome no mundo?
Isto é construir a Paz. O que cada um de nós está fazendo para melhor saneamento, melhores condições de saúde a todos os seres em todas as esferas de vida? O que cada um está fazendo para a preservação da natureza, das águas, das terras, dos ares, dos minerais, dos seres vivos? Que responsabilidade estamos tomando frente às dificuldades de milhões de seres humanos em se completarem, em serem felizes, verdadeiramente felizes?
Quais valores estamos transmitindo às nossas crianças? ( Entendo por nossas crianças todas as crianças- ricas e pobres, animais, vegetais e minerais) A família é a Família da Vida. Esta a nossa verdadeira família. Inclui todos os humanos e por conseqüência todos os outros seres, visto que somos todos feitos de elementos não-eu, constantemente inter agindo, inter sendo.
Como podem as religiões contribuir para a construção da Paz? Educando seres de paz, em paz, na paz. Renovando os valores éticos básicos de nosso pequeno mundo globalizado. Para tanto será necessário renovar a maneira de falar e de ser de seus praticantes. Foi-se o tempo de dizer que a "minha opção religiosa é a única e a melhor para todas as pessoas". Há diferentes tradições, algumas antigas, outras mais recentes. Todas aquelas que se dirigem a dar melhores condições de vida à própria vida, sem criar barreiras separatistas, discriminatórias e de conflito, mas criando ambientes de harmonia e respeito devem ser consideradas como parceiros na construção de uma Cultura de Paz. Uma Cultura de Paz, de Não Violência Ativa, a ser vivenciada em cada relacionamento, nas escolas, nas artes, no trabalho, nas casas, nas ruas das grandes, médias e pequenas cidades, nas áreas rurais, nos mares, montanhas e nos céus.
Podemos sim transformar os infernos de dores e sofrimentos nos paraísos de tranqüilidade e abundância dando um salto quântico no infinito e crendo no processo de desenvolvimento da própria vida.
Unidas, as várias religiões e tradições religiosas poderão trabalhar para o bem comum procurando abrir a todos, de par em par, os portais sem portas do Caminho Correto.
Para que trabalhem unidas, lado a lado, sem julgamentos de superioridade ou inferioridade nas suas opções e número de adeptos é preciso que seus líderes, seus dirigentes encontrem a flexibilidade e a humildade para se reverenciar ao Sagrado em cada ser e desenvolver a Grande Mente de Compaixão, Compreensão e Sabedoria. Só quando os seres humanos forem capazes de perceber sua posição cósmica de inter ação poderemos iniciar a caminhada pela Cultura da Paz. Esta caminhada já se iniciou para alguns, poucos ainda, que tateiam nas várias tentativas de encontrar os meios expedientes rápidos e benfazejos de apressar o processo de transformação para que todos se beneficiem. Para tanto não podem estar presos às suas tradições, conceitos e dogmas, mas livres através de suas tradições, conceitos e dogmas para a experimentação do Sagrado, que tudo une, tudo inclui, tudo abençoa, compreende e abrange.
As religiões poderão participar ativamente da construção da Paz quando seus adeptos verdadeiramente se tornarem agentes de Paz.

*Monja Coen Sensei é missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo com sede no Japão e é a Primaz Fundadora da Comunidade Zen Budista, criada em 2001, com sede em Pacaembu. Em 1997,  foi a primeira mulher e primeira pessoa de origem não japonesa a assumir a Presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil. Participa de encontros educacionais, inter religiosos e promove a Caminhada Zen, em parques públicos, com o objetivo de divulgação do princípio da não violência e a criação de culturas de paz, justiça, cura da Terra e de todos os seres vivos. Participou como convidada do programa Papo de Mãe sobre Espiritualidade exibido em 21/11/2010.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Espiritualidade foi o tema deste último domingo!

Olá!!!
Quem assistiu ao Papo de Mãe deste último domingo deve ter ficado encantado com o delicioso papo que nossas apresentadoras tiveram com os entrevistados. O programa tratou do tema ESPIRITUALIDADE e tivemos a honra de receber convidadas de diferentes religiões que nos passaram vários ensinamentos. A Monja Coen Sensei, missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo, que também é mãe, foi um exemplo disto. Também participou do papo como especialista convidado o professor Antônio Carlos Ribeiro Foster, educador em direitos humanos, que recentemente participou do 5º Congresso Brasileiro sobre Espiritualidade.
O Brasil é um país de grande diversidade religiosa. No censo 2000, por exemplo, a maioria da população declarou-se Católica Apostólica Romana (73,6%), seguida dos Evangélicos (15,4%), e dos Espíritas, (1,3%). Apenas 7,4% dos brasileiros disseram não ter religião.
Não ter religião não significa não acreditar em Deus. Na verdade, a busca pela espiritualidade e por significados para existência pode estender-se ao longo da vida. Entretanto, existem aqueles que realmente não acreditam. São os chamados ateus. Nossa repórter, Rosângela Santos, foi até a casa de um deles, não por acaso do fundador da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, Daniel Sottomaior.
Conciliar a espiritualidade com o cotidiano é sempre um desafio em praticamente todas as culturas. Mas, segundo Gandhi, líder político e espiritual hindu, não dá para acertar num departamento da vida e continuar errando em outro, pois a vida é um todo indivisível. Portanto, a espiritualidade é um lado importante que precisa ser valorizado, mesmo para aqueles que ainda têm dúvidas.
Para as crianças também é importante dar-lhes a oportunidade de vivenciar a espiritualidade. E as famílias podem crescer juntas neste sentido, independentemente da religião escolhida. Sobretudo, é importante considerar que vivemos num país laico, onde cada um tem liberdade de escolher o que é bom e o que não é para si, desde que seja respeitada a opção do próximo.
No decorrer da semana, falaremos mais a respeito de Espiritualidade. Continuem ligados aqui no blog porque todo dia temos uma novidade. Sigam o programa também pelo twitter e pelo facebook.  E para falar com a equipe escrevam para [email protected]. Até + !!!

DICA DE HOJE
Hospital das Clínicas atenderá população na Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele no HC
No próximo dia 27 de novembro, sábado, a Clínica de Dermatologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, irá realizar exames para diagnóstico precoce do câncer de pele no público interessado. O atendimento acontecerá das 8 às 15 horas, no Prédio dos Ambulatórios, à Av. Enéas de Carvalho Aguiar, 155 – próximo à Estação do Metrô Clínicas. As pessoas com múltiplas “pintas” ou “sinais” pelo corpo, com sardas no rosto ou ombros, pintas que estão crescendo ou se modificando, feridas que não cicatrizam ou que apresentem lesões pigmentadas nas palmas das mãos e plantas dos pés devem procurar o Hospital das Clínicas munidas de CIC e RG. Para a assistência, a Clínica de Dermatologia mobilizará cerca de 50 profissionais, entre médicos, enfermeiros, voluntários e administrativos. As pessoas com o diagnóstico da doença serão matriculadas e tratadas no HC. O atendimento é parte integrante da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

PAPO SOBRE ESPIRITUALIDADE


Independentemente de religião, como devemos tratar do assunto espiritualidade com nossos filhos? Será que a fé move montanhas? Muita gente no mundo todo acredita que sim. A espiritualidade não está diretamente ligada a nenhuma religião e faz parte da vida da maioria dos brasileiros. Mas será que existe uma idade certa para passar ensinamentos, aprender orações, meditação? E afinal, qual a importância de tudo isso? No Papo de Mãe deste domingo (21/11) o tema é ESPIRITUALIDADE.
No estúdio, Mariana Kotscho e Roberta Manreza conversam com mães de diferentes religiões como a Monja Coen  e com o professor Antônio Carlos Ribeiro Foster, educador em direitos humanos.  Tem ainda reportagens especiais de Rosângela Santos, Davi de Almeida e Pedrinho Tonelada.
Durante o programa, e até as 21 horas, converse com a gente pelo nosso chat aqui no blog. E, no decorrer da semana, acompanhe as postagens sobre o tema.
Papo de Mãe é um programa imperdível para quem vive as dores e as delícias da vida em família. Informal com informação. Emocionante. Interativo. E com muita prestação de serviço. No ar todo domingo, 19h, pela TV Brasil.







Até domingo!

PEDIDO URGENTE - vamos ajudar!!!!

Olá!
Sou tia de segunda viagem, primeira vez de um menino! Gustavo nasceu no dia 4 de novembro para trazer ainda mais felicidade à família que um mês antes tinha recebido a Lara, priminha dele. Como muitas mães, a minha irmã também aguardava o momento de chegar em casa com seu bebê, de cuidar dele... Mas na última semana a vontade dela foi interrompida. Ela teve de ser internada às pressas e está na UTI. O diagnóstico é de Esteatose Aguda da Gravidez, algo semelhante a “gordura no fígado”. Não vou entrar em detalhes quanto à doença porque não tenho conhecimento suficiente para explicá-la. O que sei é que é grave, atinge mulheres grávidas e que um bom pré-natal ajuda a evitá-la (não impede completamente, mas ajuda). Uma boa alimentação, cuidado com excesso de peso, acompanhamento médico rigoroso realmente ajudam! Fica a dica! Porém, escrevo não somente pela dica, mas também para fazer um pedido: doem sangue!!! Minha irmã precisou e, graças à solidariedade de muitos que já doaram, ela teve a transfusão que ajudou muito na recuperação - novamente digo que não vou explicar como isso ajudou, pois não entendo do assunto.  Agora é hora de repor o estoque para que quem precise no futuro também tenha a "melhora" ali, em mãos. Podem dizer que vão doar em nome de Danielle Nassif Gumiero, que está na unidade Morumbi do São Luiz, em São Paulo/SP.
Muitíssimo obrigada,
Carolina Capozzi
LOCAIS DE DOAÇÃO:
HOSPITAL EDMUNDO VASCONCELOS - Fone: 5080-4435- End.Rua Borges Lagoa, 1450 - Vila Clementino - Hor. de 2ª a 6ª feira
HOSPITAL DO CORAÇÃO - Fone: 3053-6537 - End. Rua Abilio Soares, nº 176 - Paraiso - Hor. de 2ª a 6ª feira
HOSPITAL AC CAMARGO - Fone: 2189-5122 - End. Rua Profº Antonio Prudente, nº 211 - Liberdade -Hor. de 2ª a Sabado - das 8 às 17 horas
QUIMICA DO SANGUE DE SÃO PAULO - Fone: 3373-2050 - End. Av. Brigadeiro Luis Antonio, nº 2533 - Jardim Paulista - Hor. de 2ª a 6ª feira das 8 às 14 horas e Sabado das 8 às 17 horas.
OBS.: Neste sábado, feriado, as 2 unidades irão abrir. A doação pode ser feita por pessoas com até 65 anos de idade.
Pessoal, quem puder doar sangue, por favor, dê uma chegadinha  a um destes locais. Não custa nada. Doar sangue é um gesto de amor e solidariedade.

PAPO DE MÃE ENTREVISTA - juíza Vanessa Mateus

Oi, pessoal!
Para encerrarmos as postagens sobre o tema do último domingo, trouxemos uma entrevista exclusiva com a juíza Vanessa Mateus, do Primeiro Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Paulo/SP, especialista presente no programa Papo de Mãe sobre Violência Doméstica. Confiram!
Dra. Vanessa Mateus

Papo de Mãe: A violência doméstica é uma triste realidade em muitos lares. Quais são as queixas mais comuns das mulheres vítimas de violência? Por que muitas não denunciam seus parceiros?
Dra. Vanessa Mateus: As principais queixas decorrem da utilização de álcool e drogas. Tais elementos são "facilitadores" da violência (e não causadores, que fique bem claro) e ensejam a prática de lesões corporais, ameaças e injúrias. Normalmente, a mulher até tem coragem para denunciar, mas depois acredita que as coisas mudarão, que ele não mais a agredirá, e acaba por se retratar. Isso faz com que o agressor fique ainda mais valente para cometer novos atos de violência, pois sabe que, ao final, a mulher se retratará da denúncia apresentada.
Papo de Mãe: A Lei Maria da Penha representa um avanço na defesa dos direitos destas vítimas. O que exatamente mudou depois do advento desta lei?
Dra. Vanessa Mateus: Com a lei, a mulher passa a ter assistência jurídica em todos os atos processo. Além disso, a lei prevê medidas urgentes, a serem tomadas em no máximo 48 horas depois da reclamação formulada na Delegacia. O Juiz pode determinar o abrigamento da mulher e dos filhos, o afastamento do agressor do lar, determinar a inclusão da mulher em programas de assistência social, determinar o pagamento de pensão alimentícia, etc. Ademais, a mulher, nos Juizados Especiais, conta  com a ajuda de psicóloga e assistente social.
Papo de Mãe: O que uma mulher vítima de violência deve fazer? Quais os passos para que ela obtenha proteção?  Somente a vítima pode denunciar seu agressor ou qualquer pessoa também pode?
Dra. Vanessa Mateus: A primeira coisa que a mulher deve fazer é registrar o fato imediatamente em uma Delegacia de Polícia, até para que possa ser submetida a exame de corpo de delito (se demorar, as marcas somem e não há mais provas de eventual crime de lesão). Se não for bem atendida, deve reclamar junto à Defensoria Pública ou junto ao Ministério Público. Os pedidos de medidas urgentes (acima mencionadas) podem ser feitos pelo Delegado, pelo Defensor Público, pela própria vítima, por Advogado. Qualquer pessoa pode formular a denúncia, mas é sempre importante que a vítima confirme o ocorrido, caso contrário, não haverá provas dos fatos.
Papo de Mãe: A Lei Maria da Penha prevê a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Estes órgãos já estão sendo criados? E nos locais em que ainda não existem, a quem compete o julgamento destas causas?
Dra. Vanessa Mateus: Os Juizados estão sendo instalados aos poucos. Há um instalado em SP, outros sete criados. De qualquer forma, onde não há Juizados, os Juízes Criminais são responsáveis pela aplicação da lei.
Papo de Mãe: Muito se fala na necessidade de “representação” da vítima contra o agressor. Explique para a gente no que consiste este termo e se realmente é necessário?
Dra. Vanessa Mateus: Em alguns crimes (ameaça, por exemplo, e lesão corporal leve, no entendimento de alguns juízes), é preciso que a vítima, além de relatar os fatos na Delegacia de Polícia, REPRESENTE contra o agressor. A representação é apenas uma autorização para que o agressor seja processado. Sem essa "autorização" da vítima, nada pode ser feito. A representação não tem forma prevista em lei. Basta que a vítima diga para o Delegado ou para algum defensor que deseja ver o réu processado. É o que basta. A vítima deve ser informada, na Delegacia, sobre o que é a representação, qual o prazo para exercê-la e quando ela é necessária.
Papo de Mãe: Casais homossexuais e filhas também estão inclusos na proteção da lei?
Dra. Vanessa Mateus: A lei é expressa em proteger a mulher vítima de violência, por isso não se aplica a homens. Não há discriminação: a lei visa corrigir uma situação de desigualdade verificada concretamente em nosso país. Filhas estão incluídas na proteção da lei, desde que a violência tenha sido praticada em razão do gênero, ou seja, pelo fato de a vítima ser mulher.
Papo de Mãe: Qual o destino do agressor? Ele vai ser preso? Por quanto tempo?
Dra. Vanessa Mateus: O destino do agressor depende do crime praticado. Se o crime for, por exemplo, um delito contra a honra (injúria), não haverá prisão. Já se o crime for mais grave (estupro, por exemplo), aí sim haverá restrição de liberdade. O tempo de pena depende do quanto a lei prevê para cada crime.
Papo de Mãe: Na sua opinião, o que precisa mudar para que a violência doméstica contra a mulher tenha fim? E que conselhos você daria para as mulheres que estão passando por isto hoje?
Dra. Vanessa Mateus: O que mudará o destino das mulheres vítimas de violência, bem como o quadro alarmante verificado atualmente, é a coragem para denunciar: sem a denúncia, nada pode ser feito.

ATENÇÃO!!!
Existe um telefone que todo mundo pode ligar de qualquer parte do Brasil para denunciar atos de violência contra a mulher. Disque 180 e fale com a Central de Atendimento à Mulher!
Obrigada a todos pela audiência, carinho e participação. Até mais!!! 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Caso Maristela Just: 21 anos de impunidade

No Papo de Mãe deste último domingo, contamos com a presença de Nathália Just, uma jovem guerreira que há 21 anos luta, juntamente com seu irmão, para prender o assassino de sua mãe. O mais chocante de tudo é que o assassino é seu próprio pai, o comerciante José Ramos Lopes Neto, 47 anos, foragido da justiça.
A seguir conheça um pouco da história da família JUST extraída do blog: http://www.casomaristelajust.blogspot.com/   - Depoimento a Fábio Guibu - Recife/PE.

Nathália Just
"Em 1989 eu tinha quase 5 anos e meus pais já estavam divorciados havia dois anos. Ele não se conformava com a separação e, numa noite, foi à casa dos meus avós, em Piedade [um bairro de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife], e fez o que fez. Ele matou minha mãe e atirou em mim, no meu irmão - que tinha dois anos - e no meu tio. Levei um tiro que atravessou o meu braço direito. Meu irmão levou um tiro transfixante na cabeça que afetou o lado esquerdo do corpo dele. Meu pai só não matou todos naquele dia porque Deus não deixou. Passei 48 horas com risco de morrer. Meu irmão ficou 20 dias no hospital. Passamos por várias cirurgias e muita fisioterapia para nos recuperar. Tivemos acompanhamento psicológico até a adolescência - eu, até os 12 anos, e o meu irmão até os 15.
A família da minha mãe foi quem nos apoiou e nos criou. Cresci com meus avós, e meu irmão, com nossa tia Marcela. Vovó contava que minha mãe tinha virado uma estrelinha. Me mostrava Vênus no céu e dizia: "olha, a sua mãe está lá". Com o tempo, entendi que ela havia morrido e que nunca mais voltaria. O apoio familiar foi muito importante para eu suprir essa ausência. Eu tive o amor de mãe graças aos meus avós e meus tios, que viveram para nós. Com todo o sacrifício deles, estudamos sempre nas melhores escolas particulares. Nada nos faltou. Eles nos preservaram e, por isso, tive uma vida feliz, sem tumulto de imprensa, sem advogado, delegacia. Isso não fez parte da minha infância e adolescência nem do início da fase adulta.
Minhas lembranças dessa época são as viagens, os primos. Mas eu não contava para todo mundo o que tinha acontecido. Tinha vergonha. Às vezes, as pessoas diziam que eu só falava dos meus avós e tios e perguntavam: "cadê a tua mãe, cadê o teu pai?". Eu dizia que eles haviam morrido em um acidente de carro ou em um assalto. Dizia que a pessoa foi presa e encerrava o assunto. Um dia, discuti na escola, e uma coleguinha disse que meu pai era assassino. Eu saí da sala, chorei muito, e meu avô teve que me buscar.
Em 2001, saiu nos jornais que o julgamento do meu pai seria naquele ano. Saiu a história toda, o meu nome e o do meu irmão. Então aquele escudo caiu. Escancarou-se ali uma realidade que a gente não gostava de mostrar. Tive de conviver muito tempo com essa vergonha que não era minha, mas que sentia por conta de o país, o Estado, não ter tomado as providências no caso. Se não houvesse a impunidade, por si só o assunto se encerraria - preso em flagrante, o pai de Nathália ficou um ano preso e depois foi solto.
Hoje, eu tenho 25 anos, a idade que a minha mãe tinha quando morreu, e posso falar. Com 5 anos, não. Por mais que eu falasse, o meu choro ninguém entenderia. A Isabella Nardoni também tinha cinco anos quando o pai dela a matou, segundo a Justiça. Mas Deus quis que eu vivesse. Eu sou uma Isabella Nardoni que sobreviveu para falar. Minha esperança é de que a Justiça prevaleça e que o réu pague pelo que fez. Esperamos 21 anos, e agora eu quero um ponto final. Eu quero que esse livro se feche, porque páginas e páginas já rolaram. Considero esse período uma pausa para o início do fim." Nathália Just
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José Ramos Lopes Neto
condenado e foragido 

Em 01/06/2010 o assassino foi a júri popular em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco e condenado a 79 anos de prisão. Entretanto, está foragido da justiça há mais de 5 meses. Se você souber do paradeiro ou de alguma informação que ajude nas buscas ligue para o Disque Denúncia, telefones: (81) 3421.9595, para o Recife e Região Metropolitana, ou (81) 3719.4545, no interior.
Vamos ajudar a Nathália e seu irmão a fazerem JUSTIÇA!!!




DICA DE HOJE:
MARIA DA PENHA LANÇA LIVRO NA CASA COR CEARÁ 2010
Na próxima sexta-feira (19/11), acontece na Casa Cor Ceará 2010 o lançamento do livro “Sobrevivi, Posso contar” de autoria de Maria da Penha, publicado pela editora Armazém da Cultura. O evento será realizado na Praça Lúcio Costa, a partir das 19h. Para maiores informações: http://www.casacorceara.com.br/.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Violências contra a mulher - por Frei Betto*

Frei Betto
 O hediondo crime que envolve o goleiro Bruno – a mulher, após ser assassinada, teve o corpo destroçado e devorado por cães, segundo denúncia – é a ponta do iceberg de um problema recorrente: a agressão masculina à mulher.
Entre 1997 e 2007, segundo o Mapa da Violência no Brasil/2010, 41.532 mulheres foram assassinadas no país. Um índice de 4,2 vítimas por cada grupo de 100 mil habitantes, bem acima da média internacional. O Espírito Santo apresenta o quadro mais grave: 10,3 assassinatos de mulheres/100 mil.
O Núcleo de Violência da Universidade de São Paulo identifica como assassinos maridos, ex-maridos e namorados inconformados com o fim da relação. Ao forte componente de misoginia (aversão à mulher), acresce-se a prepotência machista de quem se julga dono da parceira e, portanto, senhor absoluto sobre o destino dela.
A Central de Atendimento à Mulher (telefone 180) recebeu, nos primeiros cinco meses deste ano, 95% mais denúncias do que no mesmo período do ano passado. Mais de 50 mil mulheres denunciaram agressões verbais e físicas. A maioria é de mulheres negras, casadas, com idade entre 20 e 45 anos e nível médio de escolaridade. Os agressores são, em maioria, homens com idade entre 20 e 55 anos e nível médio de escolaridade.
Acredita-se que o aumento de denúncias se deve à Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 pelo presidente Lula, e que aumenta o rigor da punição aos agressores. Apesar desse avanço, tudo indica que muitos lares brasileiros são verdadeiras casas dos horrores. A mulher é humilhada, destratada, surrada, por vezes vive em regime de encarceramento virtual e de semiescravidão no trabalho doméstico. Sem contar os casos de pedofilia e agressão sexual de crianças e adolescentes por parte do próprio pai.
A violência contra a mulher decorre de vários fatores, a começar pela omissão das próprias vítimas que, dependentes emocional e financeiramente do agressor, ou em nome da preservação do núcleo familiar, ficam caladas ou dominadas pelo pavor frente aos efeitos de uma denúncia. Soma-se a isso a impunidade. Eliza Zamudio, ex-namorada do goleiro Bruno, teria recorrido à Delegacia de Defesa da Mulher, sem que sua queixa tivesse sido levada a sério. Raramente o poder público assegura proteção à vítima e é ágil na punição ao agressor.
A violência contra a mulher não ocorre apenas nas relações interpessoais. Ela é generalizada pela cultura mercantilizada em que vivemos. Basta observar a multiplicidade de anúncios televisivos que fazem da mulher isca pornográfica de consumo.
Pare diante de uma banca de revistas e confira a diversidade do “açougue” fotográfico! Preste atenção no papéis femininos em programas humorísticos. Ora, se a mulher é reduzida às suas nádegas e atributos físicos, tratada como “gata” ou “avião”, exposta como mero objeto de uso masculino, como esperar que seja respeitada?
Nossas escolas, de uns anos para cá, introduziram no currículo aulas que abordam o tema da sexualidade. Em geral se restringem a noções de higiene corporal para se evitar doenças sexualmente transmissíveis. Não tratam do afeto, do amor, da alteridade entre parceiros, da família como projeto de vida, da irredutível dignidade do outro, incluídos os/as homossexuais.
Nas famílias, ainda há pais que conservam o tabu de não falar de sexo e afeto com os filhos ou julgam melhor o extremo oposto, o “liberou geral”, a total falta de limites, o que favorece a erotização precoce de crianças e a promiscuidade de adolescentes, agravada pelos casos de gravidez inesperada e indesejada.
Onde andam os movimentos de mulheres? Onde a indignação frente às várias formas de violência contra elas?
Os clubes esportivos deveriam impor a seus atletas, como fazem empresas e denominações religiosas, um código de ética. Talvez assim a fama repentina e o dinheiro excessivo não virassem a cabeça de ídolos de pés de barro...
*Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.  Acesse: http://www.freibetto.org/ – twitter:@freibetto

AGRADECIMENTO
Queridos amigos e telespectadores! É com imenso prazer que comunicamos que nosso blog está entre os 3 finalistas para o Prêmio Topblog. Este prêmio é muito importante para nossa divulgação. Por isto, queremos agradecer a todos aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno. Se não fosse pela força de todos não teríamos chegado até aqui. O resultado final saberemos no dia 18 de dezembro, mas independentemente de sermos  primeiro, segundo ou terceiro colocados, o importante é que ficamos entre os TOP 3. Valeu, gente! Muito, mas muito obrigado mesmo!!! 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Lei Maria da Penha em Cordel

Por Tião Simpatia*
I
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pr’a prender homem
Mas pr’a punir agressor
Pois em “mulher não se bate
Nem mesmo com uma flor”.
II
 A violência doméstica
Tem sido grande vilã
Por ser contra a violência
Desta lei me tornei fã.
Pr’a que a mulher de hoje
Não seja vítima amanhã.
III
Toda mulher tem direito
A viver sem violência
É verdade, tá na lei.
Que tem muita eficiência
Pr’a punir o agressor
E à vítima, dar assistência.
IV
Tá no artigo primeiro
Que a lei visa coibir;
A violência doméstica
Como também, prevenir;
Com medidas protetivas
E ao agressor, punir.
V
Já o artigo segundo
Desta lei especial
Independente de classe
Nível educacional
De raça, de etnia;
Opção sexual...
VI
De cultura e de idade
De renda e religião
Todas gozam dos direitos
Sim, todas! Sem exceção.
Que estão assegurados
Pela Constituição.
VII
E que direitos são esses?
Eis aqui a relação:
À vida, à segurança.
Também à alimentação
À cultura e à justiça
À Saúde e educação.
VIII
Além da cidadania
Também à dignidade
Ainda tem moradia
E o direito à liberdade.
Só tem direitos nos “As”,
E nos “Os”, não tem novidade?
IX
Tem direito ao esporte
Ao trabalho e ao lazer
E o acesso à política
Pr’o Brasil desenvolver
E tantos outros direitos
Que não dá tempo dizer.
X
A Lei Maria da Penha
Cobre todos esses planos?
Ah, já estão assegurados
Pelos Direitos Humanos
A lei é mais um recurso
Pr’a corrigir outros danos.
XI
Por exemplo: a mulher
Antes da lei existir,
Apanhava, e a justiça
Não tinha como punir
Ele voltava pra casa
E voltava a agredir.
XII
Com a lei é diferente
É crime naceitável.
Se bater, vai pr’a cadeia!
Agressão é intolerável.
O Estado protege a vítima
Depois pune o responsável.
XIII
Segundo o artigo sétimo
Os tipos de Violência
Doméstica e Familiar
Pois tem na sua abrangência
As cinco categorias
Que descrevo na seqüência.
XIV
A primeira é a Física
Entendendo como tal
Qualquer conduta ofensiva
De modo irracional
Que fira a integridade
E a saúde corporal...
XV
Tapas, socos, empurrões;
Beliscões e pontapés
Arranhões, puxões de orelha;
Seja um ou sejam dez
Tudo é violência física
E causam dores cruéis.
XVI
Vamos ao segundo tipo
Que é a Psicológica
Esta merece atenção
Mais didática e pedagógica
Com a auto-estima baixa
Toda a vida perde a lógica.
XVII
Chantagem, humilhação;
Insultos; constrangimento;
São danos que interferem
No seu desenvolvimento
Baixando a auto-estima
Aumentando o sofrimento.
XVIII
Violência Sexual
Dá-se pela coação
Ou uso da força física
Causando intimidação
E obrigando a mulher
Ao ato da relação...
XIX
Qualquer ação que impeça
Esta mulher de usar
Método contraceptivo
Ou para engravidar
Seu direito está na lei
Basta só reivindicar.
XX
A 4ª categoria
É a Patrimonial:
Retenção, subtração,
Destruição parcial
Ou total de seus pertences
Culmina em ação penal.
XXI
Instrumentos de trabalho
Documentos pessoais
Ou recursos econômicos
Além de outras coisas mais
Tudo isso configura
Em danos materiais.
XXII
A 5ª categoria
É Violência Moral
São os crimes contra a honra
Está no Código Penal
Injúria, difamação;
Calúnia, etc e tal.
XIII
Segundo o artigo quinto
Esses tipos de violência
Dão-se em diversos âmbitos
Porém é na residência
Que a violência doméstica
Tem sua maior incidência.
XXIV
Quem pode ser enquadrado
Como agente/agressor?
Marido ou companheiro
Namorado ou ex-amor
No caso de uma domestica
Pode ser o empregador.
XXV
Se por acaso o irmão
Agredir a sua irmã
O filho, agredir a mãe;
Seja nova ou anciã
É violência doméstica
São membros do mesmo clã.
XXVI
E se acaso for o homem
Que da mulher apanhar?
É violência doméstica?
Você pode me explicar?
Tudo pode acontecer
No âmbito familiar.
XXVII
Nesse caso é diferente
A lei é bastante clara.
Por ser uma questão de gênero
Somente a mulher ampara
Se a mulher for valente
O homem que livre a cara.
XXVIII
E procure seus direitos
Da forma que lhe convenha
Se o sujeito aprontou
E a mulher desceu-lhe a lenha
Recorra ao Código Penal
Não à Lei Maria da Penha.
XXIX
Agora, num caso lésbico;
Se no qual a companheira
Oferecer qualquer risco
À vida de sua parceira
A agressora é punida;
Pois a lei não dá bobeira.
XXX
Para que os seus direitos
Estejam assegurados
A Lei Maria da Penha
Também cria os Juizados
De Violência Doméstica
Para todos os Estados.
XXXI
Aí, cabe aos governantes.
De cada federação
Destinarem os recursos
Para implementação
Da Lei Maria da Penha
Em prol da população.
XXXII
Espero ter sido útil
Neste cordel que criei
Para informar o povo
Sobre a importância da Lei
Quem agride uma Rainha
Não merece ser um Rei.
XXXIII
Dizia o velho ditado
Que “ninguém mete a colher”.
Em briga de namorados
Ou de “marido e mulher”
Não metia... Agora, mete!
Pois isso agora reflete
No mundo que a gente quer.

* Tião Simpatia é repentista, cantor e compositor. Amigo e parceiro de Maria da Penha, utiliza-se da música, do repente e da literatura de cordel para ajudar a divulgar a Lei Maria da Penha. Conheça mais do trabalho de Tião acessando o www.tiaosimpatia.com.br e  http://tiaosimpatia.blogspot.com.

ATENÇÃO, SÃO PAULO/SP: No dia 23 de novembro  Tião Simpatia e  Maria da Penha estarão no lançamento do Portal Fale Sem Medo, da UNIFEM, a convite do Instituto Avon.