O assunto da semana no Papo de Mãe é problemas psiquiátricos, psicológicos e neurológicos que podem afetar as crianças e os adolescentes.
Para a postagem de hoje, escolhemos um assunto que vem se tornando cada vez mais conhecido e preocupante: o TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ou DDA - Distúrbio do Déficit de Atenção.
Trata-se de transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Acomete entre 3 a 5% das crianças em todo o mundo e caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em alguns países, como nos Estados Unidos, os portadores de TDAH são protegidos pela lei e recebem tratamento diferenciado na escola.
SINTOMAS:
As crianças com TDAH (em especial os meninos) são agitadas ou inquietas. Freqüentemente têm apelido de "bicho carpinteiro" ou coisa parecida. Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos como se estivessem “ligadas” por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar.
Possuem dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. São facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem "voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.).
Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas": esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da prova, etc. (o "esquecimento" é uma das principais queixas dos pais). Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais tranqüilas.
Isto ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um "reforço" no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. É claro que não fazemos coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordamos até a hora em que vamos dormir: os portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em um monte de coisas.
Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar). Freqüentemente também apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer. Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual.
O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma queixa freqüente de pais e professores. Na verdade, é mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento do que de rendimento (notas).
TRATAMENTO:
O Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação é parte muito importante do tratamento. A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental. E o tratamento com fonoaudiólogo está recomendado nos casos onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia).
O TDAH E A ESCOLA:
Muitos pais queixam-se da falta de apoio da escola quando o filho é portador de TDAH. Isto de fato acontece e uma das principais razões é a falta de informação e o despreparo dos professores. Pensando nisto, alguns especialistas reuniram dicas sobre como lidar com crianças com o transtorno.
1. Antes de qualquer coisa, os professores devem fazer uma avaliação para identificar qual é a dificuldade mais importante do aluno portador de TDAH e o que mais atrapalha o seu desempenho. Ao conseguir responder essas perguntas, o professor cria melhores condições para traçar as estratégias que aplicará em sala de aula.
2. O segundo passo importante é saber distinguir o que o portador é capaz de fazer do que ele não é, e assim não criar expectativas irreais. Recompensar progressos sucessivos ao invés de esperar pelo comportamento perfeito - essa seria a melhor dica!
3. Conversar com a criança e seus pais sobre o método mais fácil de estudo em casa. Isso facilita muito a vida dos portadores. Proponha aos pais alguns “experimentos” de formas de estudos diferentes até que seja encontrada a mais adequada para aquele aluno, contanto que inclua uma programação de estudo com intervalos e assim não acumular matéria.
4. Ambientes com muitos distratores / estímulos externos devem ser evitados. Uma sala de aula deve contar apenas elementos necessários para a situação de aula daquele momento. Murais com muitas informações ficam melhor colocados nos corredores por exemplo. Músicas ou barulhos externos com frequência também devem ser evitados.
5. No ambiente escolar, evitar instruções muito longas e parágrafos muito extensos! Isso certamente será apreciado e facilitará o aprendizado de todos os alunos sem exceção. Por exemplo, provas com enunciados longos funcionam muito mais como "armadilha" do que uma tentativa de escalrecimento da pergunta. Espaço entre as perguntas e clareza nas instruções são imprescindíveis para uma melhor realização de provas.
6. Uma boa forma de envolver todos os alunos e principalmente os portadores de TDAH é solicitar que um aluno a repita a instrução que você acabou de dar para a realização de uma determinada tarefa (alternância entre os alunos / aumenta a atenção de toda a turma)
7. Atividades que exijam maior integridade da atenção sustentada devem ser feitas preferencialmente no início da aula, ou seja, as tarefas que demandem mais atenção contínua por um péríodo de maior devem ser priorizadas e assim serem feitas no início da aula.
8. As provas deverão acontecer no primeiro tempo de aula. No último tempo, o aluno já teve várias aulas, de várias matérias, que acabam funcionando como elementos de distração e podem prejudicar todos os alunos, especialmente os portadores desnecessariamente.
9. Conscientizar os alunos portadores de TDAH do tipo de prejuízo que o comportamento impulsivo pode trazer tanto para ele quanto para o grupo. Os portadores precisam se dar conta de que interromper a fala da professora ou a andamento das atividades pode ser altamente improdutivo para ele e para o grupo. Isso deve ser feito individualmente e de forma que não culpe o aluno. Apenas sirva como uma conversa esclarecedora.
10.Por fim, utilizar todos os recursos que ajudem um aluno portador de TDAH a concentrar-se mais , tais como: lembretes em agendas e/ou cadernos; listas de tarefas; anotações em provas e trabalhos; quadro de avisos e cronogramas, servindo como ferramentas organizadoras de horários e datas importantes. Uma outra dica ainda dentro dessa dica é eleger junto com os alunos alguns representantes para serem responsáveis por cada um desses recursos.
O importante é o resultado e não o processo. Esse é um dos conceitos da educação inclusiva que não pode ser perdido de vista. O ideal não é tentar encaixar a todo custo um aluno com especificidades em um modelo educacional que mais dificulta do que facilita o aluno portador de TDAH a desenvolver sua competência.
OBS: Todas as informações contidas nesta postagem foram retiradas do site http://www.tdah.org.br/. Acesse e saiba mais!
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Por enquanto é isto, pessoal. No decorrer da semana falaremos mais a respeito dos problemas abordados no programa. Não deixem de conferir as reprises do Papo de Mãe no domingo, 13h30 e na terça, 19h. E lembrem-se: a partir de 09 de maio o programa terá novo dia e novo horário: DOMINGOS, 19h.
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Agora, para descontrair, fiquem com mais algumas “pérolas” dos filhos da apresentadora Mariana Kotscho:
Hoje vou colocar aqui neste espaço algumas perguntas que as crianças já fizeram em casa. Quem tiver uma boa resposta ou outra pergunta intrigante escreva nos comentários!
“ Mamãe , Adão e Eva eram amigos dos macacos e dos dinossauros?”
“Quando uma pessoa morre quando é que ela volta a viver?”
“Como você nunca tem dinheiro, posso pedir pra colocarem em casa uma maquininha daquelas que dão dinheiro?"
“Por que adulto pode beijar na boca e criança não?”
“Por que o relógio não espera a gente? Se ele esperasse um pouco a gente não chegaria atrasada...”
“Formiga solta pum?”
“Quanto é 2343 vezes 5897??? Responde rápido, você é adulta, tem que saber!”
E, pra terminar, outro dia cheguei a uma conclusão muito interessante (bom, pelo menos a minha filha de 7 anos achou interessante quando fiz a revelação pra ela): “Laura, você já percebeu que a mãe da sua avó é a avó da sua mãe?”. Bom, a Bisa Lúcia, de 85 anos, também achou muito curioso isso...
Por Mariana Kotscho