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Na TV Brasil

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Qual o melhor intervalo de idade entre os filhos?


 
Por Liana Kupferman*
 
 
 
Tem decisões na vida que não são fáceis de serem tomadas, principalmente quando envolvem filhos. Nem sempre é possível planejar, mas quem deseja aumentar a família com rapidez, como falam “de uma vez só”, assim criam todos juntos, devem prestar atenção em algumas questões. 

A mãe provavelmente terá que abdicar por um tempo de sua profissão, pela demanda que seus filhos vão exigir. Ela vai ter a sensação de ter vários bebês ao mesmo tempo, pois eles ainda estarão muito dependentes de seus cuidados. Por outro lado, a diferença de idade entre eles pode ser pouca, porém as necessidades nessa fase são bem diferentes. 

Enquanto um mama no peito, precisa fazer mamadeira para o outro e a papinha para o mais velho, o que vai exigir dela um grande malabarismo para conseguir oferecer tantos cuidados. Não é raro as mães se sentirem em dívida, com sensação de que não está dando conta ou de que não está conseguindo dar atenção adequada como gostaria para cada um.  

Mas a grande vantagem é que é apenas uma fase e depois as crianças terão rotinas e atividades parecidas, portanto, sendo mais prático comparado com filhos com diferença de idade maior.

Pelo lado do filho, perder o reinado tão cedo e deixar de receber os cuidados dos pais como antes, pode ser difícil, porém pode ser uma experiência de aprendizado em ter de dividir a atenção dos pais, conquistar seu espaço e se relacionar com outras crianças e seus irmãos. O ciúmes é menor quando o intervalo é pequeno, porque desde cedo compartilha das mesmas situações. Família é um treinamento social, então eles já estarão desde cedo aprendendo a se relacionar, tendo que compartilhar, negociar, dividir, ceder, etc.

Quando a diferença é maior, a vantagem é que a criança tem uma maior compreensão do que está acontecendo, tem mais condições de diálogo, além de poder auxiliar no cuidado do irmão, o que lhe trará grande satisfação de contribuir. O ciúme pode ser maior porque ficou mais tempo “reinando”, mas nada que uma boa dose de compreensão dos pais não resolva.

Portanto, será que existe uma diferença ideal? Se sim, é ideal para quem?

A decisão de ter mais um filho tem que ser dos pais, principalmente da mulher, a qual mais está comprometida. Muitos fatores estão envolvidos nessa escolha, como momento financeiro em que o casal se encontra, situação do casamento, estado emocional da mãe/pai, estágio profissional da mãe, etc. O melhor momento é quando conseguem diante disso tudo terem motivação suficiente para receber o filho. Só assim todas as dificuldades serão contornáveis e os pais poderão desfrutar da tão trabalhosa e deliciosa família.

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Liana Kupferman* é psicóloga clínica formada pela PUC-SP. Participou como especialista convidada do Papo de Mãe sobre “um filho atrás do outro”, exibido em 16.09.2012.

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