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quarta-feira, 28 de março de 2012

O futuro das mães brasileiras sem as babás de antigamente - Por Taluana Adjuto*

Taluana Adjuto (ao centro)

Como mãe contemporânea que sou, certamente, passei por circunstâncias das quais a grande maioria (senão todas) as mulheres da minha geração passa quando nascem seus filhos...
Ninguém conta para a gente que o bebê nasce e a barriga não vai embora no parto, ninguém conta o quanto dóoooi amamentar, ninguém conta coisas óbvias, mas que, quem ainda não teve filhos, não sabe, como, por exemplo, que o bebê vai depender única e exclusivamente de você: “mamãe” (e, de vez em quando, do pai).
E isso, sem dúvida nenhuma, para mulheres independentes que viajavam, encontravam amigas em happy hour,  namoravam seus parceiros, malhavam em academia ou corriam aos finais de semana, frequentavam salões de beleza, trabalhavam horrores, pegavam baladas ou simplesmente se jogavam na cama a descansavam a hora que bem entendessem, é de-ses-pe-ra-dor!!!
Mas e agora??! Em uma análise rápida, logo percebemos que as avós podem até ficar aquela semaninha que nasceu o neto, mas depois: estão fora!!! Ou porque também estão no mercado de trabalho, ou se separaram de seus maridos e estão curtindo a vida com novo namorado, ou viajando com as amigas, ou porque, como estamos tendo filhos mais tarde, elas estão mais velhas e com menor disposição. Ou seja, não dá pra contar com as vovós como antigamente, pois elas também são contemporâneas!!!
Ok, sem problemas, pois damos um jeito em tudo e, neste caso, contratamos uma babá e pronto! Pois é, mas depois de muita procura percebe-se: cadê ela???
Muito se tem falado, postado, comentado e divulgado nas redes sociais e mídias gerais que a profissão de babá, no Brasil, está em extinção. Porém, nos países desenvolvidos, onde as mulheres já estão no mercado de trabalho há mais tempo, babá é uma profissão bem cara, dada a proporção de sua responsabilidade e, na maioria das vezes, além da escola, o que se vê, são soluções como as baby-sitters, que atuam para suprir necessidades pontuais, porque é entendido que filho é responsabilidade dos pais (alguém tem dúvida?!)
O que pude notar, em oito meses com a agência, é que, apesar da nítida mudança no contexto social, relacionado a esta profissão, a grande maioria das mulheres ainda nos procura com a suposta necessidade de alguém para “morar” e que folgue quinzenalmente, ou seja, em meio a tanta contemporaneidade, ainda há um paradigma rígido de muitas que buscam esta antiga formatação, porém, inevitavelmente, depois de tentarem bastante, muitas mães acabam desistindo e se moldando a nova realidade, ou até mesmo, em casos extremos, acaba contratando duas profissionais: uma para cada turno, como ocorre em qualquer trabalho.
Sinceramente, o que mais me surpreende é que eu achava que a minha proposta com a Elite Care era nova apenas para o Brasil, uma vez que não difere muito do padrão internacional já existente, mas percebi que este é um tema que interessa também às mídias internacionais. Acreditem, esta semana, dei entrevista para um jornal japonês chamado Nihon Keizai Shimbun, que tem mais de 3 milhões de exemplares diários. Mas como ainda não recebi a matéria (traduzida, óbvio) a minha dúvida é: será que eles estão noticiando uma nova “libertação” e conquista social das classes antes menos favorecidas, será que estão divulgando uma nova possibilidade profissional para as universitárias, ou será que estão colocando em xeque a nossa capacidade de criarmos os nossos filhos sozinhas?!?
Bem, neste último caso, me atrevo a dizer aqui que cuidamos sim muito bem dos nossos filhos sozinhas, e que, sem dúvida, compactuamos com a nova proposta profissional das babás. Entretanto, não abrimos mão de sermos as mulheres incríveis que somos e, portanto, esta ajuda de monitoras, baby-sitters, ou novas babás sempre será muito bem-vinda, porém, agora, com maior preocupação com o cuidado aos nossos filhos, com a  dignidade da profissional e, fundamentalmente, com o nosso papel de mãe contemporânea - que ama os filhos e morre por eles -, mas que somos, antes de tudo, mulheres e seres individuais, que merecem sim serem felizes de maneira completa!    
*Taluana Adjuto é psicóloga e empresária, dona da Agência Elite Care. Participou como especialista convidada no Papo de Mãe sobre a relação entre mães e babás, exibido em 25.03.2012. Site: www.elitecare.com.br.
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#FICADICA
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2 comentários:

Unknown disse...

Quando o Brasil pular para o patamar dos paises desenvolvidas as babas serao profissionais muito bem pagas e treinadas para tal funcao.
Moro em Londres e cada vez q vou para o Brasil me impressiono com as meninas vestidas de branco, pois no Oriente ou Ocidente desenvolvido isto nao existe mais.Na Europa em geral as babas sao para os abastados , a clasee media como diz o nome eh media e usa babas para necessidades especificas, como buscar no colegio, para os pais sairem e nao como constantes ajudantes da maes.
Fico impressionada com o numero de muleres pseudo conteporaneas que nao sabem viver ou simplesmente sair de casa sem uma baba. Nao vejo a necessidade de uma baba empurrar carrinho vazio em shopping. E pior que estas maes reclamma dos precos dos servicos e surtam se nao tem alguem para ajudar.

Anônimo disse...

Isso se chama terceirização da maternidade. Já vi mães chorarem porque a folguista (babá de fim de semana) não ia poder trabalhar durante um fim de semana. Bizarro!