Por Vânia Duarte
Equipe Brasil Escola
Equipe Brasil Escola
Há que se considerar que a escola representa uma extensão em se tratando da rotina cotidiana dos educandos. E assim como no ambiente familiar, eles tendem a manifestar suas atitudes, sejam estas concebidas de forma negativa ou positiva. Contudo, o que hoje presenciamos na maioria dos ambientes escolares são jovens agressivos e autoritários por excelência.
De acordo com a opinião de
especialistas, vários fatores incidem de forma direta na problemática em
questão. A começar pelo fato de que nesta fase há uma necessidade inconsciente
do contato com a pele do outro, no sentido de explorá-la, muitas vezes
manifestada por aquelas famigeradas “lutas de mão”, no intuito de testar a
resistência física do companheiro. Outro aspecto relaciona-se à própria
sociedade, dadas as influências desempenhadas pelos papéis sociais, sobretudo
no que diz respeito aos homens em se tratando da virilidade, uma vez que o não
enfrentamento mediante a algumas situações, principalmente relacionadas a
brigas e disputas, pode configurar a ausência desta.
Sem contar que a estrutura familiar
ou a falta dela retrata por demais sua cota de participação, pois a conduta
agressiva por parte dos pais pode influenciar no comportamento daquele que
ainda encontra-se construindo sua própria personalidade. É o que nos revela
Sônia Maria Pereira Vidigal, pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Educação Moral da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(UNESP):
“Pais que se colocam sempre em condição superior aos filhos tendem a transmitir esse comportamento. Respeito não se ganha com medo”.
“Pais que se colocam sempre em condição superior aos filhos tendem a transmitir esse comportamento. Respeito não se ganha com medo”.
Por outro lado, há aqueles que por um
motivo ou outro optaram por serem permissivos ao extremo e, quando resolvem
tomar uma posição, são recebidos com total descrédito.
Mediante esses dois extremos, tomadas de posições pautadas no equilíbrio parecem evidenciar sua efetiva eficácia, pois somente assim haverá o merecido respeito de ambas as partes. Mas afinal, e a escola? Qual o papel que devemos atribuir a ela?
Mediante esses dois extremos, tomadas de posições pautadas no equilíbrio parecem evidenciar sua efetiva eficácia, pois somente assim haverá o merecido respeito de ambas as partes. Mas afinal, e a escola? Qual o papel que devemos atribuir a ela?
Notadamente, o posicionamento de
grande parte das instituições de ensino, no sentido de coibir algumas práticas,
tem se baseado tão somente em punições. Primeiramente surgem as punições, e
quando não são suficientes, vêm as suspensões, fato este considerado como
apenas uma transferência de responsabilidades. A verdade é que muitos
educandos, cientes de tais medidas, apenas esperam “pela próxima”.
Diante disso, considera-se que tais
medidas carecem de uma verdadeira reformulação, no sentido de contornar o
problema pela raiz. Assim como nos explica Telma Vinha, professora do
Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação de Campinas
(Unicamp):
“Essas medidas não são educativas e vão contra o objetivo de formar pessoas autônomas.”
“Essas medidas não são educativas e vão contra o objetivo de formar pessoas autônomas.”
Fazer com que os
alunos reflitam acerca de suas atitudes representa uma atitude extremamente
louvável. Para tanto, uma das saídas é trabalhar no sentido de recuperar a
noção de valores – até então esquecidas no tempo – por meio de textos que
promovam momentos de reflexão em sala de aula, enfatizando sempre que o
respeito mútuo é elemento primordial nas relações sociais como um todo. Outra é
promover palestras periódicas, ministradas por profissionais da área, no
sentido de colocar os jovens frente a frente com a realidade que os cerca e,
sobretudo, possibilitar que eles ampliem sua visão de mundo e seu espírito
crítico em relação aos fatos que nela circundam.
Fonte http://www.brasilescola.com/
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DICA DE LEITURA
3 comentários:
Vânia Duarte, achei ótimas as propostas apresentadas. Só acho que as palestras e outras explanações, se ocorrerem sem a participação dos pais, o programa da escola será desgastante e sem sucesso. A escola complementa a educação, mas o forte mesmo, ou o 99% deve acontecer em casa. Com um empenho presencial muito maior dos pais.
Grande abraço.
Manoel.
O jovem precisa cultivar uma vida equilibrada em vários aspectos: trabalhar a energia do corpo, através de uma arte marcial adequada, com base filosófica de não-violência é MUITO saudável para essa fase.
Gratidão pelos artigos!
Maeve
Conversar com a criança e o jovem é sempre muito importante, mas realmente boa parte das famílias brasileiras estão num estado de desagregamento, parece que a escola virou o centro nervoso para o aluno extravasar o que sente pelos pais e responsáveis, nós educadores percebemos que eles estão cobrando atenção, reponsabilidade, amor, interesse, amizade, entre outros sentimentos que hoje os pais sem recurso não dão,pois alegam não ter dinheiro (sentar ao lado do filho e falar como foi o dia não custa nada)e os pais que o tem delegam essa função ao instrutor do futebol, a professora do balé, ao tutor do inglês e por aí vai.
Não existe receita para ser pai ou mãe e talvez por esse motivo não seja nada fácil sê-lo, mas mesmo sem saber quais ingredientes usar todos sempre acertam quando utilizam o tempero do afeto,a criança amada adquire valores indispensáveis para a vida toda.
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