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Na TV Brasil

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

BIRRAS - Relato de Mãe - por Carolina Ambrogini

Oi gente!
Lembram que no programa deste último domingo uma das nossas mamães convidadas, a ginecologista Carolina Ambrogini, disse ter um post sobre BIRRA em seu blog? Então, ela nos autorizou a reproduzi-lo aqui. Desde já agradecemos à Carolina!

Socorro começaram as birras!! Posso ser abduzida?
Por Carolina Ambrogini*

Quando a gente não tem filho e vê uma criança fazendo birra no shopping, logo pensa: "que horror, como estes pais deixam a criança ficar neste estado?". Pois é, chegou a minha vez! Fui embora do clube hoje com a Marina berrando do parquinho até o estacionamento...
Tivemos uma fase bem difícil quando ela fez três anos, era "não" pra tudo e quanto mais a gente insistia, mais ela fincava o pé na teimosia. A fase foi passando e, há pouco tempo, até comentei com amigas-mães que ela estava ótima, uma mocinha...Pra quê fui falar? Eis que ela saiu do hospital há uns vinte dias (ficou internada por uma virose) e ficou mal acostumada com a bajulação, além de ter dado uma bela regredida (quis voltar pra mamadeira, não quer ficar sem a fralda noturna).
Além disto, o Victor já está começando com os seus showzinhos, já até aprendeu a falar "quelo agola!"e também tem uma garganta...Acho que a Marina reaprendeu a linguagem do grito até para competir com o irmão: quem deixa a mamãe mais louca???
Ontem, quase perdi o controle. Tive que trancá-la no quarto para não dar umas belas palmadas. Confesso que senti muita vontade de fazer isto, mas me segurei porque sabia que iria me arrepender depois. Mas berrei junto e senti uma raiva.... logo seguida por uma culpa enorme, obvio! Mãe pode ter raiva de filho? Podendo ou não, a raiva é um sentimento que não conseguimos controlar, vem completamente destituída de razão.
Talvez por isto, hoje fiz diferente. No começo da birra (em público), a raiva veio de novo e comecei a contra-argumentar o "mas eu quero" dela. Não adiantou nada e ela ficou cada vez mais nervosa, querendo me desafiar. Daí falei "vamos embora agora e não vai ter mais parquinho esta semana" e sai andando em direção a saída. Ela veio me acompanhando e berrando "não por favor", "quero voltar", até o estacionamento e o caminho de volta pra casa. Fingi que nada estava acontecendo. Chegando em casa, ela começou a insistir em jantar na sala de TV (não, a provação não acabou!), falei "não, você sabe que não pode!" e fui pro banho, deixando as crianças com a babá para dar o jantar ( geralmente participo).
Trancada no banheiro, escutei os berros, mas liguei o chuveiro e fiz uns exercícios de respiração. Tentei relaxar e focar numa conduta serena e determinada com relação à birra. Se ela grita, não posso gritar, tenho que manter a calma e ser firme. Pedi a Deus também muuuuita paciência. Deu certo, eu fiquei mais calma e ela veio me abraçar como se nada tivesse acontecido. Mas amanhã, vou proibir o parquinho (ela tá merecendo, acreditem), torçam por mim!
*Carolina Ambrigini é mãe, médica ginecologista e  tem um blog pessoal: http://www.carolambrogini.blogspot.com/. Participou do programa sobre BIRRA, exibido no dia 11.12.2011.

DICA DE HOJE
No site www.bebe.com.br tem uma matéria muito bacana com "17 perguntas e respostas sobre o comportamento infantil" e as situações em que os pais se questionam sobre como resolver.  Tem dicas sobre ataques de birra e muitas outras, confiram clicando aqui

3 comentários:

Anônimo disse...

Carolina, quando eu via uma criança "berrando" em público, a primeira impressão que eu tinha era justamente a que você citou:

"Que horror, como estes pais deixam a criança ficar neste estado?"

Com essa sua esclarecedora postagem, já mudei de ideia. Na realidade é uma experiência bem difícil e não se pode influenciar pelo que os "outros" vão pensar. Você teve que ficar senhora da situação e conseguiu. Com "dor no coração" e tudo o mais, mas você conseguiu colocar sua autoridade.
Muito bacana. Vivendo e aprendendo, não é.
Um abraço.
Manoel.

AMOREANDO disse...

Como é bom saber que a birra afeta a TODOS! Sem nenhuma seleção, ela afeta todas as famílias. Já senti raiva do meu filho, chorei um dia inteiro pensando :"Como posso ficar irritada com um ser que saiu de mim"? Conforme o tempo vai pasando a gente percebe que somos apenas mortais, e tudo nos afeta se a gente deixar. Hoje meu filho tem 7 anos, dialogar com ele é muito bom, conversamos toda hora, sobre tudo, no último chilique que ele deu (faz tempo graças a Deus) eu fingi que ele não era meu,hahaha,(ser atriz até que é bom).
Olhei bem p/ ele e perguntei, nome, idade e quem era a mãe dele, ele chorou tanto(dizia:"mamãe, mamãe"!esticando os braços p/mim) friamente respondi:" não, meu filho é bonito e educado,e vc é feio e chaaaaato, não pode ser meu filho"! Foi um chorôrô... quando a "tepestade" passou ele perguntou:"Mãe eu te amo muito,você me ama né"? Quando tudo dá errado toda mãe tem que ter um plano B!

Michele,felicidade. disse...

Ai,que bom saber que todos passam pelos mesmos problemas que nós.
Aqui em casa estou passando uma situaçao assim de birras e gritos e tenho que contar ate 100 pra nao perder a razao.
Amei seu relato.
E estou amamdo esse espaço .