Olá, estamos de volta!
E hoje temos mais uma entrevista muito bacana para vocês. Nosso repórter, Pedrinho Tonelada, conversou com o cardiologista Dr. Anísio Pedrosa*. Vejam o que ele tem a dizer sobre Transplante.
Pedrinho Tonelada e Dr. Anísio Pedrosa |
Pedrinho: Dr. Anísio muito se fala em transplante, mas muita gente não sabe o que é um transplante. O que é um transplante?
Dr. Anísio: Como o próprio nome talvez já sugira, transplante é quando você tem no nosso corpo um órgão que não está funcionando adequadamente, que não está tendo condições de manter a vida da pessoa num nível mínimo de qualidade de vida. Este funcionamento inadequado faz com que você retire esse órgão, pegue um órgão bom de um doador e substitua no corpo. Então você volta a ter uma qualidade de vida normal ou próxima ao normal.
Pedrinho: Quais são os órgãos do corpo humano mais transplantados?
Dr. Anísio: Os mais transplantados são os mais fáceis de transplantes e que você tem em maior número, que são as córneas e os rins, que são dois para cada pessoa. Então, por isso se tem um número maior de transplantes de córnea e de rim. Já coração, fígado e pâncreas você tem um número menor, já que é um para cada pessoa.
Pedrinho: Por quanto tempo, doutor, um órgão retirado ou de um cadáver ou de uma pessoa viva doadora sobrevive até ser transplantado no receptor?
Dr. Anísio: Esse tempo de viabilidade do órgão depois que é retirado do doador varia de acordo com o órgão. O fígado e o rim aguentam um pouco mais; o coração, em média, de 4 a 6 horas, desde que ele seja retirado e colocado dentro de um líquido para manter todas as substâncias que ele [o coração] precisa.
Pedrinho: É seguro doar órgãos?
Dr. Anísio: É seguro. Quando a pessoa vai doar, ela já está numa condição de morte cerebral, que a partir do momento em que você fez uma série de provas, é irreversível. Então, essa pessoa não tem chance de voltar mais. E por que é seguro? Porque esses órgãos vão ser doados para as pessoas que precisam. É super seguro porque existe uma legislação que impede que as pessoas peguem os órgãos de alguém que tenha alguma chance de sobreviver.
Pedrinho: Quais são as chances de um transplante dar certo e quais são as chances de dar errado?
Dr. Anísio: Os órgãos que são doados, são órgãos bons. São considerados bons porque são pessoas, normalmente, hígidas, que sofreram algum acidente ou alguma tragédia e aí entraram em morte cerebral. O problema se é útil e qual a chance do transplante funcionar depende muito do receptor. O receptor não pode estar em uma condição muito depauperada, muito ruim, de modo que ele vai receber um órgão bom, mas o resto do corpo dele já esteja numa condição muito ruim que não vai sobreviver. Por isso existem alguns critérios para você contraindicar um transplante. Se a pessoa atinge um certo nível que não tem mais volta, em termos do próprio organismo, é diferente de se pegar uma pessoa num tempo bom, quando a chance do transplante funcionar é grande.
Pedrinho: O que é morte cerebral?
Dr. Anísio: A gente considera morte cerebral a partir do momento em que o cérebro teve uma isquemia ou uma lesão grave através de um trauma ou de um acidente vascular cerebral, em que apenas faltou oxigênio para o cérebro, aí esse cérebro morre. Morrer significa que não há mais comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. Então, o corpo está funcionando independentemente do cérebro. Existe uma série de provas que os neurologistas, os intensivistas ou médicos que trabalham em transplante fazem para testar e saber que, com certeza, esse cérebro não tem mais funcionamento.
Pedrinho: Mito ou verdade: quem recebe o órgão de uma pessoa, adquire determinados hábitos do doador?
Dr. Anísio: Eu acho que não existe explicação para isso. Olhando cientificamente, do lado da Medicina, eu colocaria como mito, porque não tem como você transplantar um órgão e transplantar alguma coisa a mais que funcionava no cérebro do doador. Eu não acredito nisso, eu acho que é mito. Mas existem algumas alterações psicológicas, que aí os psiquiatras e os psicólogos podem explicar. Às vezes, o contato com a família do doador faz com que a pessoa comece a gostar de algumas coisas que o doador gostava. Mas como médico, eu acredito ser mito.
Pedrinho: O senhor é medico cardiologista, faz transplantes. Ninguém da família de algum transplantado veio com essa conversa?
Dr. Anísio: Sim, já vieram com algumas histórias de que antes não gostava de atividade física e depois passou a gostar... Eu fico pensando, por outro lado, que a pessoa passou a ter isso porque a qualidade de vida melhorou muito, e aí passa a gostar de uma atividade física. Gostar de tomar água, que não podia anteriormente, gostar de uma bebida que não podia tomar anteriormente... Então, acho que no final é uma combinação de coisas. A qualidade de vida da pessoa melhora muito e ela volta a ter o que gostava antes, como uma bebida, uma atividade física e tudo mais.
* Dr. Anísio Pedrosa é médico cirurgião cardiologista, membro do Instituto de Moléstias Cardiovasculares Oswaldo Cruz (IMOC) e participou do Programa Papo de Mãe sobre Transplantes, exibido em 26.12.2010.
Um comentário:
Olá meninas como vão? estou viajando de férias só retorno em janeiro mas vim desejar feliz 2011 cheio de realizações pra vcs.Trouxe o dvd do programa que participei pra minha família que não viu assistir.Ficaram felizes. Que dia lindo foi aquele adoreii ter ido ai participar cvs deste programa tão lindo! venham ver as novidades no meu blog saudadessssssssss
Postar um comentário