Oi, gente!
Estamos de volta para dar continuidade ao tema da semana: mãe a qualquer custo. E queremos aproveitar para agradecer a todos que nos escreveram relatando suas experiências e enviando perguntas aos especialistas que participaram do Papo de Mãe.
O que percebemos com a repercussão deste programa é que este tema, apesar de delicado, é muito importante ser abordado. As mulheres que sonham em ter filhos e encontram os mais diversos obstáculos pela frente precisam ter um espaço para desabafar e compartilhar experiências para que percebam que não estão sozinhas nesta jornada...
Gostaríamos de aproveitar a ocasião e publicar o relato enviado pela nossa telespectadora Gabriela de Oliveira. Confiram!
"Olá,
Não assisti ao programa, mas li no blog a matéria "Mãe a qualquer custo!" e gostaria de relatar minha primeira experiência com a maternidade. Na minha primeira gravidez tive uma desilusão que é muito comum em primeira gravidez, mas que não é muito falada nem divulgada.
Eu tive a suspensão da menstruação e fiz um exame de sangue que me confirmou a gravidez. Pronto, felicidade geral, toda a família sabendo, os amigos, enfim o primeiro filho, o primeiro neto, tão esperado estava a caminho...
Fomos ao médico e nos exames de consultório tudo estava muito normal, mas na ultra descobrimos que eu tinha o saco gestacional, que pelo tamanho já deveria ser uma gestação que se encaminhava para os 2 meses, mas não tinha embrião.
Foi a maior decepção da minha vida, eu tomava anticoncepcionais há muitos anos, tinha policistos no ovário e já havia tido um distúrbio de hormônios anterior a esta gravidez. Acreditava que não conseguiria engravidar com tanta facilidade, mas acabei ficando grávida 4 meses depois de parar de tomar o remédio.
Pois bem, meu médico depois me explicou que é muito comum uma primeira gravidez ser perdida. Muitas mulheres nem imaginam que estavão grávidas, pois acabam mestruando com um certo atraso. Mas para mim foi muito decepcionante entrar numa sala para ver o meu bebê e receber a notícia de que eu não teria um bebê.
No meu caso acabei tendo que fazer uma curetagem e depois ainda tive que contar para todos que não havia gravidez, já que o embrião não estava lá.
Incrível a insensibilidade das pessoas que ficam perguntando sobre a gravidez e quando você diz que perdeu ainda ficam lhe questionando ou lhe dizendo coisas horríveis de serem ouvidas por uma pessoa que acabou de descobrir que não está grávida, mas que ainda tem o sonho de engravidar.
Naquela época não tinha tantas informações sobre a maternidade e queria tanto conhecer mais gente que tivesse passando por este problema para poder falar, mas a maioria das minhas amigas ou já tinha filhos grandes ou ainda nem pensavam em tê-los.
Enfim, este problema me deixou tão encucada que na gravidez da minha filha, que aconteceu 3 meses após este episódio, tudo correu super bem, mas nos primeiros meses acabamos não falando para ninguém sobre a gravidez e ainda pairava o medo de um aborto.
A primeira ultra foi cercada de cuidados. A médica que fez o exame não ligou o monitor que ficava de frente pra mim e só depois que ela viu o coração batendo foi que eu pude ver que havia um bebê crescendo dentro de mim.
Fico pensando que ainda temos muitos tabus a vencer em nossa sociedade, não só a questão da escolha pela maternidade deveria ser mais discutida, mas também os riscos que a cercam deveriam ser melhor divulgados.
Temos que vencer também esse tabu de crer que mulher e maternidade têm que andar juntas. Temos o livre arbítrio ou não? Podemos ou não decidir pela maternidade? Por que tanta cobrança em cima de quem não quis ou não pode ter filhos? Temos ou não direitos sobre nosso corpo? Amo ser mãe, mas conheço mulheres que não nasceram para isso e, às vezes, ainda sofrem com suas escolhas.
É isso! Amo o blog!!!
Beijos, Gabriela."
Gabriela e sua filha |
Gabriela, muito obrigada pelo seu relato. Não temos dúvida da importância de você compartilhar a sua história com mulheres que passaram ou estão passando pela mesma situação. Ao mesmo tempo, ficamos felizes porque hoje você conseguiu realizar o seu sonho e está aí com sua filhota linda ao seu lado. Obrigada pela participação e felicidades!!!
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ATENÇÃO PARA NOVAS GRAVAÇÕES!!!
Em breve a equipe Papo de Mãe entrará em estúdio para gravar mais uma série de programas com os seguintes temas:
1. Ecologia
2. Violência doméstica
3. Espiritualidade
4. Relação entre irmãos
5. Famílias diferentes
6. Mães com mais de 80 anos - como fica a relação familiar?
7. Drogas
8. Problemas de audição
Se você tem interesse em participar do programa (gravações em São Paulo/SP) ou enviar perguntas para os especialistas responderem no ar, escreva para [email protected] ou nos comentários abaixo. Contamos com a sua participação!!!
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Por hoje é isto, mas amanhã tem mais. Vamos falar sobre um livro muito interessante chamado “Maternidade e Antimaternidade Lúcida: a escolha é sua”, de Jackeline Bittencourt de Lima. Não deixem de acessar o blog! Até +!!!
5 comentários:
Lindo relato!
Beijos.
Ola! Meu nome é Ieda e Gostaria de parabenizar o programa por abordar temas tão importantes como o Aborto. Passei por esta situação a exatamente 4 meses atras e confesso que ainda me sinto insegura para engravidar novamente, mas busco forças para superar esse medo e realizar meu desejo de ser mãe.
Um grande abraço.
Gostei muito do relato dela.
Tenho amigas que, simplesmente, não nasceram para ser mãe.... E aí, é justo cobrar filhos delas?!
Beijos
Que bom que gostaram, meninas!
Ieda-> este tipo de relato serve para mostrar que vc não está sozinha, muitas mulheres passam por isto!
Bianca -> na nossa dica de amanhã falaremos de um livro que justamente coloca esta questão em pauta.
Beijos!
Clarissa
Tive uma prima que pasou por esa triste experiêwncia e hoje tbm é mãe d euma linda menina, é verdade que muitas pessoas insensíveis ficam questionando o por que e não pensam na dor da mamãe. bjs amo o programa , foi muito lindo
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