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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Atenção, São Paulo! Marcha pelo direito à presença das doulas nos hospitais - dia 03/02/2013

"Movimento das Mulheres e Homens pelo direito a uma Doula (em qualquer hospital brasileiro durante trabalho de parto, parto e pós-parto)”  - Trata-se de um movimento pelos Direitos reprodutivos das mulheres, envolvendo o direito à escolha de acompanhantes e por um parto digno. Sendo assim, trata-se de mais um movimento que visa diminuir as altas taxas de cesáreas no país, além de contribuir indiretamente para a diminuição da taxa se infecção hospitalar, uma vez que os partos normais e naturais apresentam menos risco infeccioso se comparados aos partos cirúrgicos.
A Marcha pelo direito à presença de uma doula partirá do Edifício da Gazeta, passará em frente à Maternidade Pro Matre, seguirá pela Av. Paulista e acabará em frente à Maternidade Santa Joana. Em ambas as maternidades será entregue um abaixo assinado com o pedido de inclusão das doulas como parte da equipe e como o acompanhante único determinado pela lei. 

A POLÊMICA DO PARTO NO BRASIL 
Nunca se falou tanto em Humanização do Parto como nos últimos tempos no Brasil. Em 2012 aconteceram duas marchas que mobilizaram alguns milhares de pessoas em mais de 20 cidades de norte a sul do país. Defendendo questões relativas à humanização da assistência ao parto, as marchas questionavam igualmente a alarmante taxa de cesáreas realizadas no país, bem como os constantes casos de violência obstétrica praticados diariamente durante o atendimento ao parto nos hospitais públicos e particulares. A 

PROIBIÇÃO DAS DOULAS 
Ao iniciarmos 2013, surge uma nova polêmica, quando duas das maternidades mais famosas de São Paulo proibiram, em comunicado oficial, a presença de doulas em suas instalações. Após repercussão nas redes sociais, disseram que apenas limitariam o acompanhamento a apenas uma pessoa, como determina a lei, podendo a mulher escolher quem quiser, incluindo a doula. Na prática a política resulta no impedimento da participação de doulas nestes hospitais, já que a presença do pai da criança é prioritária. A partir deste acontecimentos, uma nova Marcha está sendo articulada na internet e acontecerá no dia 03 de fevereiro em São Paulo, defendendo o direito da participação da doula no parto, com a presença de mães, pais e profissionais da saúde. 

QUEM SÃO E O QUE FAZEM AS DOULAS 
Um dos momentos mais significativos e também desafiantes na vida de uma mulher é o parto de seus filhos. Na sociedade individualista em que vivemos a experiência do parto não costuma ser compartilhada e portanto uma gestante provavelmente nunca acompanhou um parto normal para saber como ele acontece. Nossa cultura atual propaga muitos medos e fantasias sobre este momento, o que torna cada vez mais importante a participação das doulas no processo. 
A doula é uma profissional treinada para dar apoio psicológico e físico à gestante (massagens, por exemplo) embora não responda pelo parto em si. Vários estudos demonstram que a presença de doulas é muito positiva para a gestante e para o sucesso do parto e consequentemente para a saúde do bebê. Dentre estes estudos, Klaus e Kennel publicaram em 1993 em “Mothering the mother” uma pesquisa que demonstra a redução de: 50% nos índices de cesáreas, 25% na duração do trabalho de parto, 60% nos pedidos de analgesia peridural , 30% no uso de analgesia peridural , 40% no uso de ocitocina e 40% no uso de fórceps. Após este, muitos outros artigos científicos foram publicados comprovando a eficácia da presença dessa acompanhante qualificada e treinada. 

A ARGUMENTAÇÃO DOS HOSPITAIS 
A argumentação dos hospitais é que a proibição da doula visa à diminuição do risco de infecção hospitalar, argumento que não encontra respaldo em qualquer uma das publicações científicas sobre o tema. Por outro lado os mesmos hospitais Pro Matre e Santa Joana apresentam taxas de cesariana maiores que 90%. De acordo com estudos internacionais, as cesarianas aumentam 400% o risco de infecção em relação aos partos normais, sem falar nas outras complicações para as mães e os bebês, como as internações em UTI neonatal (que aumentam o risco de infecção em recém nascidos. O modelo obstétrico do Brasil é centrado na equação hospital + médico. Isso é um dos fatores que levam o país a apresentar a maior taxa de cesáreas do mundo, com um percentual geral de 52%, chegando a mais de 80% no sistema privado, muito além do recomendado pela OMS, que seria de até 15%. 
O outro argumento para a restrição é a respeito da regulamentação da profissão. Apesar de que fotógrafos e cinegrafistas são admitidos inclusive em salas de cesariana sem que tenham regulamentação da profissão, as doulas estão incluídas na Classificação Brasileira de Ocupações desde 2012, com formação e atribuições devidamente delineadas.Nos cursos de formação aprendem todos os cuidados a respeito de proteção individual e das gestantes, tal qual aprendem fotógrafos e cinegrafistas. 

CONTATOS: 
Algumas mães que fazem parte do movimento podem dar maiores informações e responder perguntas sobre o tema: 
Em São Paulo: Ana Basaglia (11) 9 9733-0113 ; Ana Julieta de Oliveira [email protected] tel:995678650 Ana Maria Fiorini fone 992322867 [email protected] ; Camila Souza Torelli [email protected] (11) 99232-7086; Carolina Lopes carolina lopes carolina.lopes.ro@gmail. com 97279-1772; Elisa Motta Iungano tel. 981244693 (tim) ou [email protected] - psicóloga, estuda interação mãe-bebê; Ingrid Oncken, tel 11 985730867, iariane@gmail. com Natália Coltri Fernandes - tel 2589-6503 e 9-8538-1879 nataliacoltri@ gmail.com; Tati Wexler tatiwexler@hotmail. com (fotógrafa de gestantes e partos); Renata Corrêa 11 -980886357 - [email protected]; Sandra Pinello Amorim Sandrapinello@ gmail.com 11 99450-2121; Soraia Duduss: soduduss@gmail. com 11-98418-3694(teve parto com doula na Pro Matre há 9 anos); Roselene Motta roselene@usp. br - arquiteta - 9 9426 1077- ativista da Parto do Princípio; Advogada que estuda a legislação em torno da assistência ao parto Ana Lúcia Keunecke, fone 11-99200-1258, [email protected] 
Outras cidades/estados/países: Mariana Tezini (sobre a situação no interior do estado):(16) 33577709 ou (11) 9085820214 psicóloga, estuda interação mãe-bebê ; Suzan Correa, obstetriz em Londres, que trabalha com doulas em outro país [email protected]; Ana Carolina Fialho (21) 9384 0203 [email protected]; Nathalia Silva Flores telefone (47) 96872361 email [email protected]; Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 - [email protected] 
Alguns médicos que trabalham com doulas como parte da equipe: Jorge Kuhn - 11 5096-2318; Andrea Campos - 11 5096-2318; Catia Chuba - 11 5524-9054; Betina Bitar - 11-23098666; Deborah Klimke - 11-5041-7423

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