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Na TV Brasil

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Relação com avós

Olá!
Hoje o Papo de Mãe reapresentou o programa sobre a deliciosa relação entre avós e netos. Para ler as postagens antigas  sobre o assunto, clique aqui.
Fique agora com o relato da nossa telespectadora, a publicitária Marjorie Bier, de Santo Ângelo/ RS, sobre a sua bela relação com a avó (vovó Gilda, como é carinhosamente chamada). Confira!

Carne de tigre com abobrinha
Por Marjorie Bier


Fui uma criança um tanto imaginativa... Além disso, era mimada, malandra e chorona. Ganhava tudo na base da manha e ainda me fazia de coitadinha.
A maior lembrança que tenho com minha avó é de uma vez em que quis tanto ficar doente para não ir à escola - isso lá pelos seis anos - que a coisa acabou acontecendo mesmo...
Reza a lenda que eu tive um febrão e que virei o bicho mais dengoso da casa. Não queria comer, não queria brincar e não queria que ninguém saísse de perto de mim.
Faltei uma semana inteira de aula. Vi a família inteira tentando me animar, assisti a todos os desenhos na televisão e me recusei a comer a montanha verde a que era obrigada diariamente – a propósito, essa coisa de comer salada para crescer forte e saudável não funciona com criança. Aprendi a gostar disso depois de adulta e juro que foi porque a dieta exigiu. Caso contrário, seria a rainha do fast food e das comidinhas exóticas como carne de tigre com abobrinha, por exemplo...
Sim, o anjo aqui, no auge da enfermidade, resolveu sacanear a vovozinha que estava mais do que esmerada em me fazer comer. Prometi a ela que se o cardápio da noite fosse o que eu havia pedido (tigre), abandonaria a mamadeira e passaria a me alimentar direitinho...
Lembro do meu tio, malandro desde sempre, dar uma piscada rápida para a minha avó e, logo em seguida, sair do quarto em direção à sala. A casa em silêncio, a velhota calada e eu me sentindo a rainha da sabedoria...
Mas, para meu espanto, eis que surge o moçoilo com uma espingarda de pressão e um chapéu para minha avó. Saíram os dois, com aquela cara de “Indiana Jones”, prometendo trazer o que eu tanto queria comer...
Durante meia hora tive os devaneios mais loucos. Fiquei imaginando se eles teriam mesmo coragem de ir até o zoológico (tigre, para mim, só morava nesse lugar) e abater o bicho ou se o açougueiro da esquina, baixinho e bigodudo, teria encomendado a carne só para mim.
Depois de muita espera, entram os dois pela porta do meu quarto... Meu tio com o rosto sujo de terra e a respiração a milhão. Minha avó com a roupa embarrada, uma bandeja cheia de folhas e um prato com a maior porção possível de bife picadinho e tomate: “Mar, minha querida, a carne de tigre foi fácil, mas a abobrinha…” rsrsrs
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E a nossa DICA DE HOJE é o livro Psicanálise e Velhice - sobre a clínica do envelhecer, de Dorli Kamkhagi. Nesta obra, a autora discute os desafios de tornar-se velho na atualidade e de como lidar com a aproximação da morte, sem enveredar pela euforia ou pela negação, tampouco abraçando uma visão depressiva. Nos três primeiros capítulos, ela nos prepara para o tema. No primeiro, repassa os diversos papéis sociais ocupados pelos velhos ao longo da história. No segundo, discute o que o atual imaginário social nos espelha sobre o envelhecer hoje. E no terceiro, aborda brevemente determinados aspectos fisiológicos. Nos três capítulos seguintes, ela entra no cerne de seu tema: como seria a clínica do envelhecimento nos dias de hoje a partir dos aportes psicanalíticos? E ela o faz de modo vivo e sempre próximo ao cotidiano. No quarto capítulo, apresenta variados fragmentos clínicos de suas sessões com os inúmeros pacientes que atendeu tanto em análises individuais como em grupos terapêuticos. No quinto, nos indica em que os aportes da psicanálise podem nos ajudar a lidar com as questões que os pacientes idosos (e também os não idosos) trazem sobre o envelhecer e a perspectiva da morte, bem como repassa a literatura psicanalítica sobre o tema. Finalmente, no sexto e último capítulo, articula toda esta massa de informações e apresenta conclusões. Sem dúvida, uma leitura indispensável não só para os interessados na clínica psicanalítica dos idosos, mas para todos que se interessarem sobre o tema do envelhecer.
Dorli Kamkhagi é terapeuta, mestre em Gerontologia pela PUC-SP e psicóloga do Centro de Estimulação Cognitiva e Funcional do Idoso do Programa de Psicogeriatria do Hospital das Clínicas. É também colunista do site http://www.delas.ig.com.br/.
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ATENÇÃO!!!
Em breve entraremos no estúdio para gravar mais 3 programas. Os assuntos são os seguintes: animais de estimação; filhos prematuros; crianças desaparecidas. Se você quiser participar, tiver um relato interessante para contar ou perguntas para fazer aos nossos especialistas, escreva para [email protected] ou nos comentários abaixo. Participe!!!
Um grande beijo,
Equipe Papo de Mãe

3 comentários:

Gisa disse...

Nada melhor que ter a avó presente...

Anônimo disse...

Aida/Teresópolis: primeiro gostaria de parabenizar pelo programa que é muito bom e eu quero fazer uma pergunta sobre animais: Queria saber como explicar para uma criança pequena que o bichinho dela morreu ou que precisamos doa-lo? Obrigada.

Clarissa disse...

Aida, sua pergunta já foi encaminhada para produção. Muito obrigada pela participação!

Gisa, vc tem toda razão, ter avós por perto é muito bom!!!

Beijos
Clarissa Meyer
Equipe Papo de Mãe