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Na TV Brasil

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Entrevista com a Dra. Márcia Maria da Costa

Oi pessoal!!!

Conforme prometido, segue a entrevista sobre parto humanizado da Dra. Márcia Maria da Costa, ginecologista e obstetra, coordenadora médica do Hospital São Luiz - Itaim (SP), concedida à repórter Rosângela Santos para o Papo de Mãe.

RS: Como é tratada na rede privada esta questão do parto humanizado?
MMC: O parto inicialmente acontecia em casa. A gente fala que a mulher pode dar a luz com o médico e apesar do médico. Visto que a gente se preocupa com a segurança, tanto da mãe quanto do bebê, o ideal é que este procedimento ocorra dentro do ambiente hospitalar para dar assistência. A ideia é transformar o ambiente do hospital em um ambiente mais agradável e acolhedor. Não tanto instrumentalizado como há algum tempo atrás - quando a mãe chegava e colocavam ela num soro, deixavam num quarto isolado sem contato com ninguém do convívio dela e assustada, com medo, levando, muitas vezes, a desmotivar a escolha pelo parto normal. Então, os hospitais foram se adaptando. Na última década, surgiu um movimento mundial de resgate à humanização que, na minha opinião, nem é um termo tão adequado, mas sim o de propor uma filosofia mais acolhedora, um ambiente mais agradável, onde a mãe tivesse condições de se sentir bem durante o processo que é doloroso para ela. Precisa ter suporte para enfrentar este momento bonito e delicado com tranqüilidade. Essa escolha do parto deve acontecer durante a gestação. A mãe deve visitar a maternidade. Isso diminui o medo de chegar a um local desconhecido. Aquelas que tinham medo olham a sala, acham interessante, resolvem tentar o parto normal e levam, inclusive para o obstetra, a vontade do parto natural.

RS: E a participação do pai??
MMC: É muito interessante o pai participar de tudo isso porque, muitas vezes, ele é visto durante 9 meses como uma pessoa que fica meio de lado. De uns anos pra cá, o pai participa mais, vai às consultas, faz curso de gestantes, quer trocar a fralda. Quando o momento do parto se aproxima, a família tem uma troca bonita, e em cesárea nem sempre é possível.

RS: Gêmeos podem nascer de parto normal?
MMC: Sim. Depende da posição dos bebês.

RS: A mãe pode amamentar logo que o bebê nasce?
MMC: Pode, ainda na sala de parto. Isto é importante para o leite descer. E a mãe que teve parto normal pode ter mais facilidade de produzir leite.

RS: Tem mães que ficam chateadas porque querem fazer o parto normal e não conseguem...
MMC: A cesárea é importante porque surgiu para abordar casos graves em que, muitas vezes, o bebê acabava morrendo – ou a mãe morria. Então, realmente, tem a indicação em alguns casos. Por exemplo, quando a mulher vai tentar o normal e o bebê não desce. Daí não é possível ser normal e, neste momento, é importante estar em um hospital e ser levada pra sala de parto, tendo que lidar com a frustração. Existem pacientes que não querem cesárea de jeito nenhum. Mas, às vezes, infelizmente, não é possível insistir no parto normal.

RS: E a dor do parto?
MMC: Na hora que nasce o bebê a gente esquece tudo o que sofreu. Ou ninguém teria mais de um filho! São só alegrias. A dor é até pequena diante da alegria...

É isso aí!
Assistiram ao programa sobre LIMITES de hoje??? Quem perdeu ainda tem a chance de ver no domingo (13h30), na segunda (12h30) e na terça (17h30).
Mas, por aqui, o PARTO continua em pauta... Amanhã tem mais informações, não percam!
Bjs, Clarissa

2 comentários:

Vanessa disse...

Infelizmente muitos médicos têm um conceito equivocado sobre parto humanizado e isto fica claro na entrevista desta médica, quando ela diz "...mas sim o de propor uma filosofia mais acolhedora, um ambiente mais agradável, onde a mãe tivesse condições de se sentir bem durante o processo que é doloroso para ela".

Um dos pilares da humanização do parto é resgatar o protagonismo da mulher do parto e não simplesmente prestar-lhe um bom atendimento, sendo cortês, bonzinho e humano.

Outra questão é o parto dentro dos hospitais. As evidências científicas mostram que os riscos do parto tanto em ambiente hospitalar como no domiciliar são equivalentes.
Evidências científicas sobre esta comparação neste tópico do Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=1615199&tid=2463786976225933085&kw=parto+domiciliar

Aliás, muitas complicações de parto são resultado do excesso de intervenções que acontecem nos hospitais, o que acaba por aumentar o índice de cesáreas desnecessárias do nosso país.
Mas, como protagonista, cabe a mulher a escolha pelo local do parto e os profissionais deveriam respeitá-la sem fazer estes terrorismos desnecessários que ouvimos por aí.

Mas, acho que estamos no caminho, a passos lentos, mas estamos.

Abraços,

Vanessa

Clarissa disse...

Vanessa, muito obrigada pelas informações que você nos trouxe. É de participações como a sua que o programa precisa. Continue conosco debatendo este e os próximos temas que virão. Tenho certeza que você terá muito a contribuir também!
Um beijo
Clarissa Meyer
Papo de Mãe/web