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Na TV Brasil

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Fiz vasectomia e quero ter filhos! O que fazer?

Por Dr. Conrado Alvarenga*

Mais de 30 milhões de casais no mundo usam a vasectomia como método de controle da natalidade, representando 8% de todos os métodos contraceptivos. Nestes casos, quando o homem inicia um novo relacionamento, geralmente com uma mulher mais nova, que ainda não teve filhos, surgem inúmeras dúvidas na cabeça do casal e alguns deles procuram ajuda médica especializada para conversar a respeito das possibilidades de gravidez, seja espontânea ou com o apoio da reprodução assistida.


Com isso, cerca de 6 a 8 % dos vasectomizados procuraram um urologista para reverter o quadro causado pela vasectomia. O que muitos não sabem é que o período entre a vasectomia e o momento da decisão por uma reversão é um ponto crítico para o sucesso, pois quanto menor for este tempo maior a chance de retorno à fertilidade. 

Nas reversões de até 3 anos após a vasectomia, a chance de obter espermatozoides na ejaculação é de 97% e de gravidez 76%. Entre 3 e 8 anos de vasectomia as chances de gravidez são de 53%, entre 8 e 14 anos é de 44% e vasectomias de mais de 14 anos a chance diminui para 31%. Esta porcentagem de reversões de vasectomia é maior em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, o índice tem se mantido constante (500 mil/ano), mas o número de pacientes que requisitam a reversão tem aumentado.

O ideal é que a reversão seja realizada por um urologista experiente em microcirurgia, pois em até 40% dos casos é necessária a vasoepididmoanastomose, pois a obstrução está no túbulo epididimário e a cirurgia é muito mais difícil e complicada.

Outro fator muito importante é a idade da nova esposa, pois nos casos onde as mulheres já estão próximas dos 40 anos, as dificuldades para gravidez espontânea são maiores e muitos casais optam pela reprodução assistida, na qual uma punção na bolsa testicular capta os espermatozoides necessários para a fertilização in vitro.

Os casais precisam estar cientes que a reversão é sempre possível, mas devemos levar em conta sempre o tempo que foi feita a vasectomia e a idade da nova esposa. 

*Dr. Conrado Alvarenga é urologista, membro da Divisão de Urologia da USP. Participou como especialista convidado do Papo de Mãe sobre Infertilidade Masculina, exibido em 03.11.2013. 

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