Por Dr. Conrado Alvarenga*
Dr. Conrado Alvarenga, urologista |
O atendimento do casal infértil, mais especificamente do homem com infertilidade, nos leva habitualmente a propor e auxiliar a decisão do casal infértil por congelar ou não sêmen.
O congelamento seminal na sociedade brasileira ainda é revestido de inúmeros tabus e dúvidas: desde a confiabilidade do armazenamento das amostras até com relação ao risco de serem utilizadas sem o consentimento do casal ou os problemas que esporadicamente surgem quando o casal não apresenta mais interesse nas amostras estocadas.
Hoje em dia, já temos no país centros que congelam sêmen com técnicas mundialmente padronizadas, seguras e com resultados pós-descongelamento totalmente dentro dos parâmetros aceitáveis.
Quando pensamos em congelar sêmen? Indicamos o congelamento para homens com concentrações seminais abaixo de 5 milhões/mL, denominados oligospérmicos graves, homens que serão submetidos a tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos e em alguns casos que farão vasectomia e tem interesse em manter amostras congeladas, mesmo sabendo que a vasectomia é reversível.
A grande maioria das vezes é para preservação da fertilidade masculina previamente a tratamentos oncológicos complexos. Ainda hoje há tentativa nítida de conscientização da comunidade médica em sempre abordar o assunto antes do inicio do tratamento, principalmente em adolescentes e adultos jovens.
Congelar o sêmen pode evitar situações extremamente tristes e desconfortáveis: a cura da doença de base mas o surgimento de infertilidade definitiva, por lesão testicular irreversível durante o tratamento.
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*Dr. Conrado Alvarenga é urologista, membro da Divisão de Urologia da USP. Participou como especialista convidado do Papo de Mãe sobre Infertilidade Masculina, exibido em 03.11.2013.
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