Ah como é bom ter amigos! A
origem da amizade pode vir do nosso instinto de sobrevivência e da necessidade
de proteger e ser protegido por outros. Nossos amigos, normalmente, são aqueles
com quem estabelecemos uma relação afetiva que envolve o conhecimento mútuo, cumplicidade e com quem
dividimos diversos momentos importantes em nossas vidas.
Os amigos desempenham um papel
fundamental no desenvolvimento social e emocional das crianças. É nessa relação
com aqueles que, normalmente, a criança se aproxima por afinidade, que ela
experimenta e aprende que existem outros pontos de vista sobre tudo. Durante
essas experiências vividas fora do âmbito familiar, a criança vai adquirindo
habilidades no convívio em grupo e tem a oportunidade de vivenciar e conhecer
outros modelos de relações. Ter amigos proporciona à criança uma infinidade de
aprendizagens sobre diferenças e semelhanças, limites, respeito, competição,
solidariedade, etc.
É na amizade que a criança se
sente parte de um grupo, identifica afinidades, percebe-se dentro de um
contexto, fortalece suas crenças, o que traz mais confiança para ela. São com
os amigos que a criança compartilha experiências, estabelece vínculos e
encontra aliados aos seus interesses, o que aumenta sua autoconfiança. E por
mais que os pais queiram e tentem que seus filhos fiquem amigos dos filhos de
seus amigos, ou de crianças específicas que considerem adequadas, a amizade vem
da afinidade.
Claro que, especialmente no mundo
de hoje, os pais devem ficar atentos às amizades dos filhos, afinal amigos
exercem enorme influência no comportamento da criança e do adolescente. Mas
tentar impor uma relação que pressupõe afinidade, afeição e confiança, não
costuma funcionar. A escolha dos amigos faz parte do processo de socialização
das crianças. Para ser amigo, não precisa gostar das mesmas coisas e pertencer
ao mesmo círculo social.
Existem crianças mais sociáveis
que têm mais facilidades em se aproximar de outros e de desconhecidos. Outras
são mais reservadas e sentem-se mais à vontade em um ambiente conhecido. E não
há nada de errado com isso! Cada criança tem sua personalidade e necessidades.
Os pais só devem ficar atentos com as crianças que apresentam interesse
excessivo e dependência do outro, ou com aquelas que não se relacionam com
ninguém. Nesses casos, é indicado procurar um especialista.
A amizade é algo muito importante
na vida das crianças e dos adultos também. Assim, incentive seu filho a ter
amigos, sejam eles aqueles especiais, os melhores amigos, colegas, companheiros,
parceiros de brincadeiras, enfim! E voltando à música do início desse texto:
“bom mesmo é a gente encontrar um bom amigo...”
*Larissa Fonseca é pedagoga. Participou como especialista
convidada do Papo de Mãe sobre “Amizades do meu filho” , exibido em 05.08.2012.
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