* Por Débora Emílio
Não raro, ouvimos as mães reclamarem sobre a alimentação de seus filhos. Hoje, é muito comum se escutar das mães "meu filho não come. Não sei o que fazer." Mariana Kotscho, uma das apresentadoras do Papo de Mãe, é uma dessas mães. Seu filho André, de 4 anos, não come, por exemplo, frutas nem nada que as tiver; inclusive sucos naturais ele não gosta de beber.
Com essa recusa dos filhos por algum tipo de
alimento, vêm junto as preocupações de mãe. Essas crianças que se sentem
desconfortáveis ao experimentar alimentos de determinadas consistências, cores
e sabores, que preferem comer sempre os mesmos alimentos ou chegam a cuspir e
chorar diante de um alimento novo e diferente, são consideradas crianças seletivas,
também conhecidas como picky eater.
No dia 29 de abril, no Rio de Janeiro (e pela
primeira vez no Brasil), aconteceu o 4˚ Encontro Internacional sobre Dificuldades
Alimentares, realizado pela Abbott Nutrition. O evento reúne médicos e
profissionais especializados em nutrição infantil para discutirem este tema. A
criança picky eater foi um dos tópicos discutidos no encontro - que
contou com a participação do nutrólogo e pediatra brasileiro Mauro Fisberg.
Segundo ele, a criança seletiva tem o consumo de alimentos limitado, uma
dieta baseada em carboidratos e leite, aceita determinado alimento pelo seu
modo de preparo, sua marca, sua apresentação e aspecto e demora mais nas
refeições se comparada aos grupos sem dificuldades alimentares.
Mesmo parecendo um problema de comportamento comum e passageiro, a preocupação dos pais referente ao filho não querer comer é sempre a mesma, independentemente de diferenças sociais, culturais e econômicas de cada um. No entanto, segundo Benny Kerzner, pediatra que participou do encontro, especializado em gastroenterologia pediátrica e Presidente emérito do Departamento de Gastroenterlogia e Nutrição de Washington, "mesmo que 50% das mães estejam preocupadas com a alimentação dos filhos, somente entre 1 e 2% têm ou terão distúrbios alimentares mais graves".
As principais causas da falta de apetite na criança
são: problemas clínicos, nutricionais, comportamentais, psicológicos e
ambientais.
Uma afta, uma infecção de garganta ou uma
estomatite são problemas clínicos, por exemplo, mas de solução mais rápida. E
há os problemas orgânicos que, normalmente, levam mais tempo para serem
tratados (e, às vezes, demoram para serem descobertos) o que acaba, em muitos
casos, não sendo possível nos atendimento pediátricos normais, visto que as
consultas tendem a ser mais rápidas.
Uma das dicas que surgiram no encontro, para tentar
melhorar a dificuldade alimentar da criança, é permitir que ela tenha o
controle sobre a comida, e não o contrário, permitindo que ela se lambuze com
sua própria colher (os pais podem usar uma e dar outra para a criança).
Outras opções são: mudar a forma como vai oferecer
o alimento que causa a chamada fobia alimentar; nunca forçando-a a nada. Tentar
aproximar a criança de determinado alimento chamando-a para ajudar no preparo. Colocar
a quantidade ideal no prato para a criança, não enchendo-o de comida; melhor
colocar menos quantidade e esperar que a criança peça para comer mais caso não
se satisfaça, pois pratos cheios tendem a assustar crianças com dificuldades de
alimentação.
Para Irene Chatoor, psiquiatra especializada em
distúrbios alimentares, diretora do Programa de Saúde Mental Infantil, Children's
National Medical Center, 'pais que tentam entupir a criança de comida podem
provocar ansiedade, depressão e até mesmo delinquência nos filhos'.
Além disso, os especialistas sugerem mais seis
passos para ajudar a criança comer bem: os pais devem gerenciar os horários das
refeições; aprender a entender os sinais de fome do filho; optar por alimentos
saudáveis; identificar seu estilo de alimentação para repassá-lo ao filho;
sempre oferecer novos alimentos e criar a hábito de reunir toda a família à mesa
na hora das refeições.
'Hoje, as famílias fazem suas refeições em frente à
televisão e, dessa forma, as crianças não têm em quem se espelhar. As crianças
precisam se sentar à mesa com os outros membros da família para observar seus
pais e outros adultos comendo e espelharem isso', ressalta Kim Milano,
consultora nutricional especializada em dificuldade alimentares de lactentes e
crianças pequenas, que também participou do evento promovido pela Abbott.
Alguns dos médicos que participaram do 4˚Encontro Internacional sobre Dificuldades Alimentares durante coletiva de imprensa |
* Débora Emílio é jornalista e produtora do Programa Papo de Mãe. Foi enviada ao 4˚ Encontro Internacional sobre Dificuldades Alimentares, realizado pela Abbott Nutrition, no Rio de Janeiro - RJ.
Um comentário:
Olá sou a Maria Danielle e tenho um filho de 7 anos com espectro autista. Desde bebê ele não consumia outro alimento que não fosse leite. Primeiro o leite materno, até aí tudo bem, em seguida foi o leite de vaca e deste não saiu até os 3 anos quando descobrimos que ele era ALÉRGICO! Submetia-o a uma alimentação inadequada dia após dia. Os autistas são muito seletivos em tudo, de tiques, manias, sons, alimentos, TUDO... Eu percebia que meu filho exalava um cheiro adocicado, semelhante à garapa, isso me intrigava e também pelo fato dele não se comportar como os demais de sua idade, o laudo que determinou seu autismo demorou os mesmos 3 anos para ser concluido, até então meu filho se alimentava de LEITE podia estar acompanhado de uma fruta, mas tinha que ter leite...
A internete é uma via de mão dupla, sabendo usar ela pode te ajudar, e foi através de salas de batepapo com pais na mesma situação que suspeitamos que ele era alérgico, mas a que? Afinal ele bebia leite mas não ficava avermelhado, com dor de cabeça ou vômito, decidi retirar o leite depois que estranhamente ele adquiriu uma afta gigante que não sarava por nada, por nada mesmo, ela sangrava e a cada dia que passava abria mais e mais, era um tormento que culminou com a ida dele às pressas para o PS porque não evacuava a 5 dias! Entrei em desespero e jurei que NUNCA MAIS ele passaria por aquilo. Horas e horas de leitura, internete madrugada a dentro, achamos relatos parecidos com os nossos,no dia seguinte meu armário estava vazio, dei todas as caixas de leite, cremes, pudins, bolachas, tudo, fiquei com um pacote de café, um de farinha de mandioca e uma caixinha de chá... Bateu um vazio e nesse vazio eu percebi o que algumas empresas alimentícias querem fazer conosco, elas querem ditar nosso paladar, ditam aquilo que temos que comer, mas não precisa ser assim. Passados 4 anos sou uma pessoa diferente, meu filho é um menino que come CENOURA CRUA pode? Sabe quando bate aquela vontade de comer um biscoito de confeito,ou um wafer? Ele me pede uma cenoura, hua,hua,hua... parece um ET na Terra. Eu também não consumo nada que le não possa comer, é muita fruta,verduras, grãos, água e alegria, claro como qualquer outra pessoa tem fruta que ele não gosta como caqui, limão e uva, mas boa parte das outras ele manda descer acompanhado de cenoura! Ele não tem mais diarréia ou palidez, jogamos o sulfato ferroso fora, mudar é difícil, MUITO, mas a recompensa vem triplicada, para saber se vai dar certo você só tem que fazer uma coisa:tentar.
OBS: A gente também não consome açúcar, de nenhum tipo, nem mascavo, nem demerara, nem orgânico, para substituí-lo uso agave ou estévia. Quem me ensinou esse caminho de sucesso? Foi a Cláudia Marcelino, mãe do Maurício, escritora do livro ESPERANÇA PELA NUTRIÇÃO, O BLOG DELA:http://dietasgsc.blogspot.com.br/Acesse!
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