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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Conheça alguns efeitos e curiosidades do álcool no seu organismo


Por Ana Cecília Marques*



A bebida alcoólica, quando consumida moderadamente, pode trazer sensação de prazer e relaxamento. No entanto, se a sua ingestão passa dos limites toleráveis, ela pode provocar efeitos indesejados no dia seguinte como dores de cabeça, boca seca e náuseas.

A fim de esclarecer alguns desses efeitos, a médica psiquiatra e pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia e Ciência para Políticas sobre Álcool e Drogas INPAD/CNPQ, Dra. Ana Cecilia Marques, dá algumas dicas sobre o que funciona e o que é ineficaz quando o assunto é a famosa bebedeira.

Comer antes de beber inibe a ação do álcool? Comer não inibe a ação do álcool, mas atrasa a metabolização de acordo com o teor do alimento. Por exemplo, se a comida tiver alto teor de gordura, o processo da transformação do álcool em acetaldeído é mais lento.

Uma ducha de água fria pode curar a bebedeira? Não existe essa possibilidade. A ducha fria não cura a bebedeira. Cada dose de etanol (uma lata de cerveja, um copo de vinho ou uma dose de destilado) leva de 40 a 60 minutos para ser metabolizada pelo fígado.

Pessoas com ascendência asiática podem apresentar ruborização da pele ao ingerir bebida alcoólica? Algumas pessoas não possuem uma enzima, a acetaldeído-desidrogenase, que degrada o acetaldeído. Essa substância é a primeira transformação do etanol no fígado, que em grandes quantidades no sangue provoca o rubor citado.

Misturar bebidas alcoólicas diferentes como whisky, cerveja, vinho e outras pode potencializar os efeitos? Quanto maior o número da dose e da concentração do etanol, maior a intoxicação, pois o fígado só metaboliza uma dose por hora.

Estou tomando medicamentos. O álcool pode cortar o efeito deles? Se os medicamentos e o etanol são utilizados ao mesmo tempo, na mesma faixa de horário, o efeito pode ser alterado.

Existe remédio milagroso para curar a bebedeira? Não existe antídoto para a intoxicação. Medidas gerais são utilizadas e o paciente grave em coma alcoólico, por exemplo, deve ser monitorado em uma UTI.

Como é o funcionamento dos bafômetros? É possível enganá-los? O bafômetro capta o ar exalado que contém partículas de etanol. Ele reage com uma solução ácida de dicromato de potássio, que, sob ação de um sensor elétrico, mede o ácido acético (produto final do etanol) e o cromo, que tem correspondência com a alcoolemia.

* Dra. Ana Cecilia Marques é Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), médica psiquiatra e pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia e Ciência para Políticas sobre Álcool e Drogas. Participou como especialista convidada do Papo de Mãe sobre “Filhos e o Álcool”, exibido em 06.05.2012. Blog pessoal: http://anaceciliaroselli.blogspot.com

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