Abuso Sexual Infantil: denunciar é
obrigação de todos
Há pouco mais de 10 anos
criava-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes. A data, reservada a todo 18 de maio, busca lançar o assunto e
mobilizar a sociedade a fim de combater o mal que acomete um número
infinitamente superior aos casos efetivamente registrados. Portanto, embora
tabu, o assunto requer atenção e compromisso por parte de todos, pois somente assim
será possível assumirmos a responsabilidade por nossas crianças,
garantindo-lhes um futuro isento de más lembranças e traumas.
Na grande maioria das vezes, o abuso ocorre no contexto de uma relação afetiva entre o autor e sua vítima. Ainda que os pais eduquem seus filhos orientando-os a desconfiar de estranhos, a prática do abuso é certamente realizada por alguém que a criança conhece, confia e ama e, essa relação, cercada de segredos, facilita o domínio perverso sobre a criança.
Na grande maioria das vezes, o abuso ocorre no contexto de uma relação afetiva entre o autor e sua vítima. Ainda que os pais eduquem seus filhos orientando-os a desconfiar de estranhos, a prática do abuso é certamente realizada por alguém que a criança conhece, confia e ama e, essa relação, cercada de segredos, facilita o domínio perverso sobre a criança.
O abuso sexual, comumente, não deixa marcas físicas, já que o abusador age sem
violência, usando de sedução e ameaça, o que faz com que a vítima tenha medo da
revelação e suporte a violência. Esse segredo tem como função manter a união familiar
e proteger essa família do julgamento da sociedade, acarretando uma grande
confusão em relação aos papéis parentais - o pai deixa de desempenhar o papel
de protetor e de representante da lei, e a mãe, por sua omissão, também deixa
de cumprir sua responsabilidade de proteção.
Essa situação é muito mais comum do que se possa imaginar. O abuso sexual afeta
15% dos 65 milhões de menores de 18 anos no Brasil. Estamos falando de cerca de
10 milhões de crianças e adolescentes que sofrem o abuso. Desse total, 6,5
milhões das agressões são contra meninas, sendo que cerca de 300 mil delas são
vítimas de incesto pai-filha todos os anos e mais de 100 mil tentam o suicídio
em decorrência desse fato. Mas o que chama a atenção é um estudo financiado
pela Organização Panamericana da Saúde (1994), em que mostra que somente 2% dos
casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes dentro da família são
denunciados à polícia.
O Abuso Sexual Infantil
precisa ser discutido e denunciado. Todos os adultos são responsáveis pela
denúncia desse crime que acomete tantas crianças e adolescentes, já que não
fazê-lo incorre em crime de omissão. Por isso, se desconfiar ou souber de algum
caso Disque 100 ou procure o Conselho
Tutelar mais próximo.
A Organização Amiga das Vítimas de Violência Sexual Infantil (OAVISI) mantém o site www.oavisi.com.br com informações sobre o assunto.
Nosso silêncio é a maior violência contra a criança.
Maria Theresa Bittencourt Pavão - Psicanalista, mestre em Saúde Coletiva da UNIFESP e Psicóloga da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Maria Inês Pavani – Diretora da Organização Amiga das Vítimas de Violência Sexual Infantil (OAVISI)
#
FICADICA: UTILIDADE PÚBLICA
· Dúvidas sobre sexualidade de crianças e adolescentes: www.kaplan.org.br
· Turminha do MPF: www.turminha.mpf.gov.br
· UNICEF contra a pedofilia na internet: www.unicef.org.br
· Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: www.comitenacional.org.br
· Cartilha Educativa da Campanha de Prevenção à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: clique AQUI
· Disque denúncia: Disque 100 ou pelo e-mail [email protected]
Nenhum comentário:
Postar um comentário