Leo Buscaglia, educador ítalo-americano, autor do livro "Os
deficientes e seus pais", elaborou 12 preceitos no sentido de percebermos
as mudanças de paradigmas em relação às pessoas com deficiência no século XXI
1.
Lembre-se de que as pessoas com
deficiência são indivíduos próprios. Elas não pertencem a você, à família, aos
médicos, à sociedade.
2.
Lembre-se de que cada pessoa com
deficiência é diferente das outras e que, independente do rótulo que lhe seja
imposto para a conveniência de outras pessoas, ela ainda assim é uma pessoa
"única". Não existem 2 crianças com síndrome de Down que sejam
iguais, ou dois adultos com deficiência auditiva que respondam ou reajam da
mesma forma.
3.
Lembre-se de que elas são pessoas antes
de tudo e que têm o mesmo direito à auto-realização que quaisquer outras
pessoas – no seu ritmo próprio, à sua maneira e por seus próprios meios.
Somente elas podem superar suas dificuldades e encontrar a si mesmas.
4.
Lembre-se de que as pessoas com
deficiência têm a mesma necessidade que você de amar e ser amado, de aprender,
partilhar, crescer e experimentar, no mesmo mundo em que você vive. Elas não
têm um mundo separado. Existe apenas um mundo.
5.
Lembre-se de que as pessoas com
deficiência têm o mesmo direito que você de fraquejar, falhar, sofrer,
desacreditar, chorar, proferir impropérios, se desesperar. Protegê-las dessas
experiências é evitar que vivam.
6.
Lembre-se de que somente as pessoas com
deficiência podem lhe dizer o que é possível para elas. Nós, que as amamos,
devemos ser observadores atentos e sintonizados.
7.
Lembre-se que as pessoas com
deficiência devem agir por conta própria. Podemos oferecer-lhes alternativas,
possibilidades e instrumentos necessários – mas somente elas podem colocá-los
em ação. Nós podemos apenas permanecer firmes, e estar presentes para reforçar,
encorajar, ter esperanças e ajudar quando possível.
8.
Lembre-se que as pessoas com
deficiência, assim como nós, estão preparadas para viver como desejarem. Elas
também devem decidir se desejam viver em paz, com amor e alegria, como são e
com o que têm, ou deixar-se ficar numa apatia lacrimosa, esperando a morte.
9.
Lembre-se de que as pessoas com
deficiência, independente do grau, têm um potencial ilimitado para se tornar
não o que nós queremos que sejam mas o que elas desejam ser.
10. Lembre-se de que as pessoas com deficiência devem
encontrar sua própria maneira de fazer as coisas – impor-lhes nossos padrões
(ou os da cultura) é irreal e até mesmo destrutivo. Existem muitas maneiras de
se amarrar os sapatos, beber em um copo, chegar até o ponto do ônibus. Há
muitas formas de se aprender e se adaptar. Elas devem encontrar a forma que
melhor se lhes ajuste.
11. Lembre-se de que as pessoas com deficiência também
precisam do mundo e das outras pessoas para que possam aprender. O aprendizado
não acontece apenas no ambiente protetor do lar ou em uma sala de aula, como
muitas pessoas acreditam. O mundo é uma escola, e todas as pessoas são
professores. Não existem experiências insignificantes. Nosso trabalho é agir
como seres humanos afetuosos, com curativos emocionais sempre prontos para uma
possível queda, mas com novos mapas à mão para novas aventuras!
12. Lembre-se de que todas as pessoas com deficiência
têm direito à honestidade em relação a si mesmas, a você e a sua condição. Ser
desonesto com elas é o pior serviço que alguém pode lhes prestar. A honestidade
constitui a única base sólida sobre a qual qualquer tipo de crescimento pode
ocorrer. E, acima de tudo, lembre-se de que elas necessitam do que há de melhor
em você. A fim de que possam ser elas mesmas e que possam crescer, libertar-se,
aprender, modificar-se, desenvolver-se e experimentar, você deve ter essas
capacidades. Você só pode ensinar aquilo que sabe. Se você é aberto ao
crescimento, ao aprendizado, às mudanças, ao desenvolvimento e às novas
experiências, permitirá que elas também o sejam.
Fonte: Rede Saci - http://saci.org.br
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