Por Alessandra Françoia*
A dor e desespero de uma família que perde uma criança vítima de acidente de trânsito geram consequências financeiras, emocionais e sociais muitas vezes irreversíveis. Em nosso País, todos os anos, cerca de 2,3 mil crianças morrem e outras 17 mil são hospitalizadas, vítimas destes acidentes, segundo o Ministério da Saúde. São atitudes inseguras como crianças desacompanhadas de um adulto enquanto pedestres e sem equipamentos de segurança como passageiras e como ciclistas que resultam nesses números. Também, a falta de locais seguros para brincar de bicicleta com segurança, por isso escolhe-se a rua.
É importante ressaltar que a criança antes dos dez anos de idade não tem condições de compreender o trânsito. Ela ainda está desenvolvendo habilidades motoras e psicológicas para julgar velocidade, distância e espaço, além de ter a percepção audiomotora e a visão periférica limitadas, ou seja, não enxerga se vem carro dos lados e também não entende os sons.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente todos têm o dever de assegurar os direitos das crianças com absoluta prioridade. Isso inclui o acompanhamento dos responsáveis nos trajetos a pé, transporte de crianças nas cadeirinhas de acordo com o peso até os 36 kg dentro dos veículos e ensiná-las a usar o capacete e sapatos fechados para andar de bicicleta sempre em locais seguros. Estas são atitudes de cuidado e de cidadania que o adulto responsável deve ter.
A CRIANÇA SEGURA trabalha há dez anos para promover a cultura do cuidado e da prevenção dos acidentes com crianças, através da formação de multiplicadores em escolas, comunidades, órgãos de trânsito, entre outros locais. Quase dez mil pessoas já passaram por oficinas, treinamentos e cursos a distância que têm o objetivo de empoderar cidadãos a fazerem a diferença na vida de outras famílias para reduzir os números de mortes de crianças e adolescentes até 14 anos por acidentes. A instituição também desenvolve ações de comunicação, através de assessoria de imprensa e de campanhas, e de advocacy para inserir a causa na pauta e no orçamento público.
Recentemente, a instituição participou da Década de Ações para a Segurança de Trânsito. Essa é uma mobilização mundial, que conta com a adesão do Brasil, promovida e lançada pela Organização das Nações Unidas no dia 11 de maio de 2011 que visa reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020. Estão previstas ações de gestão, segurança veicular, educação, melhorias de meio ambiente, entre outras.
Para apoiar a campanha, a ONG firmou uma parceria com a Escola Estadual Clodomiro Carneiro, que fica na Zona Norte São Paulo/SP. Um grupo de alunos participou de uma oficina que mesclou conhecimentos sobre prevenção de acidentes de trânsito e técnicas de grafitagem. Durante a oficina, os alunos criaram ilustrações que retrataram suas visões sobre o trânsito nos dias de hoje e como o imaginam para os próximos dez anos. Como resultado, os alunos reproduziram estas ilustrações no muro da escola compartilhando suas ideias com toda a comunidade. A CRIANÇA SEGURA também divulgou spots especiais sobre trânsito para rádios de todo o Brasil e incentivou a realização de ações sobre o tema entre sua rede de mobilizadores.
Saiba mais sobre esta iniciativa e seja um multiplicador desta causa: http://www.criancasegura.org.br/
*Alessandra Françoia é Coordenadora Nacional da Ong Criança Segura Safe Kids Brasil. Participou como especialista convidada do Papo de Mãe sobre "nossos filhos e o código de trânsito", exibido em 13.11.2011.
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DICA DE HOJE: O site Criança Segura oferece curso online gratuito sobre segurança no trânsito, além do guia da cadeirinha e de materiais educativos para prevenção de atropelamentos.
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