O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Todo indivíduo nasce com um potencial genético de crescimento*, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta.
Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança.
Como consequência, as condições em que ocorre o crescimento, em cada momento da vida da criança, incluindo o período intra-uterino, determinam as suas possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento, dotado por sua carga genética.
Com relação ao crescimento linear (estatura), pode-se dizer que a altura final do indíviduo é o resultado da interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente que permitirão a maior ou menor expressão do seu potencial genético.
Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito mais importante do que a dos fatores genéticos para expressão de seu potencial de crescimento. Os fatores genéticos apresentam a sua influência marcada na criança maior, no adolescente e no jovem.
A velocidade de crescimento pós-natal é particularmente elevada até os dois primeiros anos de vida com declínio gradativo e pronunciado até os cinco anos de idade. A partir do quinto ano, a velocidade de crescimento é praticamente constante, de 5 a 6 cm/ano até o início do estirão da adolescência (o que ocorre em torno dos 11 anos de idade nas meninas e dos 13 anos nos meninos). A velocidade de crescimento geral não é uniforme ao longo dos anos e os diferentes orgãos, tecidos e partes do corpo não crescem com a mesma velocidade.
Quando ocorrem doenças infecciosas e/ou problema social, há uma desaceleração no ritmo de crescimento normal. Entretanto, corrigida a causa e se as condições ambientais forem adequadas, observa-se um aumento da velocidade de crescimento superior ao esperado para a idade, como um crescimento compensatório. Esse fenômeno é observado na reabilitação de crianças com desnutrição grave, principalmente nas menores de 2 anos.
Curvas de Crescimento
Em 2006 foi lançada pela Organização Mundial de Saúde - OMS as novas Curvas para Avaliação do Crescimento da Criança de 0 a 5 anos. A OMS lançou as novas curvas de crescimento, seguindo uma recomendação de 1994 da Assembléia Mundial de Saúde, que apontava a necessidade de novas referências para o crescimento infantil. Essas curvas são o resultado de um trabalho multicêntrico, iniciado em 1996 e realizado no Brasil, Índia, Noruega, Oman, Ghana e Estados Unidos, de modo a representar as seis principais regiões geográficas do mundo. O estudo no Brasil teve o apoio do Ministério da Saúde.
A característica mais marcante dessas curvas é o fato de terem sido construídas com crianças em aleitamento materno até os 4 meses e por terem como critérios de inclusão das crianças um conjunto de fatores que favorecem o crescimento ideal. Dessa forma, as novas curvas deixam de ser um referencial descritivo para se constituírem em um padrão prescritivo, ou seja, como devem crescer as crianças de 0 a 5 anos, que forem amamentadas e que vivam as condições adequadas para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades de crescimento.
Clique aqui para acessar as tabelas de curvas do crescimento da OMS e para calcular a altura provável de seu filho (*potencial genético de crescimento).
Fonte: trechos extraídos da Cartilha Saúde da Criança – acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil - Ministério da Saúde (2002);
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