Gravidez, seus caminhos e escolhas
Por Beatriz Maia*
Atualmente muito se sabe e se estuda sobre os efeitos negativos do estresse vivido pela mãe durante a gestação no desenvolvimento do bebê, na qualidade da saúde, no parto e no pós-parto, e ainda no cuidado do bebê. Também podemos falar sobre esses efeitos na qualidade da relação entre a mãe e o bebê, nos transtornos na vida tanto da mulher, como da família.
Além disso, se pensarmos na percepção infinitamente variável do que é uma situação estressante para cada pessoa, para cada mulher gestante, pensamos na complexidade deste fenômeno e na necessidade de voltarmos nossa atenção para ele. Cada mulher vai vivenciar sua gestação de forma única, porém observam-se alguns pontos comuns, algumas situações conflituosas vividas neste período que são relatadas por um número grande de mulheres, como: medo, ansiedade, tristeza, ambivalência, irritabilidade, humor instável, crise em relacionamentos, entre outros.
Desta forma, devemos lembrar -fato já comprovado- do benefício do acompanhamento psicológico, principalmente durante o pré-natal. Acompanhamento que pode ser feito de modo individual ou em grupo. Quando feito individualmente, vale dizer, o acompanhamento não se configura como terapia, como comumente se entende, pois o nível de profundidade do trabalho é mais sutil. O trabalho em grupo é importante no sentido do compartilhamento das experiências com outras gestantes. Em ambos os casos existe uma preocupação com a transmissão de informação séria e útil, com o acolhimento das questões trazidas pelas mulheres, o auxílio no desenvolvimento do auto-conhecimento e da auto-confiança. Algumas questões comuns que aparecem são os conflitos com a própria mãe, desentendimentos com o companheiro, sentimento de solidão ou incapacidade, etc.
[Longe de entender estas questões como naturais, devemos entendê-las como efeito da cultura de que fazemos parte. Nesta conjuntura, lembremos da desigualdade de gênero, de classe social, de ‘raça’ [etc.] que atravessam as normas sociais e a vida cotidiana de todos nós.]
Contudo, sabemos também que ainda que existam conflitos comuns a este momento da vida da mulher, algumas vão vivenciá-lo de forma muito prazerosa. Os encontros então podem interessar na medida em que são trazidas informações sobre o desenvolvimento do bebê e sobre como aprofundar o vínculo mãe/bebê, pai/bebê. Algumas mulheres e alguns casais procuram este acompanhamento por estes motivos, com a motivação de tornar esta experiência a melhor possível.
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De acordo com a visão Reichiana, a Orgonomia, as transformações vividas na gravidez possuem diferentes aspectos que são inseparáveis: físicos, psíquicos, energéticos e sociais. A partir desta consideração, o trabalho com cada gestante é específico, ou seja, é desenvolvido de acordo com sua história de vida passada e atual. Na medida em que a gestação é um momento de intensas transformações na vida da mulher, um acompanhamento, que pode ser individual ou em grupo, torna-se muito benéfico. O trabalho no pré-natal é voltado tanto para transmissão de informações consideradas importantes neste momento, como para vivências que buscam auxiliar na preparação para maternidade-paternidade, na redução do nível de ansiedade e alcance de novos níveis de integração e amadurecimento da personalidade. Mais informações no site: rodamaterna.wordpress.com.
* Beatriz Maia é psicóloga pré e perinatal formada pela UFRJ. Trabalha com atendimentos a gestantes e bebês e é autora do blog http://rodamaterna.wordpress.com/. Participou como especialista convidada do Programa Papo de Mãe sobre “Intercorrências na Gravidez” exibido em 26.06.2011.
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