Bem, meu filho ainda é criança, tem só 4 anos. Por isso, ainda não posso falar sobre como é ser mãe de um adolescente. Mas posso contar para vocês um pouquinho da minha própria experiência...
Na verdade, não lembro exatamente quando começou a minha fase de transição ou pré-adolescência. Creio que foi aos 11, 12 anos, como a maioria das meninas da minha época. Mas lembro exatamente do auge da minha adolescência – dos 15 aos 17 anos -, quando me tornei uma legítima “aborrecente”.
Tenho pena dos meus pais só de lembrar dessa época... Apesar de nunca ter me metido em grandes encrencas, eu me lembro muito bem do meu “jeito insuportável de ser”: mal humorada e descontente com tudo e com todos.
É estranho, pois hoje sou uma pessoa completamente diferente. Quem me conhece jamais poderia imaginar que fui uma adolescente rebelde, que furou as orelhas no banheiro de casa com ajuda de uma pedra de gelo e um brinco velho, que aos 16 anos pegou sozinha um ônibus Porto Alegre – São Paulo (sem conhecer a cidade) para assistir a um show de rock, e que pensou em largar a escola porque estava “de saco cheio de viver”...
Hoje, eu tenho vontade de rir, mas lembro que, na época, tudo era muito sério para mim. Sempre fui uma menina estudiosa, responsável, mas quando cheguei na adolescência, mudei completamente. Lembro da minha mãe me levando em psicólogos e centros espíritas para tentar acalmar a “fera” que existia dentro de mim...
Que coisa louca, não? Mas o mais interessante é que num piscar de olhos tudo mudou. Aos 18 anos eu já estava com outra cabeça, cursando faculdade, trabalhando e namorando firme...
É difícil dar conselhos porque a gente sabe que a adolescência é uma fase realmente conturbada: cheia de mudanças, incertezas, medos e cobranças. E que muitos jovens ficam realmente perdidos. Por outro lado, acredito que algumas atitudes – tanto por parte dos pais como dos filhos – podem tornar esta passagem da vida menos conflitante.
Em primeiro lugar, o diálogo é fundamental. Filhos que não têm abertura dentro de casa para conversar vão procurar fora outras formas de saciar a necessidade de informação. Não estou defendendo aqui a proibição das amizades, longe de mim (quem assistiu ao programa viu quando o Dr. Içami Tiba ressaltou a importância dos adolescentes conviverem com pessoas da mesma idade), mas estou falando em manter, no ambiente familiar, uma condição favorável para que o adolescente se sinta à vontade para conversar sobre todos os assuntos que lhe dizem respeito.
Uma outra dica, que ficou muito clara durante o papo no programa, é a necessidade de preparamos nossos filhos desde cedo, ainda crianças, atribuindo-lhes responsabilidades de acordo com a faixa etária e a capacidade de cada um. Assim, desde pequenos, devemos mostrar a importância de guardar os brinquedos, de manter o quarto e as roupas em ordem, de fazer a lição da escola, e por aí vai...
Particularmente, eu acho bacana que o jovem (pelos 18, 19 anos), paralelamente aos estudos, comece a trabalhar. Acredito que este tipo de experiência contribua muito para o seu desenvolvimento e amadurecimento. Falo por experiência própria e por conhecer muitas pessoas que se deram bem indo por este caminho - seja por opção, incentivo dos pais ou por necessidade mesmo.
Enfim, não é fácil ser adolescente, nem pai ou mãe de adolescente. Tudo que se fala na teoria nem sempre na prática é aplicável. Contudo, acho que temos que ter em mente que, acima de qualquer coisa, esta é uma fase de transição e aprendizado (para uns mais complicada, para outros nem tanto...), e que passa – como tudo na vida! Acredito que o segredo é termos boa vontade, respeito e paciência para tentarmos entender e atender nossos filhos nas suas necessidades, mas na medida da nossa capacidade. Afinal de contas, a gente faz o melhor que pode, não é verdade?
Por Clarissa Meyer
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2 comentários:
Menina parece que vc está falando da minha filha mais velha ,Isabella de 15 anos..Ela é exatamente assim,espero que assim como vc ,esta fase dela passe,e ela se torne uma boa moça..Bjão..
Mah, adolescentes são todos iguais mesmo. Mentira, uns conseguem ser piores que outros, kkkk...
Brincadeiras à parte, é uma fase difícil mesmo. Mas tenho certeza que vai dar tudo certo. Quando ela tiver com 18/19 anos você me fala, combinado?
Beijos!
Clarissa
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