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Na TV Brasil

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Relato sobre as dificuldades de proteger o negócio!

Oi, gente!
Para encerrar o tema da semama – Mães Empreendedoras – segue este relato para vocês. Quem nos escreve é uma empreendedora veterana com muita história para contar. Prestem atenção ao relato para perceber que nem tudo são “flores” quando a gente resolve abrir um negócio. É preciso estar ciente dos prós e contras!
“Basta empreender, mas a longo prazo, como fica a proteção do seu negócio? Esta pergunta eu me fiz algumas vezes e as mais diversas respostas me surgiram ao longo do caminho. Assim como muitas de vocês, sou uma profissional que abandonou a carreira para ficar perto de suas crias. Há 10 anos atrás, nasceu minha segunda filha e comecei a batalhar pela minha vida um pouco mais perto delas. Ainda não se usava o termo “empreender” com a desenvoltura de hoje. Fui e continuo sendo uma empreendedora.
A experiência se mostrou favorável e pouco tempo depois abri minha pequena empresa, sonhando com grandes negócios, como qualquer uma de nós. Inicialmente, elenquei o sling, introduzindo seu uso aqui no Brasil. Se hoje em dia usar um sling ainda é algo que chama a atenção, imaginem o que era isso há 10 anos atrás? Formalizamos a Babyslings e pouco tempo depois, formalizamos a Fralda Bonita, com as fraldas de pano. Produtos inovadores num mercado onde existia pouca ou nenhuma concorrência.
Entre idas e vindas, conheci uma advogada que com ótima vivência na área me recomendou: “Bettina, proteja o seu negócio, é fundamental você ter o amparo da lei num futuro próximo. Hoje, tudo isso ainda é estranho, mas as coisas mudam”. De certa forma, eu já havia percebido isso, pois já haviam sido registrados domínios na internet semelhantes ao meu, usavam os meus textos, copiavam meu site, usavam minhas fotos (de produtos) e assim por diante.
Passamos um ano inteiro estruturando esta parte, registro de marcas, registro de desenho industrial, registro de patente, tudo isso com o intuito de proteger minhas criações, trabalho e produtos. Tudo isso são possibilidades de proteção industrial, permitidas por lei, regulamentadas pelo INPI (Instituto Nacional de Proteção Industrial). Como exemplo, posso dizer que, hoje em dia, detemos o registro de desenho industrial dos slings, que abrange tanto o nosso modelo tradicional quanto o modelo pettit. Com isso, teríamos em tese, o direito da exploração comercial exclusiva, durante o período de vigência desse registro, que é de 10 anos. UAU, quanta gente não sonharia com isso, não é mesmo???
Porém, na prática, não vivencio nada disso. Todo mundo copia todo mundo. Continuam copiando meus textos, minhas informações, fotos publicadas no site, meus produtos, etc. E aí eu pergunto, e quem é que está interessado nisso? O lojista não liga a mínima em comprar um produto "pirata", o cliente também não liga a mínima em adquirir uma cópia, se for 10 "dinheiros" a menos então, melhor ainda. Para quem serve toda essa dita proteção? Vejo várias lojas grandes vendendo slings que não são nossos, outras empresas nesse meio tempo se formalizaram, comercializam o sling, definem domínios compostos na net, já foram notificadas judicialmente e estão pouco se importando com tudo isso.
Essa é a realidade dos fatos, é o meu dia a dia. Outro dia, vi um grupo de mães na mídia, mães empreendedoras, estimulando outras mães empreendedoras a proteger sua marca. Legal, mas a incoerência é que estas mesmas mães comercializam produtos que infringem os meus direitos de comercialização exclusiva, então quando a situação envolve o próprio bolso, o discurso muda o tom.
E o que a lei diz nesse caso? Afinal de contas, existe a amiga lei!! A lei permite notificar judicialmente a empresa concorrente, numa primeira situação e, posteriormente, entrar com uma ação judicial contra danos materiais, busca e apreensão, etc, etc, etc. Já emitimos algumas notificações judiciais, e qual o resultado? Apenas duas empresas acataram, outras 4 continuam firmes e fortes, comercializando, divulgando, etc. Mais uma vez tudo isso significa investimento e são valores razoáveis.
Então aqui fica um limite muito sutil entre a ética, a vontade de ser coerente, a firmeza de opinião, a abertura de mercado e a livre concorrência. Você vai proteger sua marca, proteger de quem se o inimigo mora ao lado e não liga a mínima?? Qual o objetivo disso tudo? Qual o valor do investimento perto do retorno? Hoje em dia, qualquer um cria um blog, divulga uma conta corrente e sai vendendo até a alma do vizinho, não é mesmo?
Não quero desestimular ninguém, mas canso de atender ligações que eram para os meus concorrentes, que usam o mesmo nome ou nome semelhante aos meus para tirar dúvidas. Ouço reclamações, ouço críticas, e quando digo, “helloooo, você ligou para a empresa errada”, as pessoas não acreditam que a empresa inicial fosse capaz de tal ato. Chega a ser engraçado, se fosse apenas ficção!!
A minha intenção não é reclamar da vida e me fazer de vítima, muito pelo contrário. Quero mostrar que o dia a dia pode ser bonito, mas pode ser cruel sim. A concorrência é voraz, sugarão tudo o que puderem de ti, e o discurso, muitas vezes, será incoerente. Então, bem-vindos ao mundo empresarial!
Proteger a marca é importante sim, mas depende do ponto de vista! A minha visão e realidade mostrou que nem tudo são flores! Você quer conversar mais comigo, recebo emails no [email protected]". Por Bettina Lauterbach - www.babyslings.com.br - www.fraldabonita.com.br

DICA DE HOJE
Programa Casa Segura

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