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Na TV Brasil

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo - por Frei Betto*

Olá!!!
Como vocês já estavam sabendo, durante este mês, vamos reprisar alguns programas exibidos em 2010.
Em dezembro, fizemos uma enquete aqui no blog e os programas mais votados para serem reapresentados foram ESPIRITUALIDADE, SONO, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E HOMOSSEXUALIDADE.
Ontem, foi a vez de revermos o Papo sobre Espiritualidade  e esperamos que tenham gostado! Todas as postagens que fizemos sobre o tema vocês podem conferir clicando aqui.
Agora, gostaríamos de deixar esta bela mensagem do nosso amigo Frei Betto, que tem tudo a ver com o tema do programa de ontem e com o que desejamos para este ano que se inicia. Feliz 2011 a todos!!!
Feliz Ano Novo

Por Frei Betto*

O ano será novo se, em nós e à nossa volta, superarmos o velho, aquilo que já não contribui para tornar a felicidade direito de todos.
A felicidade, o bem mais ambicionado, não figura nas ofertas do mercado. Não se pode comprá-la, há que conquistá-la. A publicidade empenha-se em nos convencer de que ela resulta da soma dos prazeres. Para Roland Barthes, o prazer é “a grande aventura do desejo”.
Estimulado pela propaganda, nosso desejo exila-se nos objetos de consumo. Vestir esta grife, possuir aquele carro, morar neste condomínio de luxo, reza a publicidade, nos fará felizes.
Desejar feliz ano novo é esperar que o outro seja feliz. E desejar que também faça os outros felizes? O pecuarista que não banca assistência médico-hospitalar para seus peões e gasta fortunas com veterinários para o seu rebanho espera que o próximo tenha também um feliz ano novo?
A arte da verdadeira felicidade consiste em canalizar o desejo para dentro de si e, a partir da subjetividade impregnada de valores, imprimir sentido à existência. Assim, consegue-se ser feliz mesmo quando há sofrimento. Trata-se de uma aventura espiritual. Ser capaz de garimpar as várias camadas que encobrem o nosso ego.
Porém, ao mergulharmos nas obscuras sendas da vida interior, guiados pela fé e/ou pela meditação, tropeçamos nas próprias emoções, em especial naquelas que traem a nossa razão: somos ofensivos com quem amamos; rudes com quem nos trata com delicadeza; egoístas com quem nos é generoso; prepotentes com quem nos acolhe em solícita gratuidade.
Se logramos mergulhar mais fundo, além da razão egótica e dos sentimentos possessivos, então nos aproximamos da fonte da felicidade, escondida atrás do ego. Ao percorrer as veredas abissais que nos conduzem a ela, os momentos de alegria se consubstanciam em estado de espírito. Como no amor.
Feliz ano novo é, portanto, um voto de emulação espiritual. É claro que muitas outras conquistas podem nos dar prazer e a alegre sensação de vitória. Mas não são o suficiente para nos fazer felizes. Melhor seria um mundo sem miséria, sem desigualdade, sem degradação ambiental, sem políticos corruptos!
Essa infeliz realidade que nos circunda, e da qual somos responsáveis, por opção ou por omissão, se constitui num gritante apelo para nos engajarmos na busca de “um outro mundo possível”. Contudo, ainda não será o feliz ano novo.
O ano será novo se, em nós e à nossa volta, superarmos o velho. E velho é tudo aquilo que já não contribui para tornar a felicidade um direito de todos. À luz de um novo marco civilizatório, há que se superar o modelo produtivista-consumista e introduzir, no lugar do PIB, a FIB (Felicidade Interna Bruta), fundada numa economia solidária.
Se o novo se faz advento em nossa vida espiritual, então, com certeza, teremos, sem milagres ou mágicas, um feliz ano novo, ainda que o mundo prossiga conflitivo; a crueldade, travestida de doces princípios; o ódio, disfarçado de discurso amoroso.
A diferença é que estaremos conscientes de que, para ter um feliz ano novo, é preciso abraçar um processo ressurrecional: engravidar-se de si mesmo, virar-se pelo avesso e deixar o pessimismo para dias melhores.
*Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros. Acesse: http://www.freibetto.org/ – twitter:@freibetto

2 comentários:

Poesia do Bem disse...

Saudadesssssssssssssssssssssssssssssss, bem que pdiam reprisar o Mãe a todo custo, adorariaaaaaaaaaa. bjssssssssssssssssss

PAPO DE MÃE disse...

Oi Paula!
mãe a qualquer custo foi um belo programa!! teve outros tb muito bons, mas só teremos chance de reprisar 4. Em fevereiro já teremos programas inéditos no ar!
Beijos
Clarissa