QUEM PERGUNTA: Ana Carolina S. P. Moreira, mãe.
"Olá, meu nome é Ana Carolina, tenho 30 anos e sou mãe da Maria Luiza que tem 21 dias. Desde o dia em que ela saiu da maternidade, ela tem cólicas. Já tentei de tudo, já li várias coisas, mas nada tem ajudado. Já mudei minha alimentação e também não ajudou. Muitas pessoas me falam que a culpa é do que eu estou comendo e que isso tem passado para ela pelo leite. Às vezes dá até medo de amamentar... Enfim, estou desesperada. Ela sofre muito e eu também. Fico muito triste e desanimada... Gostaria de propor um programa que fale sobre cólica porque as dúvidas são muitas e o os pais ficam sem saber o que fazer. Beijos. Ana Carolina."
QUEM RESPONDE: Dra. Bárbara B. Matera A. Sampaio, pediatra e neonatologista do Hospital M Boi Mirim/SP, formada pela Faculdade de Medicina da Santa Casa/SP e pós-graduada pela FMUSP.
"Ana, antes de responder sua pergunta, você precisa saber que o choro em recém-nascidos nem sempre significa sofrimento. É a maneira que o bebê expressa se está com frio, com calor, com fome, se quer colo, se quer mamar... Na verdade, é muito difícil ter cólica antes do primeiro mês de vida.
A cólica geralmente tem um choro pós mamadas, porque estimula o transito intestinal. Ela vai e volta, não é continua. É preciso ver também se o bebê está com refluxo (quando volta o leite) porque junto com o leite volta também o ácido do estômago e isto provoca muita dor. O refluxo pode ser fisiológico (normal) até os 3 meses ou pode precisar de tratamento.
Geralmente, os 3 meses são um divisor de águas. Você vai perceber a diferença porque a cólica melhora, o refluxo melhora e o bebê fica bem mais calmo...
Para a cólica pode ser feita massagem na barriga no sentido horário; deixar o bebê de barriga para cima e dobrar as pernas, comprimindo os joelhos na barriga; e ainda funchicória (produto natural vendido na farmácia) que pode ser usado na chupeta. Raramente uso outras medicações nos meus pacientes.
Quanto à sua alimentação, os alimentos que devem ser evitados são: pimenta, repolho, cafeína, chocolate em excesso e derivados de leite em excesso.
E como eu disse antes, o problema pode não ser cólica. Por isto, você pode tentar as seguintes maneiras de acalmar o seu bebê:
• TAPINHAS RITMADOS : levinhos, nas costas ou nádegas
• SOM REPETIDO: tic tac do relógio, água corrente, batidas do coração, música calma.
• MASSAGEM / SHANTALA : há vários livros sobre este assunto (Arte e Pratica de Massagem em bebês de Peter Walker/ Massagem do bebê de Peter Walker/ e Shantala- massagem, saúde e carinho para seu bebê de Píer Campadello, dentre outros.)
• ACONCHEGO: acomode o rosto do bebê entre a sua bochecha e seu ombro aninhando-o, balance de um lado para o outro, cante também.
• CONTATO CORPORAL: coloque seu bebê com o peito nu sobre sua pele cobrindo-o.
• MOVIMENTO RITMADO.
• DISTRAIR: chame a atenção com brinquedos, luzes.
• ENROLAR: enrole o bebê em um pano de algodão ou flanela, deixando o com seus braços para dentro ou fora (experimente ambos). Quando quiser sair ele se movimentará e se desenrolará.
E preste atenção nas razões para o choro do seu bebê:
• Fome: após 1h 30 ou 2 hs da mamada seu bebê pode estar com fome.
• Fralda molhada ou suja.
• Sono: alguns bebês choram antes de dormir. Sinais de sono: inquietação, pálpebras caídas e coceira nos olhos.
• Solidão: alguns sentem a falta do contato físico. Acalanto, enrolá-lo no cueiro ou passeio no colo podem acalmá-lo.
• Calor ou Frio: sinta as costas e a barriga do bebê, o vista como você está se vestindo e com uma camada a mais no frio.
• Sem roupa: muitos não gostam de ficar nus. Enquanto estiver trocando, cubra-o com um pano leve (barriga e peito).
• Hora errada: às vezes não é a melhor hora para mexer com ele; dar banho quando pode estar com fome, tirá-lo do peito para arrotar; brincar.
• Muito estímulo: barulho alto, movimentos bruscos, pessoas pegando/ mexendo com ele. Leve-o para local sereno com pouca luz e procure acalmá-lo.
• Sobressalto: alguns recém nascidos fazem movimentos abruptos quando caindo no sono. Enrolar-lhe pode evitar o choro.
• Dor: etiqueta pinicando ou algum outro desconforto.
• Cólica: alguns bebês choram por longo tempo ou em horários previsíveis. Às vezes você consegue confortá-los, e às vezes são necessárias medicações.
• Doença: febre, infecções. Se você não consegue acalmá-lo com seus métodos usuais, ligue para seu pediatra.
MAS ATENÇÃO: estas são dicas e NÃO REGRAS!!! PROCURE CONHECER SEU BEBÊ! Ninguém melhor do que você para identificar as causas do choro..."
Ana Carolina,
ResponderExcluirMinha filha era uma criança muito calma, mas um dia tive uma experiência com ela que muito me serviu para seguir o conselho da Dra. Bárbara, procurar conhecê-la. Neste dia ela começou a chor muito, sem parar e todas as mães que estão sempre a nossa volta começaram a dar palpites, mas o palpite unânime foi "cólica". Pois bem, depois de quase uma hora de choro eu resolvi ignorar os palpites e experimentar tudo que achava que poderia ser. Primeiro pensei em aconchegá-la, botei no colo e cantei e nada. Depois pensei em segurança, enrolei num cureiro e nada. Então resolvi agasalhar melhor e nada.
Até que resolvi tirar toda sua roupa, inclusive a fralda que estava seca e foi quando o choro parou. Tinha uma ponta da fralda que estava assando ela e quando eu soltei a fralda e o incômodo passou, o choro cessou.
Bom, deste dia em diante eu passei a fazer esse tipo de procedimento com ela, como o recem nascido só se comunica através do choro, quando ela começava a chorar aparentemente sem motivos eu pensa em um motivo e tentava uma providência e quando não resolvia eu ligava pra pediatra.
Bjs e Boa Sorte!